Poderoso Bolsão

Estava eu andando pela lendária Feira da Torre de TV de Brasília - pequeno conjunto comercial que cerca o ponto turístico mais fechado do Brasil - no começo deste ano, quando me deparei com um objeto interessante: uma camisa que representava o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, estilizado como se fosse o personagem Don Vito Corleone no cartaz do clássico filme “O Poderoso Chefão”.


Em um primeiro momento fiquei chocado que os fãs do presidente Messias tenham resolvido realizar essa comparação entre o ídolo deles e um mafioso do cinema. Sim, um personagem que é o chefe de uma rede mafiosa que explora uma rede de comércios ilegais, utilizando-se da violência para manter o controle dos negócios. Depois, descobri que o layout da camisa não foi invenção de um aloprado qualquer da feirinha candanga, uma vez que diversos modelos da indumentária são comercializados pela internet.

Passado o estranhamento inicial, percebi que o inventor da camisa não é apenas uma pobre alma sem a menor capacidade de interpretar uma mensagem. Na verdade, esse cara é um gênio. O Clã Presidencial é muito parecido com a Famiglia Corleone.

Senão vejamos: o primeiro filme da lendária trilogia de Francis Ford Copolla mostra um momento de turbulência no seio de uma poderosa família, a partir do momento em que o seu líder está adoentado e há uma tensão sobre o futuro dos negócios da família e quem irá comandá-la.

Assim sendo, Jair Bolsonaro realmente é Vito Corleone, o chefe da família que vê sua saúde se deteriorar após sofrer um atentado. O herdeiro natural ao cargo seria Sonny Corleone, o irmão mais velho, que acaba abatido em meio a uma confusão com grupos criminosos. Sim, estamos falando de Flávio, abatido no esquema milícia/laranja.

Há então uma tensão no filme entre Michael e Fredo Corleone. Fredo é o segundo mais velho e sempre esteve dentro da família, mas é meio esquisitão e ninguém coloca muita fé nele. Vocês ouviram falar de Carlos? Já Michael, o caçula, é mais novo de todos e sempre esteve mais afastado dos negócios familiares, chegando a servir o exército. Seria ele o Eduardo, que foi o último a ter cargo político e estava na Polícia Federal.

No meio de toda essa confusão, antigos aliados são vistos como inimigos (Bebiano), o braço direito do grupo passa a ser visto com desconfiança - Onyx x Tom Hagen - e enfim, traições e aliados batendo cabeça.

Acredito até que eles sonhem em repetir na vida real o final do filme.

PS: Claro que há diferença também, mas vão se foder.

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