Expressões Surreais

O saudoso Gressana, de estimada memória, concebeu um dos posts mais clássicos da história do CH3. Ainda no longínquo ano de 2006 ele dissertou sobre ditos populares analisados ao pé da letra. Foi um post de uma era pré-histórica do blog. Hoje apenas os escafandristas conseguem mergulhar nesse passado para encontrá-lo.

Aqui, parto para uma outra análise sobre essas expressões. Muitas delas são completamente surreais. Não necessariamente as que foram citadas naquele tempo remoto do blog. Não falo das expressões idiotas como “Quem vai na chuva é para se molhar”. Oras, é lógico que quem saí na chuva se molha. Mas não necessariamente esse era o objetivo. Talvez ele estivesse apenas querendo tirar o cavalinho da chuva. Aliás, porque essa expressão é utilizada num sentido de “baixa a bola”. Porque o cavalinho deveria ser largado na chuva? Porque tanta crueldade com o potro? Porque?

Uma expressão surreal é aquela “Se fosse uma cobra”. Você sabe. Você está procurando a letra w no teclado e não encontra. Até que você vê que o w está ali, na sua cara, ao lado do q. Então você pensa “ahhhh, se fosse uma cobra!”.

E se fosse uma cobra o que? Qual é a probabilidade de uma cobra estar no seu teclado, no lugar do saleiro, da caixa de fósforos, do controle remoto? Sem chances. Se fosse uma cobra no lugar de um desses objetos, você seria picado é claro. Mas você merecia. Seria um resultado justo por ter deixado a barbárie imperar em sua casa. Com cobras andando impunemente, sobre mesas e camas.

Fora o fato de que você perceberia que é uma cobra. Uma Naja não estaria discretamente enrolada ao redor do seu mouse. Seria muito mais justo, sensato, verossímil, se a expressão fosse “ahhhh, se fosse uma aranha!”. Aranhas têm uma capacidade muito maior de passarem despercebidas por aí.

Muitos falam que o segredo é a alma do negócio. Isso é verdade apenas se você trabalhar com cadeados que abrem com senha. Se você for um publicitário, sem chance.

Outra expressão muito estranha é “não cutuque a onça com vara curta”. Eu diria mais. Não cutuque a onça com vara longa. Com varas muito longas. Aliás, não cutuque a onça de maneira nenhuma, my friend. Se possível, fique longe de qualquer onça.

E termino com a expressão mais absurda que é “tudo o que não mata, engorda”. Como assim? Quem criou essa expressão devia conversar com amigos imaginários, viver em um mundo paralelo completamente distante da realidade. Existem muitas coisas que não matam, e elas tampouco engordam. Escutar música não mata, por exemplo. Ok, escutar música em um show dos Dead Kennedys pode te matar sim. Mas, realizar o ato em um sala vazia, com apenas uma caixinha de som... sem chances. As caixas de som podem até te matar, mas escutar música não. E você não vai engordar.

Um relógio dificilmente vai matar, a não ser que esse relógio fosse utilizado por Chuck Norris ou McGyver. E um relógio não engorda. Entre outras coisas, porque não se come um relógio! E por outro lado, muitas coisas que engordam, matam. Aliás, geralmente o que mata também engorda. Açúcar, gordura. Salada não mata nem engorda. Quem criou essa expressão foi um retardado.

Comentários

ahahahaha É verdade. Salada não mata nem engorda.Também não entendo a do cavalo na chuva.Jamais entenderei. Lá em casa minha mãe é cheia dessas expressões.Me lembro que quando era criança,uma em especial me assustou. Tinha chegado na casa da minha vó e esqueci de cumprimentar a minha tia. E ela me perguntou se eu tinha dormido com ela. Não conhecia a expressão na época e fiquei me peguntando por que ela perguntou aquilo.