Na semana passada, a política mato-grossense foi drasticamente abalada pela divulgação da delação premiada do ex-governador Silval Barbosa. Além das já tradicionais denúncias sobre enriquecimento ilícito, pagamento de propinas e tráfico de influência, sempre amplamente negadas pelos envolvidos, chamou a atenção uma série de vídeos gravados por pessoas no entorno do ex-governador. Silval Barbosa humilhou os irmãos da JBS e gravou com boa qualidade alguns deputados estaduais da sua época recebendo propina de seu chefe de gabinete.
Entre os filmados, estão políticos que se retiraram da vida pública, outros que continuam sendo deputados estaduais, que viraram deputados federais e até mesmo prefeitos de duas cidades, um deles o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, que entrou na sala, discutiu qual era o bloco de dinheiro que ele queria pegar e os guardou no paletó, deixando um bolo cair desajeitadamente no chão. Constrangedor.
Infelizmente para os políticos interessados em obter vantagens ilícitas dos cofres públicos, o mundo mudou muito nos últimos anos. Hoje em dia, mais do que ser acusado de roubo, você pode ser filmado roubando. É pior do que ser pego na cama com uma amante, quando é possível alegar a insanidade mental das pessoas que viram a cena. O vídeo ficará para toda a eternidade, com seu rosto em uma situação ilegal cuja explicação é difícil de encontrar.
A reação dos envolvidos não deixa de ser interessante. Muitos se mostraram surpresos com a divulgação de suas imagens, o que não deixa de ser verdade. Observar, de fora, a merda que você fez é sempre surpreendente. Muitos se utilizaram do termo “supostamente” para falar dos vídeos. “Supostamente sou eu que apareço ali supostamente pegando dinheiro de uma suposta propina”. Teve quem disse que não havia nada de ilegal ali, dizendo que o dinheiro era lícito, o que transforma o gabinete do ex-governador no melhor banco do mundo. Um deputado disse que as imagens foram editadas, dando a entender que, provavelmente, sem as edições, ele estaria, sei lá, devolvendo dinheiro para a população.
Enfim, no futuro será cada vez mais difícil escapar dessa triste sina. Se você é político e andou pegando uma propininha besta aqui ou ali, invariavelmente você corre o risco de ter sido filmado no ato e ter seu rosto estampando as capas dos jornais e repetido em looping eterno no Jornal Nacional. Por essa e outras, o CH3 prepara aqui uma série de desculpas que você pode dar quando isso acontecer com você.
Máfia de Sósias
Se eu fosse o prefeito de Cuiabá, iria à imprensa para denunciar uma máfia internacional que atua para prejudicar políticos. Eles arrumam sósias de autoridades públicas e filmam essas pessoas cometendo atos ilícitos e depois divulgam o vídeo nas redes sociais para prejudicar a carreira política. Qual é o crime de ser muito parecido com alguém que comete crimes? Certamente os humoristas do pânico devem estar envolvidos nesse esquema.
Banheira de Dinheiro
O deputado flagrado tentando guardar dinheiro nas meias poderia afirmar que o único erro que cometeu foi confiar demais nas pessoas. Na noite anterior ao fato ocorrido, ele havia saído com amigos para se divertir um pouco e em determinado momento foi no banheiro. Ao voltar, bebeu o seu drinque e depois não é capaz de se lembrar de mais nada. Só sabe que no dia seguinte acordou no quarto de um hotel desconhecido, em uma banheira cheia de dólares. Sua vida desde então se transformou eu um pesadelo e o real objetivo daqueles que batizaram sua bebida finalmente foi descoberto. Punição séria para eles!
Imersão
Todos deviam saber que o político envolvido é um fiel amante das artes cênicas, tendo inclusive desenvolvido um persistente projeto de teatro durante sua juventude. Infelizmente, a dedicação ao povo brasileiro o afastou dessa paixão, mas, nos últimos anos, ele ensaiava uma volta aos palcos. Trabalhava no roteiro, direção e interpretação de uma peça contemporânea sobre as mazelas da sociedade, na qual ele iria interpretar um político corrupto. Para alcançar uma atuação convincente, ele estava imergindo na vida do personagem e tudo aquilo que foi visto não é nada além dos preceitos de Stanislavski aplicados a vida de um ator dedicado.
Realidade Paralela
É hora de parabenizar os responsáveis pela filmagem, porque o que eles fizeram foi um grande avanço para a ciência. Nos últimos anos, há praticamente um consenso no meio científico de que existem realidades paralelas com pessoas exatamente iguais a você e que em muitos desses universos eles terão a mesma vida que você, mas que em outros eles serão diferentes. O que vemos no vídeo é a pessoa do deputado no universo paralelo e nesse universo, infelizmente, ao invés de ser um político íntegro e probo, ele se transformou em um saqueador de cofres públicos. Infelizmente, ainda não há jurisprudência definida para crimes cometidos por outros eus de dimensões paralelas e o bandido de outro planeta tem que ser julgado e punido de acordo com as leis e aplicações jurídicas de sua realidade.
