Perguntas que não poderiam faltar

Nas últimas semanas todos nós presenciamos um massacre em horário nobre. Todos os candidatos presidenciáveis foram à bancada do Jornal Nacional (exceto uma, que viu a bancada ir até ela) para serem fustigados com perguntas calientes, provocativas, que apontam constrangimentos, contradições, contravenções, falcatruas, crimes, confusões e aventuras.
Candidato, você é contra ou é a favor?

Claro que as entrevistas geraram polêmicas e isso não é nenhum mérito do Bonner e da Poeta, já que a polêmica é gerada espontaneamente, como as baratas da abiogênese. Mesmo assim, eu não gostei das entrevistas – não necessariamente pelo ar inquisidor dos entrevistados, mas porque achei que faltaram muitas perguntas que realmente revelariam a alma daqueles que querem comandar a nação.

Toda e qualquer entrevista deveria começar com a pergunta “Candidato, e as namorada?”. Quebraria todo o gelo inicial e levaria o presidenciável de volta para os tempos de infância, onde imperava a inocência e não havia media training, respostas treinadas e protocolares. Ele, ou ela, seria acometido por aquele terror infantil de ser perguntado pela tia avó sobre “as namorada”. Sua resposta revelaria seu caráter.

“Candidato, o que eu queria saber do senhor é se o senhor aprova o fist fucking”. Inadmissível que nenhum candidato tenha sido interrogado sobre esse assunto. É de fundamental importância saber qual é a reação de um candidato diante da possibilidade de um ser humano introduzir seu braço, até a altura do cotovelo, dentro do ânus de outro ser humano. Aliás, seria interessante colocar os candidatos diante do vídeo de Two Girls One Cup.

Não sabemos, se os nossos candidatos já praticaram a besuntação, mesmo que apenas para fins recreativos. “Untei, mas não lambuzei”, poderia dizer algum e assim o povo brasileiro poderia escolher melhor o nosso governante máximo.

Como os candidatos gostam de comer suas batatas? Eles já tiveram alguma experiência com balões de látex? Tem opinião formada sobre os ornitorrincos? Sabem dizer aonde é que se encontrariam dois trens, um que saiu de São Paulo, outro que saiu de Macapá, na mesma hora e na mesma velocidade? E se estes trens fossem se colidir matando mil pessoas, e eles pudessem desviar sua rota, mas este desvio provocaria a morte de três crianças e mais ninguém, eles desviariam a rota?

É preciso ir direto no cerne da questão.

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