Os telefonemas do juiz Moro

O juiz Jefferson Moro esteve envolvido em uma grande polêmica no último fim de semana, após a sua controversa atuação na final do Campeonato Society da Capela do Piçarrão, entre os Irmãos Pereira e o Estrela do Pari. A equipe dos Irmãos Pereira reclama que a vitória da equipe adversária veio com um gol marcado em pênalti inexistente e que o empate no fim da partida foi roubado com a equivocada marcação de um impedimento, jogada que nem está prevista nas regras do futebol Society. Além disso, o juiz Moro teria sido visto na noite anterior a partida, saindo completamente embriagado de uma Casa de Diversão Noturna na região do Posto Zero. De acordo com uma testemunha, ele estaria acompanhado do presidente e do técnico da equipe do Estrela do Pari.

Aproveitando-se da proximidade de um dos Irmãos Pereira com um delegado da cidade, a equipe perdedora conseguiu quebrar o sigilo telefônico de Jefferson Moro. A equipe de reportagem do CH3 teve acesso ao conteúdo grampeado, o que permite traçar com detalhes os passos seguidos pelo juiz na semana que antecedeu à fatídica partida. Confira as principais revelações.

Na segunda-feira pela manhã, o juiz Moro recebeu uma ligação de um telefone não registrado na sua agenda, com o DDD de São Paulo. Moro atendeu o telefone e disse “Alô”. Ninguém respondeu do outro lado. Moro repetiu outra vez “Alô”, mas seguiu sem obter resposta do seu interlocutor. Após alguns segundos, a ligação se encerrou. Tal fato se repetiu dezoito vezes durante a semana, gerando indignação em um dos Irmãos Pereira.

“Só uma pessoa muito má intencionada atende 18 ligações de um número desconhecido e, mesmo sendo claramente a porra de um robô de telemarketing, o juiz Moro foi incapaz de bloquear o contato, que é o que qualquer cidadão de bem faria. Claramente, ele estava esperando uma proposta indecorosa de um número desconhecido”, afirmou.

Ainda no fim da segunda-feira, o juiz recebeu uma ligação da sua esposa. Segue o diálogo:
Juiz Moro: Oi Mozão.
Esposa: Onde você está seu vagabundo?
Juiz Moro: Não fala assim Mozão, estou voltando pra casa.
Esposa: Você está no bar que eu sei, enchendo o cu de cachaça seu desgraçado.
Juiz Moro: Assim você me machuca meu coração.
Esposa: Machuca o seu cu, que quando você bebe você sai por ai dando pra qualquer travesti que você encontra na rua seu filho da puta.
Juiz Moro: (Barulho de soluços).
Esposa: Eu vou para casa da minha mãe hoje e nunca mais vou te ver seu depósito de porra de traveco.
(Ligação encerrada).

Os dirigentes da equipe derrotada não conseguiram fazer nenhuma teoria com relação a essa ligação, exceção feita a um possível abalo emocional do árbitro da polêmica final. No entanto, eles resolveram divulgar o diálogo com o único objetivo de constranger o juiz Moro.

Na terça-feira, Moro seguiu recebendo ligações. Ele rejeitou uma proposta da Vivo para trocar seu pacote de dados e não quis assinar a Revista Veja, com direito a seis semanas de gratuidade. Além disso, começaram nesses dias uma série de ligações para falar com uma pessoa chamada Valéria. Jefferson, em todas as vezes, negou que o telefone pertencesse a tal Valéria, mas os investigadores autônomos acreditam que essa era alguma espécie de código para o recebimento de vantagens indevidas.

Na quarta-feira, o juiz ligou para sua esposa 23 vezes, mas ela não atendeu nenhuma. Fora isso, passou os próximos dois dias sem atender um único telefonema, sinal de que estava se afundando na cachaça ou elaborando planos inescrupulosos contra a equipe dos Irmãos Pereira.

Finalmente, na sexta-feira vem a ligação mais comprometedora do fim de semana. Uma pessoa que se identificou como “Banco BMG” ofereceu R$ 20 mil para o juiz e afirmou que ele tinha uma semana para retirar esse valor. “Claramente essa pessoa que se passou por um banco é um representante do poderio financeiro da equipe do Estrela do Pari, que resolveu interferir de maneira vil na final de domingo”, afirmou um dos outros Irmãos Pereira.

Por fim, no sábado de noite, um último telefonema foi atendido pelo juiz Jefferson Moro.

Uma pessoa que se identificou como “Robertinho, presidente do Estrela do Pari”, convidou o juiz Moro para ir a uma Casa de Diversão Noturna na região do Posto Zero, para que eles pudessem acertar os valores para que o juiz Moro interferisse no resultado da final do dia seguinte, garantindo o título da equipe do Estrela do Pari. O juiz aceitou prontamente o convite e disse que ferraria com a vida dos Irmãos Pereira mesmo que de graça, mas que recebendo por isso a coisa ficava ainda melhor.

No entanto, o corpo diretivo da equipe dos Irmãos Pereira ainda não chegou a nenhuma conclusão sobre o real conteúdo dessa conversa, acreditam que seja um diálogo cifrado, cuja interpretação ainda precisa ser mais estudada.

O que dizem os acusados?

Por meio de nota, os dirigentes da equipe do Estrela do Pari afirmaram que estavam muito embriagados para se manifestar sobre o assunto.

Já o juiz Moro fez questão de afirmar que não é verdade que ele mantenha relações sexuais com travestis nos momentos em que está alcoolizado e que ele só bebe até quase perder a consciência de três a quatro vezes por semana.

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