Desaparecimento estratégico
O envolvido no esquema simplesmente desaparece. Não atende telefones, não sai de casa, não posta nas redes sociais. Aposta que uma grande amnésia coletiva irá se abater sobre os seus concidadãos e que em outubro do ano que vem ele poderá aparecer de cara limpa pedindo o seu voto para fazer ainda mais pelo Brasil. Se alguém perguntar dos vídeos, será possível dizer que não se lembra disso não, que andou meio sumido e não acompanhou essa história. E o pior é que provavelmente ainda será eleito mesmo assim.
Entre os filmados, estão políticos que se retiraram da vida pública, outros que continuam sendo deputados estaduais, que viraram deputados federais e até mesmo prefeitos de duas cidades, um deles o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, que entrou na sala, discutiu qual era o bloco de dinheiro que ele queria pegar e os guardou no paletó, deixando um bolo cair desajeitadamente no chão. Constrangedor.
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| Entendedores entenderão |
A reação dos envolvidos não deixa de ser interessante. Muitos se mostraram surpresos com a divulgação de suas imagens, o que não deixa de ser verdade. Observar, de fora, a merda que você fez é sempre surpreendente. Muitos se utilizaram do termo “supostamente” para falar dos vídeos. “Supostamente sou eu que apareço ali supostamente pegando dinheiro de uma suposta propina”. Teve quem disse que não havia nada de ilegal ali, dizendo que o dinheiro era lícito, o que transforma o gabinete do ex-governador no melhor banco do mundo. Um deputado disse que as imagens foram editadas, dando a entender que, provavelmente, sem as edições, ele estaria, sei lá, devolvendo dinheiro para a população.
Enfim, no futuro será cada vez mais difícil escapar dessa triste sina. Se você é político e andou pegando uma propininha besta aqui ou ali, invariavelmente você corre o risco de ter sido filmado no ato e ter seu rosto estampando as capas dos jornais e repetido em looping eterno no Jornal Nacional. Por essa e outras, o CH3 prepara aqui uma série de desculpas que você pode dar quando isso acontecer com você.
Máfia de Sósias
Se eu fosse o prefeito de Cuiabá, iria à imprensa para denunciar uma máfia internacional que atua para prejudicar políticos. Eles arrumam sósias de autoridades públicas e filmam essas pessoas cometendo atos ilícitos e depois divulgam o vídeo nas redes sociais para prejudicar a carreira política. Qual é o crime de ser muito parecido com alguém que comete crimes? Certamente os humoristas do pânico devem estar envolvidos nesse esquema.
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| Tudo não se passava de uma grande reportagem do Globo Esporte que levou sósias de políticos famosos para pegar propina no gabinete do governador |
O deputado flagrado tentando guardar dinheiro nas meias poderia afirmar que o único erro que cometeu foi confiar demais nas pessoas. Na noite anterior ao fato ocorrido, ele havia saído com amigos para se divertir um pouco e em determinado momento foi no banheiro. Ao voltar, bebeu o seu drinque e depois não é capaz de se lembrar de mais nada. Só sabe que no dia seguinte acordou no quarto de um hotel desconhecido, em uma banheira cheia de dólares. Sua vida desde então se transformou eu um pesadelo e o real objetivo daqueles que batizaram sua bebida finalmente foi descoberto. Punição séria para eles!
Imersão
Todos deviam saber que o político envolvido é um fiel amante das artes cênicas, tendo inclusive desenvolvido um persistente projeto de teatro durante sua juventude. Infelizmente, a dedicação ao povo brasileiro o afastou dessa paixão, mas, nos últimos anos, ele ensaiava uma volta aos palcos. Trabalhava no roteiro, direção e interpretação de uma peça contemporânea sobre as mazelas da sociedade, na qual ele iria interpretar um político corrupto. Para alcançar uma atuação convincente, ele estava imergindo na vida do personagem e tudo aquilo que foi visto não é nada além dos preceitos de Stanislavski aplicados a vida de um ator dedicado.
Realidade Paralela
É hora de parabenizar os responsáveis pela filmagem, porque o que eles fizeram foi um grande avanço para a ciência. Nos últimos anos, há praticamente um consenso no meio científico de que existem realidades paralelas com pessoas exatamente iguais a você e que em muitos desses universos eles terão a mesma vida que você, mas que em outros eles serão diferentes. O que vemos no vídeo é a pessoa do deputado no universo paralelo e nesse universo, infelizmente, ao invés de ser um político íntegro e probo, ele se transformou em um saqueador de cofres públicos. Infelizmente, ainda não há jurisprudência definida para crimes cometidos por outros eus de dimensões paralelas e o bandido de outro planeta tem que ser julgado e punido de acordo com as leis e aplicações jurídicas de sua realidade.
Desaparecimento estratégico
O envolvido no esquema simplesmente desaparece. Não atende telefones, não sai de casa, não posta nas redes sociais. Aposta que uma grande amnésia coletiva irá se abater sobre os seus concidadãos e que em outubro do ano que vem ele poderá aparecer de cara limpa pedindo o seu voto para fazer ainda mais pelo Brasil. Se alguém perguntar dos vídeos, será possível dizer que não se lembra disso não, que andou meio sumido e não acompanhou essa história. E o pior é que provavelmente ainda será eleito mesmo assim.
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