Quem será o próximo presidente do Brasil?

As eleições presidenciais do ano que vem devem ser muito loucas. Em um cenário com partidos encurralados, classe política demonizada, instituições fragilizadas, recursos financeiros limitados e a população muito louca, é difícil prever o que vai acontecer.  Em um exercício de futurologia analítica, o CH3 reflete sobre os possíveis presidenciáveis de 2018.

Michel Temer
Quando certa manhã Michel Elias Temer acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado em presidente da república e resolveu marcar o seu nome na história, mas, infelizmente para todo mundo, não de uma maneira positiva. O Governo Temer bate recordes de impopularidade e temos dúvida se os familiares do ex-vice-presidente o apoiariam em uma possível reeleição. Mesmo assim, sua candidatura em 2018 foi aventada por alguns aliados a beira de um surto psicótico. A hipótese parece improvável também porque além da falta de votos, Temer também poderia ficar impossibilitado de concorrer ao cargo por não ser ficha limpa. Neste cenário, nem o seu antigo aliado Satanás continuaria ao seu lado.

Lula

A Era Temer tem sido tão sombria que conseguiu fazer com que em pouco tempo Lula deixasse de ser um cadáver político e passasse a ser considerado como uma possibilidade para 2018 por uma parte da população que já sente saudade de outras épocas. As pesquisas mostram que ele lidera tanto as intenções de voto, quanto os índices de rejeição. Com uma base eleitoral fiel e proporcional a quantidade de pessoas que o odeiam, a principal dificuldade do ex-presidente é que não podemos descartar a possibilidade de que ele seja preso amanhã.

Marina Silva
Prestes a se tornar uma espécie de Enéas do novo século, Marina Silva pode ser novamente candidata à Presidência da República no ano que vem. Tentaria angariar votos da esquerda desiludida, do pessoal ecológico e ampliar os votos que recebeu nas últimas duas eleições. No entanto, Marina pode ser tragada pelo sentimento antipetista, pode ser vista como uma política profissional em um momento de ódio para/com a classe política, além das acusações de que ela some em períodos não-eleitorais. Para piorar, depois de tanto tempo, as pessoas podem finalmente se dar conta de que não conseguem entender o que é que ela fala.

Ciro Gomes
Ciro Gomes é um candidato que já circulou nos mais diversos espectros políticos desde a redemocratização. Atualmente, ele milita na esquerda combativa e se tornou extremamente popular nas redes sociais graças ao seu hábito de proferir xingamentos, acusações por vezes sem fundamento, enfim, pelo seu jeito franco, sem rodeios, típico da geração lacradora que ocupa grande espaço nas redes sociais. O problema é que esse seu jeito acaba por justamente envolvê-lo em polêmicas desnecessárias com questões sensíveis a sociedade e gerando ódio de parte da população. Além de ser difícil pensar em um presidente meme. Ou não.

Jair Bolsonaro
Protótipo fascista que figura no imaginário de expressiva parcela da população brasileira, principalmente em um momento de desencanto com a classe política e de crise financeira. Bolsomito, como falam seus débeis-seguidores, tem um discurso forte de ódio contra gays, mulheres, negros, comunistas e outras coisas que ele considera mazelas da sociedade, ao lado dos bandidos. Uma vez no poder, não sei o que ele poderia fazer contra estas pessoas que representam, não sei, 75% da sociedade, mas o pior e que não temos a menor ideia do que ele poderia fazer na economia e em outras áreas vitais do governo, uma vez que ele mesmo se diz ignorante sobre o assunto. Não sei se a pena de morte, a castração química de estupradores ou a institucionalização da tortura seria suficiente para diminuir o desemprego, por exemplo.

Aécio Neves
Segundo colocado nas últimas eleições, Aécio Neves parecia ser a bola da vez para assumir o poder após o fim do ciclo do PT. No entanto, o senador da República está um tanto quanto implicado no rol de delações premiadas divulgadas oficialmente ou em vazamentos, o primeiro a ser comido como diria um profeta nacional. Se eu fosse ele, eu me preocuparia em ganhar algum cargo eletivo no ano que vem, para não correr o risco de perder as benesses do foro privilegiado.

