Seis filmes que inexplicavelmente concorreram ao Oscar

Será que daqui alguns anos sentiremos vergonha de La La Land? Será que vamos olhar para seu título escroto, finalmente perceber que ele é um filme com pessoas cantando e pensar como é que esta porcaria fez tanto sucesso? Como ele foi capaz de ganhar todas as premiações possíveis e aquelas que foram inventadas apenas para contemplá-lo?

Pode parecer uma heresia nos dias atuais, mas eu sempre me lembro de Titanic que no primeiro semestre de 1998 era facilmente apontado como a maior façanha já produzida pelo homem em todos os tempos e que hoje é um filme que nos causa um pequeno constrangimento. Ganhou 11 Oscars, mas isso não significa muita coisa.

Pensando nisso, o CH3 elaborou esta lista, com seis filmes que concorreram ao Oscar e, caramba, como é que isso aconteceu?

1) O Artista (2012)

A história de um ator de cinema mudo que vê sua carreira entrar em declínio a partir do momento em que as películas passam a ser faladas. O argumento do roteiro não seria dos piores, mas o diretor resolveu fazer um filme mudo, igual aos da época em que se passava o filme. Uma paródia vagabunda, provavelmente o primeiro filme premiado no Oscar por ser assumidamente ruim. Cinco anos depois, duvido que alguém o assista impunemente.

2) Avatar (2010)
Meu saudoso amigo Dyolen desenvolveu uma teoria interessante. Segundo ele, Avatar seria um bom entretenimento, caso ele fosse rodado no dobro de velocidade, efeito que pode ser simulado em aparelhos de DVD.
Avatar foi um dos filmes mais caros da história e inaugurou a era do cinema 3D, 4K, ou qualquer outra sigla que signifique imagens ultrarrealistas, alta definição e a sensação de estar dentro da tela. No entanto, a história do conflito futurístico em um planeta imaginário de seres azuis e suas três horas de duração fazem com que Avatar seja o filme mais chato da história e um desperdício de dinheiro. Ok, deu um trabalho monstruoso pro cara fazer esse filme, mas tem muita gente há anos ai se esforçando para fazer merda e que não ganha prêmio nenhum.

3) Seabiscuit (2003)

Não sei dizer qual é o motivo, mas o pessoal do Academy Awards tem uma queda por cavalos. Todo e qualquer drama que envolva um cavalo em um papel central já é candidato ao prêmio. Cavalos amigáveis, cavalos selvagens, superação de desafios na relação humano-animal, tanto faz o plano de fundo. Seabiscuit, um cavalo que fez sucesso durante a grande depressão norte-americana, é uma história legal para a Sessão da Tarde, mas o fetiche equino da Academia o levou a disputar o prêmio de melhor filme. Perdeu, é lógico.

4) Shakespeare Apaixonado (1999)

Um triângulo amoroso envolvendo Shakespeare, que passava por um período de bloqueio de ideias. Uma comédia romântica boba, daquelas que jovens casais vão ver no cinema para ter um desculpa de se pegar na hora em que as luzes de apagam. Esta porcaria ganhou sete Oscars derrotando o Resgate do Soldado Ryan e a Vida é Bela. Indefensável.

5) Babe – O Porquinho Atrapalhado (1995)

Eu assisti Babe quando tinha nove anos de idade e naquela época eu não fiquei impressionado. É um filme infantil besta como são muitos filmes infantis, talvez ainda mais bestas que outros filmes do gênero. Não há uma explicação lógica para que a história do porquinho que quer ser pastor e faz amizade com outros animais tenha concorrido ao Oscar de melhor filme. Caralho gente, é um filme de animais falantes! O pessoal de Hollywood deve ter fumado muita maconha nesse ano.

6) Ghost do outro lado da vida (1991)

Ghost é um filme que faz muita sucesso com algumas tias suas, pode ter certeza. Apaixonadas pelo Patrick Swayze defunto, muitas mulheres choraram ao ver a cena do molde de barro ao som dos Righteous Brothers cantando Unchained Melody (ooohhh, my looooove). Esta é, certamente, uma das cenas mais bregas da história do cinema mundial, que coroa mais uma atuação pavoroso do Swayze. Demi Moore está tão convincente quanto uma atriz de malhação e só a Whoopi Goldberg confere alguma graça ao filme. O roteiro rocambolesco – o cara é morto por descobrir uma fraude na empresa e seu fantasma fica vagando por aqui para tentar a vingança – cenas incrivelmente sombrias e mal feitas de espíritos agarrando as almas penadas e uma cena final que, caralho, a cena final é inacreditavelmente ruim. Esta porcaria concorreu ao prêmio de melhor filme e ainda ganhou o Oscar de melhor roteiro, mostrando que nem sempre dá pra levar a Academia a sério.

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