Quem quer fazer fortuna no mercado financeiro precisa ser arrojado em seus investimentos. Estar atento às oportunidades é requisito fundamental para quem deseja se aventurar neste meio, que ainda soa como novidade e um tanto quanto assustador para muitos brasileiros. Por isso, o CH3 foi conversar com o economista Matheus Guaconnini, fundador da MG22 Investimentos e especialista no assunto.
Como você começou nesse negócio?
Eu nasci em uma família muito humilde, em que viagem para Miami era coisa que acontecia só uma vez por ano. Ao contrário dos meus amigos, eu não tinha casa na praia, por isso, desde cedo precisei trabalhar na concessionária do meu pai para conseguir pagar minhas aulas de inglês e o intercâmbio. Foi justamente quando eu estava tirando um ano sabático em Londres, antes de começar meu graduate em Stanford, que eu me interessei pelo mercado financeiro e comecei minha consultoria, MG22 - as iniciais do meu nome e o 22 eu divulgo como sendo o tamanho do meu pau.
Quais são as dicas para quem quer começar a investir?
É preciso ter uma carteira de investimentos diversificada, mas eu sei que é difícil para os brasileiros, muitas vezes pobres iletrados, entenderem o que é CDB, Renda Fixa, e outros termos que nós usamos para nos diferenciar. Por isso, minha dica é vir até a minha consultoria, deixar o dinheiro na minha mão e esperar que nossa fortuna cresça junta. Com meros dois mil reais por mês, já é possível começar a investir um pouco.
No cenário atual qual é o melhor investimento.
Sem dúvida, nos estamos vendo um grande crescimento da valorização dos produtos alimentícios. O litro de leite valorizou em torno de 50% no último mês. Esse é um ganho que nenhum fundo garantidor, nenhuma ação oferece. Eu mesmo comprei mil caixas de leite por 6 mil reais no fim de junho e agora estou vendendo por mais de 10 mil a um asilo. O leite é um bom lastro para os investimentos, porque tem uma durabilidade maior. Muita gente investiu no tomate e na cenoura, mas são commodities que estragam rapidamente e não há condições de obter grandes lucros.
Além do leite, há outras mercadorias em valorização?
Sem dúvida. Esse é um governo que promove a valorização dos investimentos em comida, e por isso merece mais quatro anos no poder. Nem meu querido Amoedo acho que conseguiria entregar isso. O frango e a carne bovina já foram grandes ativos, mas é um boom passado, além de ser de difícil armazenamento. O óleo de soja é algo para ficar sempre atento, porque tem uma valorização constante e é algo virtualmente impossível de estragar. Apesar de necessitar cuidados de refrigeração, os derivados do leite devem ter uma valorização incomparável nos próximos meses. Aquelas barrinhas de manteiga valerão mais do que barras de ouro.
Como você vê a situação dos investidores no Brasil nos próximos anos?
Com ressalvas. Esse governo revolucionou o mundo dos investimentos, ao transformar itens de necessidade básica em artigos de luxo, criando todo um novo mercado que deixa o investidor realmente excitado. Infelizmente, podemos voltar para uma gestão que considere que alimentação é uma questão de dignidade humana, afetando fortemente os lucros da nossa classe, que tanto produz. Mas sou um otimista e acredito que as mudanças realizadas pela atual gestão irão permanecer por muito tempo.
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