Porque as pessoas gritam quando acaba a luz?
Terça feira aconteceu um apagão no Brasil. O país ficou envolto em trevas. Famílias perderam o capítulo da novela. Casais tiveram que arrumar alguma coisa pra passar o tempo. Pais entretiveram (curioso que entreter é uma palavra que sempre parece que é mais difícil de ser escrita do que realmente é) seus filhos fazendo sombras contra a parede. Aposto que alguns pais ficaram por horas fazendo cachorros e pombos. E os filhos faziam sombras que não faziam o menor sentido, mas os pais achavam que eram realmente grandes sombras.
Muito divertido. Quer dizer, divertido por uns 10 minutos. Até o momento em que você já fez todas as quatro sombras que você sabe fazer, arriscando até um ousado elefante. Depois perde completamente a graça. E como a luz não volta... bem, pior ainda é se os telefones ficam congestionados e a água acaba. É como voltar à idade média. Sair as ruas e encontrar o seu senhor feudal. Ratos na rua, caos, calamidade. Estado de apocalipse público.
Bem, mas voltemos à questão, que é afinal, a grande dúvida que motiva esse texto. Porque as pessoas gritam quando acaba a luz? Porque a falta de energia provoca essa catarse (senhoras e senhores, durante toda a minha vida eu sonhei em utilizar a palavra catarse em um post)?
Bem, eu lembro, quando a luz acabava no colégio, várias pessoas começavam a gritar. Talvez elas gritassem imaginando que não haveria mais aula pela falta de luz. Uma vez em uma aula de fotografia, a professora desligou a luz para revelar os filmes e no momento em que ficou escuro os gritos vieram. Certo que nessa vez era o mais absoluto escuro e se alguém quisesse ficar nu, ele realmente poderia ficar nu. Poderia passar a mão na bunda de quem quisesse. Poderia cometer os mais pervertidos e pecaminosos atos. De fato, não sei se alguma coisa aconteceu. Porque estava realmente escuro, muito escuro e era realmente impossível saber. Sei que eu não fiz nada.
E quando o apagão aconteceu na terça-feira várias pessoas relataram que escutaram gritos. Desde os simples "iiiihuuu” até os polêmicos “ninguém e de ninguém”, os libidinosos “suruba!” e também gritos de “puta, puta, puta!”, mas esses foram escutados apenas na Uniban. De fato, seria mais compreensível que as pessoas gritassem quando estão em lugares públicos, visto que o ser humano tende a se comportar de maneira estranha quando está em bando. Mas, porque afinal, as pessoas gritam quando a luz acaba, mesmo que estejam sozinhas?
Para responder essa intrigante questão, o CH3 foi a campo. Primeiro fizemos algumas entrevistas na rua. Depois convocamos voluntários para um experimento científico. Trancamos os em uma sala e apagamos a luz. Infelizmente nessa hora o telefone tocou e eu voltei apenas 15 minutos depois. Acendi a luz e dei três minutos para que os voluntários vestissem suas roupas. Menos o Jorge, que morreu. O velório dele é amanhã as 14h30.
Depois fiz mais uma série de perguntas aos voluntários. E pra terminar fiz todos assistirem Ilha das Flores. E voltei a entrevistá-los novamente.
Ao fim do experimento, pudemos chegar à seguinte conclusão:
- 37,89% das pessoas gritam porque sentem medo do escuro.
- 28,29% das pessoas gritam porque acham que uma suruba irá começar.
- 27,29% das pessoas gritam por herança cultural. Passaram a vida toda escutando as pessoas gritarem, e então gritaram.
- 19,39% das pessoas gritam porque vozes na sua cabeça mandam que elas gritem. Essas pessoas, aliás, gritaram quando as luzes foram acessas também. E também gritaram durante a entrevista.
- 18,22% das pessoas não se lembram de terem gritado, mas gritaram.
- 18,21% das pessoas “disseram, ah sei lá, deu vontade”.
- 0,11% das pessoas gritaram porque uma barata caiu em cima dela no momento em que a luz foi apagada. Numa dessas incríveis coincidências que fazem da vida algo fascinante.
Três pessoas não gritaram. Sendo que uma era o Jorge, que não gritou porque morreu. Outra que não gritou era muda. A outra pessoa que não gritou, disse que não gritou porque não achava que era necessário.
