Menino do Acre, o Retorno (literalmente)

Depois de cinco meses, Bruno “menino do Acre” Borges retornou para a casa dos seus pais em Rio Branco. Durante esse período, muitas coisas se esclareceram, outras permanecem completamente inexplicáveis, mas é possível ter uma opinião bem diferente sobre este estranho caso.

Na época do seu desaparecimento, todos os indícios davam a entender que Bruno Borges, coitado, havia enlouquecido. Vivia trancado no quarto lendo e desenvolvendo uma teoria, desapareceu sem deixar vestígios e deixou para trás uma instalação artística, com 14 livros codificados e passagens transcritas nas paredes. Parecia um caso qualquer de esquizofrenia e era difícil não sentir pena desta pobre alma.

Pois bem, logo nas primeiras horas descobriram que o código utilizado para criptografar a obra do Menino do Acre era originário do Manual do Escoteiro da Disney. Foi o primeiro indício de que o cara estava de sacanagem. A família começou a traduzir os livros para tentar descobrir alguma coisa e as primeiras páginas divulgadas não faziam o menor sentido. As investigações policiais terminaram rapidamente, porque chegaram a conclusão de que ele havia sumido por vontade própria e como uma estratégia de marketing para lançar os seus livros.

O primeiro livro com a teoria Brunoborgiana, conhecida como Teoria da Absorção do Conhecimento(TAC)  foi lançado em um evento familiar - o que demonstra a canalhice da família que, deveria estar transtornada com todo o drama - e chegou rapidamente a lista dos mais vendidos, catalogado como uma obra sobre religião. Cinco dias depois do livro alcançar o top 10, Bruno Borges voltou para casa sem dar mais explicações.

Em uma entrevista para o Fantástico, era meio óbvio que isso iria acontecer, o Menino do Acre disse que não contou para ninguém onde estava e disse que passou este período buscando conhecimento, informação que gera um crossover entre O Menino do Acre e o ET Bilu, no que talvez seja a parceria de mais sucesso do Brasil nos últimos anos, superando Anitta e Pablo Vittar.


O que pode ser absorvido no primeiro dos seus 14 livros sobre a TAC é preocupante. Não por expor a fragilidade de uma mente doente, mas por explicitar os devaneios de uma mente doentia. Bruno Borges escreve um monte de baboseiras sem sentido, frases sem nexo, muito preconceito, e tudo com uma linguagem empolada, típica de quem quer demonstrar falsa erudição.

Bruno não admira mulheres, prega a abstinência sexual (toma muito tempo que poderia ser ocupado na absorção do conhecimento), o isolamento social, nutre uma velada admiração por Hitler. Tudo serve para construir a imagem de um sujeito fechado, com dificuldades de convivência social, principalmente com o sexo oposto, com complexo de inferioridade e que precisa criar uma teoria absurda para justificar seu comportamento e demonstrar alguma superioridade sobre as outras pessoas. Para piorar, armou toda essa presepada para divulgar esse monte de besteira que deveria ter ficado guardada apenas em sua mente perversa. Ou seja, Bruno Borges é um babaca. Pode até ser um louco, mas não é um louquinho do bem coitado. É um maluco do mal.

Não sei se os outros livros de sua TAC serão publicados, é provável que os próximos volumes saiam - aliás, antes de sumir, Bruno deixou uma espécie de contrato para divulgação do livro, o que mostra sua maldade e planejamento - aproveitando ainda o frescor do caso e as vendas do TAC 1º.

Mas, o pior é que, nesse mundo louco em que nós vivemos, é capaz de que algumas pessoas realmente levem a sério todas as besteiras do Menino do Acre. Podemos fortalecer uma legião de sociopatas e, caralho, vai saber que merda isso não pode dar no futuro.

Seria muito melhor que o Menino do Acre nunca tivesse existido. No fundo, ele não passa de uma falsa grávida de Taubaté com aspirações literárias e ideias muito mais perigosas.

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