Um pedaço de nós

Em quase dez anos de existência, o CH3 já passou por inúmeras crises existenciais. A falta de rumo inicial, a desilusão com a percepção de que não iríamos ganhar dinheiro com isso aqui, o grande êxodo tacklegressaniano de 2009, morte, doença e fome.

O CH3 sobreviveu a tudo isso. Sobreviveu a solidão, ao abandono e até a falta de internet. Mas o último mês de novembro foi certamente o momento mais difícil em todos esses nove e tantos anos.

Poderia aqui dizer que eu me casei, mudei de casa, fiquei temporariamente sem computador e Internet, mudei minha rotina e tive menos tempo para escrever, inclusive porque ando trabalhando muito. Mas essa não é a verdade. A verdade dos fatos nunca é tão lógica quanto parece.

Se em novembro apenas seis posts foram ao ar, marca histórica e negativa, a razão não é outra que não seja o drama pessoal vivido pelo nosso mestre Chimbinha.

Recapitulando: o maior guitarrista de todos os tempos se envolveu em uma briga com sua então esposa Joelma, com possível agressão física o que torna Chimbinha um ser humano ainda mais deplorável do que aquele seu topete descolorido nos fazia crer.

A briga levou ao divórcio de Chimbinha e Joelma e ao fim do Calypso, que, como um bom câncer, acabou por se multiplicar e gerar duas bandas que tocam música ruim.

Não satisfeito com tudo isso, Chimbinha resolveu mudar de nome, trocando o Ch por um modesto X. Chimbinha agora é Ximbinha. Ele fez um X em seu coração e aderiu a seita satânica da Xuxa.

Recapitulando outro assunto: vocês sabem que o CH3 tem esse nome por conta dos três mestres do universo que tem seus nomes começados com Ch: Chuck Norris, Charles Bronson e Chmbinha. Charles Bronson já morreu, mas morreu fiel ao seu nome. Chuck Norris segue vivo e decrépito por aí. Chimbinha não. Ele abandonou o clube. O CH3 não existe mais, agora seria no máximo um CH2.

Mas não existe um sentido em uma dupla que comanda o universo. O três sempre representa um equilíbrio: nos triunviratos, nos três poderes, nos pedidos em lojas de fast food.

Um pedaço de nós foi embora, gerando uma enorme crise existencial. O que faz sentido no mundo agora.

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