Diz a lenda, que o Panetone foi inventado em algum século passado por um tal de Toni, provavelmente um padeiro em Veneza. Ele resolveu inventar seu próprio pão e entulhá-lo com as mais variadas frutas cristalizadas que provavelmente estavam apodrecendo no seu estoque.
Em um mundo justo, Toni seria queimado vivo e a fórmula do Panetone seria lacrada em uma lata de chumbo no subsolo do Vaticano, dando origem a pelo menos quatro livros do Dan Brown. Mas o mundo, você e a torcida da Portuguesa sabem, não é justo. O panetone acabou se popularizando e se transformou em uma daquelas misteriosas tradições do natal, ao lado do amigo oculto, do chester e do Roberto Carlos.
Em termos gerais, é possível dizer que o panetone é uma farsa, uma vez que ele só é vendido no natal. Se fosse realmente bom, seria possível encontrá-lo ao longo do ano inteiro. Você pode alegar que faz parte da tradição, mas eu digo o contrário. Se fosse possível comer panetone o ano inteiro, todo mundo perceberia que ele é ruim e deixaria de comer. O que nos leva até ele é a curiosidade e a intermitência.
No entanto, não podemos negar que o Panetone não esconde suas intenções. Você olha a caixa e vê que se trata de um pão com frutas cristalizadas. O mesmo não pode ser dito sobre o Chocotone.
Acredito que o chocotone surgiu de uma possibilidade de mercado. As modernas panificadoras devem ter notado que as frutas cristalizadas provocam verdadeira ojeriza na maior parte da população e resolveram substituí-las por chocolate. Isso na teoria. Porque o chocotone sim é uma grande farsa. Ele finge ser algo que não é. Ele é uma mentira. Ele é a razão de todo o mal do mundo, das crianças subnutridas na África. Desculpem, é que esse assunto me deixa empolgado.
Você chega a um supermercado e observa aquele chocotone da Bauducco, Visconti, Nestlé ou de quem quer que seja. Olha sua caixa com uma fatia do pão cortada. Naquele corte é possível ver dezenas de gotas de chocolate cremoso que parecem fluir para fora da embalagem. O chocolate brilha, os seus olhos brilham. Você começa a babar e decide por levar aquela caixa para casa.
Ao cortar a sua própria fatia, a sensação é de que ocorreu um erro de fabricação. É difícil encontrar o chocolate propriamente dito. As fartas gotas não existem, na verdade elas são tão raras e você chega a acreditar que se tratam de miragens. O chocolate não tem a aparência reluzente da embalagem, na verdade ele é minúsculo e completamente esturricado, como se tivesse sido inserido com um maçarico. Para piorar, o chocolate é amargo e a massa é azeda. Uma combinação desgraçada.
Sim, é verdade que os produtos nunca são como as embalagens e fotos promocionais mostram. Aquele tomate suculento do sanduíche na verdade é verde e cheira mal. O pão é murcho, o chocolate está mofado. Mas o chocotone se destaca.
O chocotone é uma farsa tão grande, que as megaempresas logo se viram obrigadas a criar outros modelos do produto onde o chocolate realmente exista. Alguns prometem um fio de chocolate no meio, que acaba se depositando inteiro no fundo do pacote. Outros vendem o chocolate separado em um sachê, geralmente aquele chocolate tão bom quanto os que são vendidos em forma de guarda chuva para decorar árvores de natal.
Até mesmo ás fabricas de chocolate passaram a fabricar chocotones e nesse caso parece que o chocolate realmente existe, o problema é que ele acaba te deixando todo sujo.
Maldito seja você, Toni.
Em um mundo justo, Toni seria queimado vivo e a fórmula do Panetone seria lacrada em uma lata de chumbo no subsolo do Vaticano, dando origem a pelo menos quatro livros do Dan Brown. Mas o mundo, você e a torcida da Portuguesa sabem, não é justo. O panetone acabou se popularizando e se transformou em uma daquelas misteriosas tradições do natal, ao lado do amigo oculto, do chester e do Roberto Carlos.
Em termos gerais, é possível dizer que o panetone é uma farsa, uma vez que ele só é vendido no natal. Se fosse realmente bom, seria possível encontrá-lo ao longo do ano inteiro. Você pode alegar que faz parte da tradição, mas eu digo o contrário. Se fosse possível comer panetone o ano inteiro, todo mundo perceberia que ele é ruim e deixaria de comer. O que nos leva até ele é a curiosidade e a intermitência.
No entanto, não podemos negar que o Panetone não esconde suas intenções. Você olha a caixa e vê que se trata de um pão com frutas cristalizadas. O mesmo não pode ser dito sobre o Chocotone.
Acredito que o chocotone surgiu de uma possibilidade de mercado. As modernas panificadoras devem ter notado que as frutas cristalizadas provocam verdadeira ojeriza na maior parte da população e resolveram substituí-las por chocolate. Isso na teoria. Porque o chocotone sim é uma grande farsa. Ele finge ser algo que não é. Ele é uma mentira. Ele é a razão de todo o mal do mundo, das crianças subnutridas na África. Desculpem, é que esse assunto me deixa empolgado.
Expectativa |
Ao cortar a sua própria fatia, a sensação é de que ocorreu um erro de fabricação. É difícil encontrar o chocolate propriamente dito. As fartas gotas não existem, na verdade elas são tão raras e você chega a acreditar que se tratam de miragens. O chocolate não tem a aparência reluzente da embalagem, na verdade ele é minúsculo e completamente esturricado, como se tivesse sido inserido com um maçarico. Para piorar, o chocolate é amargo e a massa é azeda. Uma combinação desgraçada.
Sim, é verdade que os produtos nunca são como as embalagens e fotos promocionais mostram. Aquele tomate suculento do sanduíche na verdade é verde e cheira mal. O pão é murcho, o chocolate está mofado. Mas o chocotone se destaca.
Realidade |
Até mesmo ás fabricas de chocolate passaram a fabricar chocotones e nesse caso parece que o chocolate realmente existe, o problema é que ele acaba te deixando todo sujo.
Maldito seja você, Toni.
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