O Desespero do Presidente

Desde que a pandemia do novo coronavírus chegou com tudo em território nacional, foi impossível não perceber que o excelentíssimo presidente da República, Jair Bolsonaro, se mostrou ainda mais exasperado do que o normal. Também pudera, como bom estrategista que é, o presida viu na Covid-19 uma janela de oportunidade inigualável, o famoso cavalo que só passa selado uma vez na vida.


Vejamos: Bolsonaro sempre teve um desejo, quase um fetiche, por promover um extermínio em massa da população. Já confessou em público que sonha com uma guerra civil que possa matar pelo menos 30 mil brasileiros, quer armar todo mundo, acabar com cadeirinha de criança em carro, enfim, um projeto macro, mas que é de difícil execução, uma vez que mesmo os mais fiéis bolsonaristas têm dificuldade em dar fim a própria vida sem nenhum motivo maior.

Surge então o coronavírus. Um novo vírus, para o qual ninguém tem imunidade e com grande taxa de propagação. Ele não é tão letal a ponto de matar os hospedeiros antes que eles possam transmiti-lo em massa, mas não chegar a ser tão benigno que não mata ninguém. Mata em uma taxa razoável, o suficiente para fazer com que sua livre e indiscriminada transmissão transforme o sonho de 30 mil mortes em uma guerra civil em um trabalho de Jardim de Infância.

O novo vírus tem se mostrado ainda mais letal dentro de alguns grupos de risco, a se saber alguns deles:

Idosos: a partir dos 60 anos, pegar coronavírus passa a ser especialmente preocupante. A partir de então, cada ano a mais significa uma frase a mais na certidão de óbito, em caso de Covid-19. Apesar de já ter 65 anos e ter um ministério formado por várias pessoas ainda mais velhas, nada poderia deixar o presidente mais animado. Afinal, uma morte em massa de velhos seria muito bom para a previdência e poderia, inclusive, resolver o deficit previdenciário nos próximos anos.

Pessoas com doenças pré-existentes: cardiopatas, hipertensos, diabéticos, enfim, pessoa que dão muito gasto para a Saúde e que tendem também a se aposentar mais cedo. O sumário falecimento desses cidadãos pouparia muitos recursos públicos em diversas áreas. As chamadas comorbidades, além de tudo, abarcam cada vez mais fatores e em pouco tempo frieira será um fator de risco para o corona.

Imunosuprimidos: na cabeça do presidente isso equivale a aidético, que é sinônimo de viado e uma doença que veio aí para matar viados só pode ser um presente de deus.

Ainda temos pesquisas que mostram que os mais pobres – logo, quem depende de mais recursos públicos – devem morrer mais e, sonho dos sonhos, a possibilidade desse negócio se alastrar pelas penitenciárias e matar um monte de bandido que já tá lá com tuberculose.

Ou seja: um vírus que vai matar gente velha, doente, gorda, pobre e ainda viado? Essa oportunidade é imperdível. Na cabeça do presidente tem mais é que deixar esse negócio correr solto pra fazer uma limpa no país. Nem nos melhores sonhos dele ele podia imaginar isso.

Mas, infelizmente, alguns governadores e prefeitos não estão percebendo a janela de oportunidade e querem brecar o avanço do vírus. Pior! Até o Ministro dele. Um cara que ele colocou no governo dele teve a absurda ideia de priorizar esse negócio de vida. É ou não é para ficar desesperado?

Então a exasperação ainda mais anormal do presidente é resultado do desespero de quem está vendo uma oportunidade escorrer por entre dedos, de quem chegou a ver seu sonho se materializar, mas acaba impedido por outros.

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