A Magia do Terno Branco

Com certeza você assistiu ao vídeo em que José Sarney, de adesivo da Dilma Rousseff no peito, vota em Aécio Neves para presidente. Você viu ele deslizando marotamente o dedo sobre o número 1 e logo abaixando para o número 4 e o número 5. Quando o vídeo veio a tona, Sarney denunciou uma clara montagem, mas mais tarde admitiu o voto aécista como uma homenagem ao seu avô e parceiro de chapa Tancredo Neves.

No meio dessa polêmica toda, poucas pessoas perceberam o figurino trajado pelo líder do clã Sarney. Ele estava com um portentoso terno branco, símbolo da virilidade, da crueldade, da dureza. Um homem de terno branco e bigode é um homem automaticamente respeitado, que ninguém ousará afrontar. Veja essa foto.

Veja como ele é a encarnação do mal. Veja que se você dizer qualquer coisa sobre ele, ele irá mandar seus capangas te perseguirem, arrancarem sua pele e te mergulharem em sal grosso. Veja que você não tem esse mesmo sentimento em relação ao Sarney trajado com ternos escuros.

Olhe então, como fica o Ribamar na bancada do Senado, com vários companheiros de terno branco. Quem é que teria coragem de chegar para eles e falar “rapazes, queiram por favor se retirar daqui”? Ninguém.

Perceba que muitos senadores de cunho coronelista se transformam na encarnação do mal com o terno branco adornando seus bigodes. No caso do lendário ACM, o terno nem precisava ser branco, apenas claro.

E o que vocês diriam do Collor, heim? Até passou a acreditar nas denúncias satânicas feitas pela sua ex-mulher.

Nem precisa ser necessariamente político. Veja esse povo simpático.

Ou seja. Se você quiser botar moral em alguém, não se esqueça: ponha seu terno branco e conquiste seus objetivos.

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