O ser humano nasce, cresce, estuda para passar em concursos públicos, para então decidir se vai se reproduzir, e morre.
Era assim que eu começaria o meu texto de hoje, que iria abordar os vários aspectos referentes ao concurso público. A indústria formada ao redor desse evento, que envolve desde os cursinhos até os fiscais de prova. Citaria os trechos de uma matéria que eu escrevi durante o sétimo semestre do curso de Jornalismo, para a aula de Jornalismo em Revista, da professora Keka Werneck.
“O clima na sala durante uma prova de concurso é sempre parecido. Pessoas nervosas comendo bombons e barras de cereal. Garrafas de água aos montes. Folhas sendo escritas e cartões de resposta sendo preenchidos. Preocupação com o horário final para se entregar a prova. E no final as pessoas estão ainda mais nervosas. Algumas já lamentam a não reprovação, enquanto algumas procuram logo o gabarito.”
Essa era muito mais uma definição de provas de vestibular. Mas no texto de hoje eu iria abordar inclusive as semelhanças e diferenças entre uma prova de vestibular e uma prova de concurso público.
Sim, esse era o meu objetivo. Mas, nós não podemos manter nossos princípios e abandonar os fatos relevantes, ainda mais se esse fato relevante estiver relacionado ao assunto que era previamente pretendido.
Isso por que hoje é domingo, 22 de novembro de 2009, o dia em que Cuiabá conheceu o Caos.
Seria realizado hoje o maior concurso público da história do universo. Mais de 200 mil pessoas no Estado. 180 mil apenas em Cuiabá.
Como era de se esperar o trânsito estava um inferno. Escutei relatos de pessoas que em meia hora não conseguiram andar 1 km de carro. As pessoas começaram a abandonar os seus carros no meio da rua e várias morreram esmagadas contra o muro.
Na UNIC e na Unirondom o clima foi ainda mais quente. Na primeira, provas com lacres rasgados e gabaritos já preenchidos foram entregues aos alunos. E uma confusão fez com que as provas do período da tarde fossem entregues de manhã. Pessoas começaram a tentar vender as provas que os outros não tinham feito. E algumas pessoas ainda foram locadas em salas inexistentes.
Já na Unirondom foi ainda pior. Distribuíram provas do ensino médio para delegados, prova de advogado para crianças da pré-escola. Ainda faltaram provas. Apesar de proibidos, os celulares eram amplamente utilizados. Algumas provas demoraram uma hora e meia para começar. Revoltados, alunos começaram a jogar provas pela janela e a quebrar cadeiras. Logo seqüestraram os fiscais e os esquartejaram.
A revolução partiu para as ruas.
A uma da tarde eu estava voltando para minha casa. Tive que afastar alguns cadáveres da porta do meu carro. Uma mulher gorda dizia “Esse Blairo Maggi quer fazer o maior concurso da história e não consegue! Isso é megalomania! Aposto que ele tem o pinto pequeno!”. Pessoas começaram a gritar que Blairo Maggi era hipodotado.
Todas as ruas estavam engarrafadas. Pessoas passavam com o carro por cima das calçadas atropelando pedestres. Uma cratera se abriu na Prainha, daonde o demônio sugava as vísceras dos transeuntes.
Pessoas com tochas e rastelos caminhavam rumo ao Palácio do Governo querendo a cabeça de Maggi em uma bandeja de prata. O estado de sítio foi decretado e os alienígenas invadiram Cuiabá. Agora a pouco começou uma chuva de grilos e de rãs.
Talvez esse seja o último post do blog.
Era assim que eu começaria o meu texto de hoje, que iria abordar os vários aspectos referentes ao concurso público. A indústria formada ao redor desse evento, que envolve desde os cursinhos até os fiscais de prova. Citaria os trechos de uma matéria que eu escrevi durante o sétimo semestre do curso de Jornalismo, para a aula de Jornalismo em Revista, da professora Keka Werneck.
“O clima na sala durante uma prova de concurso é sempre parecido. Pessoas nervosas comendo bombons e barras de cereal. Garrafas de água aos montes. Folhas sendo escritas e cartões de resposta sendo preenchidos. Preocupação com o horário final para se entregar a prova. E no final as pessoas estão ainda mais nervosas. Algumas já lamentam a não reprovação, enquanto algumas procuram logo o gabarito.”
Essa era muito mais uma definição de provas de vestibular. Mas no texto de hoje eu iria abordar inclusive as semelhanças e diferenças entre uma prova de vestibular e uma prova de concurso público.
Sim, esse era o meu objetivo. Mas, nós não podemos manter nossos princípios e abandonar os fatos relevantes, ainda mais se esse fato relevante estiver relacionado ao assunto que era previamente pretendido.
Isso por que hoje é domingo, 22 de novembro de 2009, o dia em que Cuiabá conheceu o Caos.
Seria realizado hoje o maior concurso público da história do universo. Mais de 200 mil pessoas no Estado. 180 mil apenas em Cuiabá.
Como era de se esperar o trânsito estava um inferno. Escutei relatos de pessoas que em meia hora não conseguiram andar 1 km de carro. As pessoas começaram a abandonar os seus carros no meio da rua e várias morreram esmagadas contra o muro.
Na UNIC e na Unirondom o clima foi ainda mais quente. Na primeira, provas com lacres rasgados e gabaritos já preenchidos foram entregues aos alunos. E uma confusão fez com que as provas do período da tarde fossem entregues de manhã. Pessoas começaram a tentar vender as provas que os outros não tinham feito. E algumas pessoas ainda foram locadas em salas inexistentes.
Já na Unirondom foi ainda pior. Distribuíram provas do ensino médio para delegados, prova de advogado para crianças da pré-escola. Ainda faltaram provas. Apesar de proibidos, os celulares eram amplamente utilizados. Algumas provas demoraram uma hora e meia para começar. Revoltados, alunos começaram a jogar provas pela janela e a quebrar cadeiras. Logo seqüestraram os fiscais e os esquartejaram.
A revolução partiu para as ruas.
A uma da tarde eu estava voltando para minha casa. Tive que afastar alguns cadáveres da porta do meu carro. Uma mulher gorda dizia “Esse Blairo Maggi quer fazer o maior concurso da história e não consegue! Isso é megalomania! Aposto que ele tem o pinto pequeno!”. Pessoas começaram a gritar que Blairo Maggi era hipodotado.
Todas as ruas estavam engarrafadas. Pessoas passavam com o carro por cima das calçadas atropelando pedestres. Uma cratera se abriu na Prainha, daonde o demônio sugava as vísceras dos transeuntes.
Pessoas com tochas e rastelos caminhavam rumo ao Palácio do Governo querendo a cabeça de Maggi em uma bandeja de prata. O estado de sítio foi decretado e os alienígenas invadiram Cuiabá. Agora a pouco começou uma chuva de grilos e de rãs.
Talvez esse seja o último post do blog.
Comentários
Hahehaehahehaeh!!
Só isso que faltou.
Andreza