9 Textos Clássicos

Caros amigos CHnautas, ela chegou. Não, não é a varíola, a peste, a fome ou a gravidez prematura. Quem chegou é a Semana CH3 2015, este evento grandiloquente que está aí para marcar este período do ano em que nós fazemos aniversário. E no ano da graça de dois mil e quinze o blog cê agá três completa inacreditáveis nove anos.

Para começar, elegemos nove textos clássicos do CH3 publicados ao longo destes nove anos de existência. Uma oportunidade para você, fã que nos conheceu em algum período destes nove anos terem uma visita guiada aos textos que moldaram nosso caráter. Oportunidade também para você que acompanhou nosso início e depois nos abandonou... não, acho que você não está lendo isso aqui.

O processo de seleção dos textos aqui presentes foi elaborado. Primeiro, montamos uma comissão eleitoral, composta por uma pessoa. A comissão bateu o olho sobre os títulos dos posts, realizou uma busca mental dos textos e decretou: estes daqui são os clássicos.

1 Três Formas de Se Fazer Justiça
Um texto publicado logo no começo da nossa jornada e que mostra a gênese do estilo CH3: humor absurdo, alternativas nonsense para as situações corriqueiras do cotidiano. “Três Formas” surgiu a partir de uma aula de Ética na Comunicação, no quarto semestre do curso de jornalismo. O lendário Professor Tenquini ensinou quais eram essas três formas e praticamente me deu o texto de graça. Como não fazer piada com isso?
Trecho Marcante: “Vá até o supermercado portando um canivete, ou uma espingarda, faça o gerente comer o pão estragado, atire em todos os enlatados e leve quantos pães quiser para sua casa”.

2 A Dieta do Chá de Cogumelo
Pela primeira vez na minha até então curta carreira de blog, eu senti que estava escrevendo algo muito bom. O texto foi rascunhado em uma aula de Redação Jornalística II (a sala de aula, sempre ela), no meu lendário caderno, antes de ser transcrito no computador. Nada nesse texto faz muito sentido: explicações técnicas sobre o uso de canecas, a aparição de um misterioso lobisomem e notas de rodapé atribuídas ao Barney dos Flintstones. Gostaria que esse texto fosse declamado no meu velório.
Trecho Marcante: “CANECAS: Em outra vida foi um frei. Seu pai Canecão, é uma famosa casa de shows. Seu filho Canequinha toca teclado no Faustão. Ou eu estaria confundindo com Caçulinha?”

3 A Prática do Jornalismo
Ainda na faculdade eu percebia a merda na qual eu estava me enfiando: o jornalismo. O texto gerou comoção e identificação imediata com meus colegas de sala, com colegas de profissão e foi parar em diversos blogs (incluindo o do Sindicato dos Jornalistas) e em perfis do Orkut. Até hoje meus amigos de curso se lembram de mim por esse texto, baseado no drama dos alunos de jornalismo do quinto e do sexto semestre. O pior foi perceber que a faculdade é apenas a realidade reduzida da vida real no mercado de trabalho.
Trecho Marcante: “O jornalista também não dorme. Esse tempo é dedicado para pensar em pautas. Os sonhos de um jornalista tem lead e sub-lead e estão em pirâmide invertida”.

4 Como se tornar crítico de cinema
O texto mais comentado da história do CH3, para o bem e para o mal, tem sua origem indefinida. Realmente não consigo me lembram como é que a ideia me veio, mas tenho certeza que eu li alguma crítica bem intelectual sobre um filme pop e resolvi tirar um sarro. Outro texto marcante, mas que só se transformou no que é por conta de um comentário anônimo.
Trecho marcante: “Como é?! Trabalho de critico não é brincadeira, tampouco alguma função que se baseie em velhos clichês e costumes preguiçosos”.

