De volta para o futuro

O cidadão misteriosamente viajou vinte e poucos anos no tempo e parou no Brasil em 2015, desafiando as leis de Newton, de Einstein e da vida.

Ainda meio perdido com todas essas inovações tecnológicas que revolucionaram o mundo nestes vinte e poucos anos, ele começou a se inteirar sobre tudo.

Se surpreendeu com a atual presidente da república, que ele nunca havia ouvido falar. Percebeu alguns nomes que ele nunca havia ouvido falar em sua vida que ocupavam cargos políticos. Então soube que Renan Calheiros era o presidente do Senado. Começou a conferir os nomes de Tasso Jereissati, Ronaldo Caiado, Edison Lobão, Álvaro Dias, Roberto Requião, José Agripino Maia, José Serra, Marta Suplicy e pensou que a máquina havia falhado em algum ponto. Brincou que só faltava o Sarney e lhe falaram que ele era senador até o ano passado.

Não acreditou quando viu que o Collor era senador. Que quem estava lá também era o Lindbergh Farias e que os dois em alguns momentos eram parceiros na política.

Viu as notícias sobre a inflação, sobre o impeachment, críticas ao Dunga na seleção, Ébola.

Que a Xuxa estava estreando um programa novo na televisão. Viu sobre celulares novos e gigantes, cujas baterias não duravam nada.

Ele já estava achando tudo aquilo muito estranho quando viu que as eleições voltariam a ser disputadas com votos de papel em urnas com lona.

Compreendeu que apesar de todas essas inovações tecnológicas que revolucionaram o mundo nestes vinte e poucos anos, pouca coisa havia mudado. Que Einstein estava certo, que o tempo é relativo e que se algumas coisas  mudam muito, outras não mudam nada. Que o tempo às vezes simplesmente não passa.

Comentários