Geraldo Alckmin
Outro forte nome tucano na linha de sucessão presidencial, mas que infelizmente, pelo menos para ele, pode se complicar nesses meandros de operações da Polícia Federal que tanto afligem a classe política nacional. Com forte base eleitoral no mais populoso estado brasileiro, Alckmin também é famoso pela sua absoluta falta de carisma.

José Serra
Exceção feita ao próprio José Serra e talvez, eu disse talvez, alguns familiares e amigos muito fiéis, mas mesmo estes sem muita convicção, ninguém acredita que o vampiro brasileiro poderá ser um dia presidente da República. Mas, todo mundo tem o direito de sonhar e este direito não pode ser negado mesmo para ele que, adivinhem, também está implicado nas delações da Lava Jato.

João Dória
Com todos os nomes do PSDB sendo comidos conforme a profecia de Jucá, quem é que sobra? Ele, o prefeito de São Paulo, João Dória. Mesmo com dúvidas quanto a efetividade da sua gestão, o homem é um fenômeno das redes sociais e se comunica diretamente com a geração hashtag. Consegue aliar a imagem de gestor e a de não-político o que é um estranho fetiche atual da civilização brasileira. Uma vez presidente, o João Trabalhador teria ainda mais roupas para se fantasiar e sair às ruas para cavar poços artesianos, construir casas populares, privatizar o Banco do Brasil, a Petrobrás, nem sei direito quais órgãos ele poderia vender para alguém. Além disso, ele poderia não tomar nenhuma ação concreta e apenas iludir a população quanto a isso com o magnetismo que ele exerce em sua página no Facebook, um presidente entertainer, o pão e circo do século 21.

Luciano Huck
Em uma assustadora entrevista a um grande veículo impresso nacional, Luciano Huck, ele mesmo, o cara que lançou a Tiazinha e a Feiticeira, não refutou da possibilidade de ser candidato à Presidência da República. Sabe-se lá por quais razões, o homem tem uma boa imagem perante a população, é associado a caridade, tem uma esposa bonita e uma família feliz, enfim, coisas que o brasileiro gosta. Não precisaria gastar muito dinheiro na campanha, porque o seu nome já é suficiente massificado entre a população. Já percorreu todo o Brasil. Uma vez presidente, poderia entregar obras para o povo mediante a realização de tarefas pelos beneficiados. Angélica também poderia colocar os atores da Globo todos para realizar ações beneficentes e resolver os problemas do Brasil. Com um ministério formado por Marcelo Rosenbaun, Thiaguinho, Fernanda Souza, Bruno di Lucca, Bruninho Rezende, Rafael Zulu, o Palácio do Planalto sairia das páginas policiais e entraria de vez para a coluna social, além de resolver o problema da Globo, que não sabe mais onde enfiar artistas com contratos longos, uma vez que existe um limite para a quantidade de programas que podem ser exibidos no GNT, Multishow ou mesmo de apresentadores para o É de Casa. Tenham medo.

Sérgio Moro
Juiz popstar, ídolo nacional, Sérgio Moro é uma das poucas pessoas admiradas por larga parcela da sociedade brasileira. Seu nome é associado aos ideais da ética, da honestidade, do trabalho, da pureza, do milagre da reencarnação de Cristo. Caso ele decida sair do conforto e do clima fresco de Curitiba para disputar as eleições presidenciais, ele seria um nome obviamente forte. No entanto, há um pequeno problema nisso tudo: A grande qualidade profissional do juiz Sérgio Moro até o momento é a sua capacidade de mandar prender pessoas que cometem atos ilegais. Infelizmente, um presidente da República só pode mandar prender pessoas em Estados de exceção. Todavia, a prisão de pessoas não é também uma política pública de qualidade.

Dráuzio Varella
Sim, até o momento ninguém lançou o nome do simpático Doutor Áuzio Varella para concorrer ao cargo máximo da nação, então o CH3 toma esta iniciativa. Ponderado, sensato, simpático e com amplo conhecimento em vários assuntos, Áuzio é o nome certo para governar o Brasil.

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