5 O Carnaval de Paranatinga
Muitos são os motivos que podem transformar um texto em um clássico. O principal deles é ter feito Vinícius Gressana se cagar de rir, literalmente. “O Carnaval em Paranatinga” é uma dramatização dos eventos vivenciados por Gressana no ano anterior, nesta mesma cidade. Bem, na verdade ele só relatou um dos acontecimentos do post (o telão mostrando Crazy Frog – lembram dele – pela eternidade), mas seu relato descrevia um carnaval de merda, tal qual ocorre no texto que me gerou o ódio de uma cidade e duas ameaças de morte.
Trecho Marcante: “Existem três escolas de samba na cidade. A Caralho Pulsante, Boceta Nervosa e Cuzinho Apertado”.

6 A Máfia das Bermudas Caqui
Esse é um texto praticamente perdido no blog, mas eu o resgato por marcar o estilo inconfundível do Tackleberry. Nosso fundador costumava a se interessar aleatoriamente por assuntos excêntricos e se aprofundava em um processo de pesquisa que resultava em um texto ofensivo e cheio de informações que nunca saberemos se são verdadeiras ou não. Para melhorar, esse texto sobre escoteiros gerou a revolta de um cidadão que nos xingou muito no Gmail. Anos depois, conheci o desempenho profissional dele (horrível) e me divirto toda vez que lembre que um texto nosso o deixou furioso.
Trecho Marcante: “Hoje estima-se que existam cerca de 28 milhões de escoteiros espalhados pelo mundo, todos avidos consumidores de bermudas caqui e portadores de hábitos bem peculiares, como só cumprimentar com a mão esquerda e fazer uma saudação com os dedos médio, indicador e anular estendidos unidos, além de uma estranha paixão por animais”.

7 O Mangá e dos Jovens
Nos idos de maio de 2010 eu já tocava o CH3 sozinho. No entanto, fui abatido por uma misteriosa virose e fiquei impedido de postar. Recorri a Vinícius Gressana e encomendei dois posts ao blog. Um deles é um clássico pós-moderno sobre a tendência de transformar personagens clássicos dos gibis em personagens de mangá, sempre adolescentes. Meses depois, Gressana voltou para seu último post, um versão Mangá dos personagens do CH3, também clássico.
Trecho Marcante: “Mangá do Didi Mocó jovem. Pois é. Onde o mundo vai parar”.

8 Ombudsman da Humanidade
Em meados de 2011 o então cantor Lobão era uma figura polêmica que não havia se transformado em um louco fanático com complexo de perseguição. Um dia, percebi que ele havia desistido da música para se dedicar a dar opiniões sobre o mundo e pensei comigo mesmo “esse cara é um ombudsman da humanidade”. Pesquisei o termo no Google e descobri apenas uma citação ao termo e que ninguém jamais havia discorrido sobre ele. Desde então, me dediquei a divulgar o tema – divulgação não muito bem sucedida, reconheço. Entretanto, entre outras coisas, reconheço nesse texto uma síntese do que o CH3 se transformou depois: menos piadas, menos nonsense, mais comentários pejorativos e questionamentos sobre a vida.
Trecho Marcante: “E quem estaria por trás dessa rede mundial? Sem dúvidas, a OAB”.

9 3 Propostas de Samba-Enredo
Para finalizar, um texto contemporâneo – sim, o blog é dividido em eras não específicas que ninguém sabe quando começam e quando terminam. Escrevi o texto após ver a Mangueira homenageando Cuiabá em um samba completamente sem sentido, enquanto outra escola sambava sobre a história do iogurte. Postei no Facebook que aguardava um enredo sobre o Frango Frito e como ninguém o faria, resolvi eu mesmo fazer. Contei para isso com a colaboração de um amigo de trabalho e na sala de recepção do governador de Mato Grosso chegamos a um total de três sambas. Também sinto orgulho desse texto.
Trecho Marcante: “Eva representada pela mulher maçã, toda nua, apenas com o corpo pintado. Para o papel de Adão, pensei em Rubens Ewald Filho”.

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