A onipresença do Subway

Não sei dizer ao certo quando é que a franquia mundial de sanduíches Subway foi lançada e muito menos quando é que ela chegou ao Brasil. Vocês devem saber que este não é um blog muito afeito a confirmação de informações e a checagem dos fatos. Mas lembro-me muito bem da primeira vez em que fui a um deles aqui em Cuiabá. Não, não me lembro da data, mas me lembro da ocasião e que na época ainda parecia um ato solene, o Subway exalava novidade.

Cinco ou seis anos depois desse dia é muito interessante perceber que o Subway é a franquia mais popular da cidade. Não falo apenas das lanchonetes, mas de qualquer loja possível. Hoje em Cuiabá nós temos mais Subways do que farmácias, papelarias, lojas de roupa. Há mais subways do que bocas de fumo na cidade.

Recentemente eu fui surpreendido por um Subway na entrada do meu bairro. Juro que eu passo por ali todos os dias e não havia percebido sua existência. Até que um dia minha mãe me avisou e no dia seguinte eu vi uma loja por lá. Tenho absoluta certeza de que ela foi construída durante a noite. Em Cuiabá, nós somos surpreendidos pelo surgimento espontâneo de lojas do Subway. De vez em quando paramos em um semáforo, olhamos para o lado e vemos uma dessas lanchonetes.

Muita coisa mudou desde que ele chegou até a cidade e me falta conhecimento para saber se esse fenômeno se repete em outras cidades do Brasil. Se lá atrás nós comparávamos o Subway ao McDonalds ou qualquer outra rede mundial de fast food, nos tempos atuais, a única comparação possível da rede é com... os pontos de ônibus. Talvez ainda haja mais pontos de ônibus do que Subways em Cuiabá.

O Subway soube se posicionar no mercado, seja fisicamente, seja no imaginário popular. A marca soube se vender como uma opção de lanche rápido, saudável e com preço mais acessível do que os concorrentes. Você come um sanduíche de 15 centímetros com recheio, algum queijo e molho sem a impressão de que suas artérias irão entupirar e sem precisar pegar um financiamento no banco para pagar.

Eles investem em propaganda e muitas das lojas funcionam 24 horas por dia. Seu posicionamento estratégico em todas as avenidas da cidade faz com que o Subway seja um forte concorrente não do McDonalds, mas sim dos tradicionais carrinhos de cachorro quente e outros lanches que funcionam por aí desde muito antes de versões similares, frescas e caras ganharem a alcunha detestável de food truck.

No Subway você encontra pessoas indo para a balada, voltando da balada, indo ou voltando do culto, saíndo do trabalho, indo para o trabalho. O atendimento não é tão demorado, exceção às vezes em que um retardado está na sua frente na fila e demora 89 segundos para escolher cada uma das opções. Bem, como isso sempre acontece, diria que o atendimento não é tão rápido assim, retiro o que eu disse.

O fato é que você encontra de tudo no Subway e sempre encontra um Subway. Deve haver algum programa do Governo Federal do tipo, meu Subway, minha vida, porque não é possível. Qualquer dia você vai chegar em casa e encontrar uma franquia da loja na sua sacada. Vai encontrar Subways dentro de outras lojas. Talvez você comece a trabalhar num Subway, porque o seu trabalho se transformou em uma franquia.
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Isso não deixa de ser preocupante. É preciso que haja demanda para que as lojas continuem existindo e pelo jeito isso ainda acontece. Mas, nesse ritmo, em breve vai ter que ser baixado algum decreto obrigando as pessoas a se alimentarem apenas no Subway para manter o mercado e não provocar uma crise de desemprego.

E então todo mundo passará a carregar aquele característico aroma de pão no forno e queijo derretido.

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