Novos Tempos

No princípio Deus criou o céu e a terra, a terra era vazia e vivia nas trevas. Deus disse “haja luz” e luz houve. Depois as coisas começaram a ser criadas de uma maneira um tanto quanto aleatória e acabaram saindo controle, gerando guerras por território, fome em massa, destruição, caos, mortes e todo e qualquer tipo de miséria e desgraça que a humanidade possa viver. É nesse estágio em que o mundo ainda se encontra até os tempos atuais.

No fim, parece que haverá um evento conhecido como Juízo Final, uma espécie de grande sessão do Supremo Tribunal Federal em que todo mundo será condenado a arder para sempre nos mármores do inferno, podendo ser eventualmente perdoado se tomar uma série de medidas drásticas ao longo de suas vidas. Enquanto esse dia não chega e segue sem uma data confirmada, vivemos naquela situação já citada: guerras, fome, destruição, caos, mortes, miséria e desgraça.

Essa visão bíblica do planeta pode ser estendida para vários outros assuntos cotidianos. Nossa vida, por exemplo, é parecida. No princípio somos uma minúscula bola de células, completamente desprovidos de qualquer faculdade mental, começamos a crescer de maneira um tanto quanto aleatória e quando vamos ver, vivemos uma vida de fome, miséria, desgraça e caos. Até o dia em que temos nosso Juízo Final particular e morremos, fazendo com que nosso corpo se torne um mero problema sanitário.

Podemos dizer que assim é a vida de um blog também. Ele surge do nada, cria um monte de coisas mirabolantes, passa por um caos infinito até o dia em que ele acaba. Acredito que o CH3 não chegou ainda em seu juízo final - Todos sendo condenados ao inferno, exceção feita ao Cão Leproso e talvez Hanz o Pansexual, cuja habitação no inferno seria negada e ele vagaria na terra por sempre -, mas estamos embrenhados nessa fase de caos.

Vocês, seis leitores do CH3, devem ter percebido que nos últimos tempos a programação de posts clássica do CH3 dos últimos anos (segunda, quarta e sexta), foi por água abaixo. Estamos com posts quase sempre na segunda, muito frequentes na quarta, por vezes na quinta e cada vez mais raros na sexta. O motivo? Oras, as dificuldades de se escrever um texto e arrumar assuntos para serem discutidos, com o agravante de encontrar um tempo para desenvolver o texto. É bem difícil, vocês nem imaginam. Ou talvez, imaginem, não sei o que escrever nesse parágrafo.

Nos últimos tempos, tem sido mais difícil, cada vez mais difícil. Por muito tempo eu pari textos de última hora apenas para manter a tradição dos três textos semanais, mas tem hora que não dá. Não que seja absolutamente impossível postar três textos em uma semana, mas há a questão da qualidade. Cansei de, nos últimos meses, publicar textos simplesmente ridículos e completamente esquecíveis apenas para marcar presença. Cansei de enrolar o público leitor e de enganar a mim mesmo, fazendo uma coisa que não me dava prazer, quase que pelo transtorno obsessivo compulsivo de cumprir a meta dos três textos semanais.

Poderia deixar como estar, simplesmente não postar em um dia para estranheza dos cinco leitores do CH3, ou dar uma desculpa qualquer no Twitter, dizendo que o cachorro comeu meu texto novo, ou que os alienígenas invadiram meu quintal e levaram meu computador e por isso não vai ter texto hoje. Mas este blog, essa porra aqui, tem compromisso com os seus quatro leitores e com a transparência. São compromissos morais com a vida e com o planeta e é por isso que eu quero ser seu próximo presidente da república. Para dizer a verdade, é por isso apenas que escrevo este texto, longo texto que já reduziu o nosso número de leitores para apenas três.

A partir de agora, os três textos semanais passam a ser uma meta utópica, que invariavelmente será atingida e em muitas outras vezes não. Trabalho com a perspectiva mais realística de entregar dois textos para os dois leitores do blog. Espero que na segunda-feira um e o outro na quarta, na quinta ou ainda na sexta. Por vezes pode aparecer algum na terça-feira. Não sei. Apenas garanto que os sábados e domingos continuarão abolidos, exceção feita a algum possível motivo extraterreno. E é isso.

Abraços do único leitor do blog.

Comentários