Michel Temer volta atrás na decisão de voltar atrás

Em reunião com sua equipe de ministros na manhã desta quarta-feira, o presidente da República, Michel Temer, voltou atrás da decisão de convocar a reunião com os ministros. Em comunicado a imprensa, o mandatário nacional afirmou que a convocação para a reunião foi um mal entendido, um estudo preliminar que ainda não havia sido definido e foi publicado em sua agenda equivocadamente.

Após dispensar os seus ministros, afirmando que aquele encontro jamais havia ocorrido, Temer foi comunicado por um assessor direto que o cancelamento da reunião estava repercutindo muito mal entre os seus ministros. Diante da exposição negativa do caso, o presidente voltou atrás e decidiu convocar sua equipe novamente para uma nova reunião em que negou que havia convocado uma reunião anterior e que a mesma não havia sido cancelada, mesmo porque ela não existia. Temer disse que o equívoco era uma tragédia.

A declaração do presidente não foi bem recebida nas redes sociais, que o acusaram de mau uso da palavra tragédia. Diante do fato, Temer voltou atrás e explicou o sentido etimológico da palavra tragédia e alegou que havia sido mal interpretado, negando que estivesse eventualmente desrespeitando qualquer pessoa que pudesse se sentir desrespeitada por ter vivido algo que ela considera uma verdadeira tragédia, o que não seria o caso do cancelamento de uma reunião que jamais existiu porque nunca foi convocada.

Pouco antes do almoço, o portal globo.com trouxe a denúncia de que uma secretária de Temer havia confirmado que a reunião havia sido marcada. A reportagem mostrava cópias da planilha com a agenda do presidente, além de prints de conversas de Whatsapp do grupo ministerial de Temer, chamado “PLANALTO ELITE”, em que uma pessoa identificada como Michel Temer faz a convocação para que todos os ministros comparecessem no Palácio do Planalto na manhã desta quarta-feira.

A veiculação da reportagem provocou uma crise no núcleo duro do governo e a secretária de imprensa do Planalto convocou uma entrevista coletiva. Temer afirmou que não participa de grupos do Whatsapp, que desconhece a existência de um grupo de ministros, e que, uma eventual convocação para que os ministros comparecessem no Planalto seria apenas um ato cívico de ocupação dos espaços públicos, de maneira cordial e civilizada, como sempre deve ser.

Ao ser confrontado com conversas que Temer teve no Whatsapp com alguns jornalistas, o presidente voltou atrás e disse que havia desinstalado o aplicativo há duas semanas. Um jornalista mostrou uma conversa que os dois tiveram naquela manhã e o presidente novamente voltou atrás e mandou todos pra puta que pariu.

Após a coletiva, Temer se dirigiu a um restaurante da rede Subway, onde permanece a mais de cinco horas tentando montar o seu sanduíche.
A única coisa que não volta atrás é o tempo, que segue sua lenta e angustiante marcha rumo ao definhamento do corpo e da alma

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