Guia do Oscar 2019

Sem muitas delongas vamos logo aos nossos comentários abalizados sobre os filmes que concorrerão ao Oscar no próximo domingo (24.02) no Teatro Dolby – outrora conhecido como Kodakão – em Los Angeles. O Oscar, para quem não sabe, é a Medalha Fields do Cinema.

Roma

Filme artístico da temporada, com sua fotografia em preto e branco e o acúmulo de sofrimento e pobreza nas vidas miseráveis das personagens. Há quem tenha chorado em posição fetal ao longo do filme inteiro e quem não tenha entendido nada e achado que a obra de Cuaron é superestimada. O diretor mexicano, aliás, tentará dar a 5ª premiação de melhor diretor ao seu país nos últimos seis anos.

Nasce uma Estrela

Um prêmio para o cinema que é brega sem medo de ser feliz. Um reconhecimento para Lady Gaga e Bradley Cooper, o único cara dentro de uma sala com 100 pessoa que acreditou no sonho dela e fez toda a diferença. Cooper escreveu, dirigiu e interpretou um cosplay de Eddie Vedder nessa porcaria melodramática, com algumas cenas que chegam a ser engraçadas de tão patéticas. Um conto-de-fadas musical, um filme para vender músicas, um futuro sucesso do cinema em televisão nas noites de sábado. Um sucessor para “O Guarda Costas”, talvez.

Bohemian Rhapsody

Espécie de ficção biográfica da vida de Freddie Merucy, Bohemian Rhapsody faz parte da tentativa de Hollywood se renovar e dar espaços para os Blockbusters e gerar engajamento de uma multidão que lotou as salas de cinema movida por essa incrível marca de fazer dinheiro que é o Queen e as imagens de Mercury regendo o público. Rami Malek é um dos favoritos ao prêmio de melhor ator, mostrando que muitas vezes basta você se caracterizar como uma pessoa famosa para concorrer ao prêmio.

Pantera Negra

Primeiro filme de Super-Herói a concorrer ao prêmio de Melhor Filme, Pantera Negra gerará diversos debates sobre o seu mérito ou se é o melhor filme de super-herói já feito. Em todo caso, discute um tema atual e é o filme certo na hora certo. Além disso, dentro da santíssima trindade de sucessos de público que a Academia escolheu para participar da premiação desse ano, Pantera Negra é certamente o melhor.

Green Book

Peter Farelly, o diretor de clássicos idiotas como “Débi & Lóide”, “Quem Vai Ficar Com Mary” e “Eu, Eu Mesmo e Irene”, surge improvavelmente com uma obra série e reflexiva em diversos aspectos. Durante duas horas somos convidados a rir de nervoso com algumas situações, refletir sobre o racismo e criar empatia por um personagem clássico e ainda muito comum no Brasil: o racista gente boa, aquele cidadão preconceituoso mas quem um bom coração.

A Favorita

Poderia ser a clássica novela de João Emanuel Carneiro, mas o diretor de grego de nome impronunciável – como todo bom grego – não teria a capacidade para criar uma história tão intricada como a de Flora e Donatella. Mesmo assim, Προτίμησα ( A Favorita, em Grego) é um filme interessante, com uma intensa disputa de poder entre mulheres em um cenário grotesco que envolve sexo, ataques de gota, assassinatos de pássaros e muitos coelhos.

Infiltrado na Klan

Um negro se infiltra na Ku Klux Klan. O nome desse filme já entrega todo o roteiro, não é mesmo?

Vice

Relato da vida de um personagem aparentemente obscuro e desimportante da história contemporânea, mas que nas telas do cinema surge como o herdeiro direto de Satanás e grande responsável pelo descaralhamento do planeta. Estamos falando, é claro, de Dick Chenney, ex-vice-presidente dos Estados Unidos na época de George W. Bush. Destaque para Christian Bale, que segue em sua competição com Jared Leto pelo título de ator que mais muda de peso nos EUA.

Outros destaques
Meryl Streep não concorre ao Oscar. Alguém deve ter esquecido de entregar o convite dela.

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