Olha só quem está...

Ter um filho é mergulhar em direção ao desconhecido. A partir do momento em que a criança coloca a cabeça para fora e passa a respirar este mesmo ar que nos rodeia, somos tomados por diversas sensações contraditórias. Uma mistura de felicidade, perplexidade, deslumbramento, medo e o cansaço absoluto e supremo.

A vida muda de uma maneira impressionante e é impossível não ressignificar uma série de atividades que antes pareciam banais. Comer, dormir, tomar banho, nada será como antes. A rotina é alterada de uma maneira brutal e, de certa forma, ter um filho é abrir mão da sua existência individual para o nascimento de uma vida compartilhada. Pior ainda se você for a mãe. Sensação tão maravilhosa na mesma medida em que é traumatizante. E nem um pouco nobre de ser abordada, o que estou fazendo.

Assim sendo, a paternidade de certa forma abre uma nova era existencial para o CH3, que pode decair rumo aos obscuros caminhos da repetição de assunto, isso, é claro, quando o cansaço – sempre ele, permitir o raciocínio para a elaboração de textos.

Privação de sono, a dificuldade de montar um mosquiteiro, a relatividade do tempo e outros assuntos deveras interessantes deverão aparecer por essas páginas em breve. Textos todos eles dedicados ao meu filho, Vicente, que em seus 27 dias de vida ainda não dormiu três horas consecutivas, consumiu seis pacotes de fralda e, pior, um dia vai crescer e pode descobrir esse blog criado pelo pai. Ainda não consegui imaginar o que vai ser do meu filho quando ele descobrir o texto do Chá de Cogumelo, ou sobre fetiche por balões ou coisas assim.
De certa forma é quase impossível não travar diálogos imaginários com o recém-nascido, por mais que na realidade sua mente ainda seja uma grande abstração. O que nos leva a este clássico do cinema, um filme sobre bebês falantes e abandono paterno, que gerou duas sequências, sendo que o terceiro filme da série tratava de cachorros falantes, o que sempre é uma merda.

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