Como resolver o problema do trânsito em Cuiabá

Começa hoje a propaganda eleitoral obrigatória. Este ano, o CH3 não irá lança candidato a cargo algum, porque repetir a piada três vezes é sacanagem. Iremos então, entrar no ramo do jornalismo comunitário, de braços dados com a comunidade. O primeiro problema é o trânsito.

É uma rotina para quem vive em Cuiabá. As principais ruas da cidade estão congestionadas. As poucas alternativas também tem um trânsito complicado. A visão da Fernando Correa, ou da Avenida do CPA é a visão do caos. Uma enorme fila de carros que se perdem até o horizonte, num mar ruidoso de automóveis cinzas. A solução é cortar caminhos pelas esburacadas ruas de bairro, que muitas vezes não se interligam.

Buzinas, fumaça, motores, motos cortando os carros, ônibus que insistem em andar na faixa da esquerda, mesmo que tenham que parar na faixa da direita a cada 200 metros.

Num ambiente de quase tortura, a situação sai de controle. O ser humano surta. Não existem leis, não existem leis, virou briga de rua. Semáforos sendo furados, motoqueiros passando por sobre o canteiro central, fechadas, esbarrões. A cada mês, mais de mil carros são colocados em nossas estreitas ruas. A situação é incontrolável. Em pouco tempo as ruas ficarão entupidas. Haverá um dia em que tudo ficará entupido e sem espaço para fazer um retorno.

Problema sem solução, não? Copa de 2014 vem aí e a promessa é de construir viadutos e alargar avenidas ao custo de indenizações milionárias, uma vez que não há calçada em Cuiabá que não tenha uma loja de autopeças. Todas medidas paliativas.

O que precisa ser feito de verdade é: diminuir o número de carros nas ruas. De nada adianta alargas as ruas hoje, se daqui a alguns anos existirem carros para entupi-las. Existem algumas maneiras de diminuir o número de carros nas ruas.

1) Investir no transporte público: No espaço em que um ônibus pode carregar 45 pessoas, três carros podem carregar 15. Mas, na verdade, neste espaço o ônibus carrega 80 e três carros levam no máximo 4. Ou seja, uma fila de 100 carros, com ali, boa vontade, 150 pessoas, poderia ser substituída por 4 ônibus. Ocupando 8x menos espaço.

Essa alternativa é um tanto óbvia, mas tem algumas restrições. A primeira, é justamente o fato de que ela é óbvia e portanto, não tem aquele ar de grande solução pública inventada por um político brilhante. A segunda, é que no geral, os ônibus são horríveis e associados à pobreza. Fazem trajetos ruins que obrigam a longas caminhadas e tem cheiro ruim. Seria preciso trocar todos os ônibus, tê-los em maior quantidade, com mais linhas em mais lugares. Talvez fosse de bom tom dar incentivos fiscais a quem anda de ônibus.

Muitas pessoas são favoráveis a bicicleta. Como se fosse fácil pra alguém pedalar por 20km. Mas também pode ser algo a se pensar.

2) Fazer com que as pessoas fiquem em casa: As pessoas só saem de casa, porque precisam. Existem muitos trabalhos idiotas que as pessoas poderiam fazer no conforto do seu lar. Porém, por razões exclusas, essas pessoas são obrigadas a irem até seus trabalhos. Mais pessoas em casa, menos trânsito. Videoconferência para o lugar das aulas e reuniões. Há a questão do lazer. Para isso, os principais criminosos da cidade poderiam ser liberados novamente as ruas, criando um ambiente de tensão que faça com que todos permaneçam em casa.

3) Proibir a circulação de carros: Um decreto, simples, rápido e objetivo. Quem for pego dirigindo um carro será condenado a morte. As pessoas que arrumem outra maneira de chegar em casa. Proibir a venda de combustíveis ainda evitaria que ônibus, motos e até mesmo helicópteros saiam por aí. Em pouco tempo estaríamos assim.

4) Dificultar o acesso aos carros: Seria melhor se, ao invés de uma volta na quadra a 20km/h e realizar uma prova retardada, os órgãos responsáveis realmente avaliassem a capacidade de um ser humano dirigir um carro. Acabar com a corrupção por lá também seria um passo importante. Outra medida é fechar as concessionárias. Os funcionários demitidos já seriam menos pessoas nas ruas.

É tudo muito fácil. Aproveite o espaço dos comentários para deixar a sua opinião e as suas soluções. Vamos todos contribuir para enriquecer o debate e construir o conhecimento. E assim iremos, todos, caminhar e cantar e ouvir a canção.

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