Terça feira aconteceu um apagão no Brasil. O país ficou envolto em trevas. Famílias perderam o capítulo da novela. Casais tiveram que arrumar alguma coisa pra passar o tempo. Pais entretiveram (curioso que entreter é uma palavra que sempre parece que é mais difícil de ser escrita do que realmente é) seus filhos fazendo sombras contra a parede. Aposto que alguns pais ficaram por horas fazendo cachorros e pombos. E os filhos faziam sombras que não faziam o menor sentido, mas os pais achavam que eram realmente grandes sombras.
Muito divertido. Quer dizer, divertido por uns 10 minutos. Até o momento em que você já fez todas as quatro sombras que você sabe fazer, arriscando até um ousado elefante. Depois perde completamente a graça. E como a luz não volta... bem, pior ainda é se os telefones ficam congestionados e a água acaba. É como voltar à idade média. Sair as ruas e encontrar o seu senhor feudal. Ratos na rua, caos, calamidade. Estado de apocalipse público.
Bem, mas voltemos à questão, que é afinal, a grande dúvida que motiva esse texto. Porque as pessoas gritam quando acaba a luz? Porque a falta de energia provoca essa catarse (senhoras e senhores, durante toda a minha vida eu sonhei em utilizar a palavra catarse em um post)?
Bem, eu lembro, quando a luz acabava no colégio, várias pessoas começavam a gritar. Talvez elas gritassem imaginando que não haveria mais aula pela falta de luz. Uma vez em uma aula de fotografia, a professora desligou a luz para revelar os filmes e no momento em que ficou escuro os gritos vieram. Certo que nessa vez era o mais absoluto escuro e se alguém quisesse ficar nu, ele realmente poderia ficar nu. Poderia passar a mão na bunda de quem quisesse. Poderia cometer os mais pervertidos e pecaminosos atos. De fato, não sei se alguma coisa aconteceu. Porque estava realmente escuro, muito escuro e era realmente impossível saber. Sei que eu não fiz nada.
E quando o apagão aconteceu na terça-feira várias pessoas relataram que escutaram gritos. Desde os simples "iiiihuuu” até os polêmicos “ninguém e de ninguém”, os libidinosos “suruba!” e também gritos de “puta, puta, puta!”, mas esses foram escutados apenas na Uniban. De fato, seria mais compreensível que as pessoas gritassem quando estão em lugares públicos, visto que o ser humano tende a se comportar de maneira estranha quando está em bando. Mas, porque afinal, as pessoas gritam quando a luz acaba, mesmo que estejam sozinhas?
Para responder essa intrigante questão, o CH3 foi a campo. Primeiro fizemos algumas entrevistas na rua. Depois convocamos voluntários para um experimento científico. Trancamos os em uma sala e apagamos a luz. Infelizmente nessa hora o telefone tocou e eu voltei apenas 15 minutos depois. Acendi a luz e dei três minutos para que os voluntários vestissem suas roupas. Menos o Jorge, que morreu. O velório dele é amanhã as 14h30.
Depois fiz mais uma série de perguntas aos voluntários. E pra terminar fiz todos assistirem Ilha das Flores. E voltei a entrevistá-los novamente.
Ao fim do experimento, pudemos chegar à seguinte conclusão:
- 37,89% das pessoas gritam porque sentem medo do escuro.
- 28,29% das pessoas gritam porque acham que uma suruba irá começar.
- 27,29% das pessoas gritam por herança cultural. Passaram a vida toda escutando as pessoas gritarem, e então gritaram.
- 19,39% das pessoas gritam porque vozes na sua cabeça mandam que elas gritem. Essas pessoas, aliás, gritaram quando as luzes foram acessas também. E também gritaram durante a entrevista.
- 18,22% das pessoas não se lembram de terem gritado, mas gritaram.
- 18,21% das pessoas “disseram, ah sei lá, deu vontade”.
- 0,11% das pessoas gritaram porque uma barata caiu em cima dela no momento em que a luz foi apagada. Numa dessas incríveis coincidências que fazem da vida algo fascinante.
Três pessoas não gritaram. Sendo que uma era o Jorge, que não gritou porque morreu. Outra que não gritou era muda. A outra pessoa que não gritou, disse que não gritou porque não achava que era necessário.
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