Direita Festiva

Na última segunda-feira os olhos do mundo se voltaram para um problema sério. A dificuldade que os jovens de direita têm para pegar mulher e, consequentemente, se reproduzir. A questão veio à tona em um artigo escrito por Luiz Felipe Pondé, pernambucano de 55 anos, filósofo, escritor, ensaísta, doutor pela USP, pós-doutor em epistemologia pela Universidade de Tel Aviv e que escreve às segundas-feiras na Folha de São Paulo sobre assuntos como religião, ciência e niilismo.

Pondé, que ironicamente é uma das caras da nova direita, alerta que a esquerda vem com aquele papinho mole de que a mulher é dona do seu corpo, oferece um baseado e leva a mulherada vagabunda pra cama. Enquanto isso, essas burras não conseguem entender o papo econômico dos jovens de direita que acabam ficando na mão. Triste, muito triste. Pondé clama que a direita precisa descobrir o seu lado festivo para, consequentemente pegar mulher e se reproduzir. Uma vibe darwinista.
O que os jovens de direita precisam fazer para mergulhar nesta piscina?

O CH3 foi às ruas, escutar a população, ouvir os nossos velhos especialistas de sempre e realizar uma série de experimentos sociais para descobrir como, afinal, a direita pode se tornar mais festiva e, como dizem aqueles anúncios de sites pornôs, deixar a masturbação de lado e partir para ação.

Primeiro, tentamos descobrir como conquistar uma mulher com posicionamentos políticos de esquerda ou de direita. O pedreiro Marcão nos garantiu que mulheres geralmente preferem posições de direita. Antes que abríssemos o Kama Sutra para discutir o espectro político do papai e mamãe, ele nos garantiu que tinha "haver com a mão com que a pessoa escreve". Malicioso, este velho pedreiro.

Uma equipe de sexólogos, pedreiros, atores pornôs, sociólogos e assessores parlamentares, começou a trabalhar na elaboração de uma série de cantadas de esquerda ou de direita. Daí surgiram expressões como “garota deixe me aproveitar da sua mais valia” e “gata, que tal socializarmos nosso suor?”, ou ainda “vou repartir esse latifúndio” e “querida, seu corpo será minha propriedade e você obedecerá minhas vontades a partir de hoje”.
As cantadas do pedreiro da esquerda fazem muito mais sucesso

Na sequência, contratamos o ator Caio Castro para abordar mulheres solteiras na micareta e tentar conquistá-las com cantadas de direita. Conseguiu 100% de aproveitamento. Depois, ele tentou cantadas de esquerda e manteve a porcentagem. Depois, um mendigo de rua recebeu a mesma missão e não conseguiu uma resposta positiva de nenhuma mulher, à esquerda ou à direita. Depois, um cara normal repetiu o procedimento, conquistando alguns beijos e outros tapas na cara.

Nossos pesquisadores foram escutar as mulheres que participaram da experiência involuntária. As que ficaram com Caio Castro afirmaram que acharam ele bonitão e que não chegaram a escutar se ele falava de crianças com fome. As que não ficaram com o mendigo afirmaram que ele fedia a urina. E sobre o cara normal, algumas falaram que ele era atraente, outras não, algumas gostaram do seu sorriso, outras desgostaram do seu suor e terceiras acharam que ele talvez seja um cara legal.

Os pesquisadores concluíram que não é possível medir a eficiência das cantadas politizadas dissociadas de outros aspectos do comportamento humano. Partiram então para a elaboração de estratégias que tornem a direita mais festiva. Após 26 horas de reunião economistas não conseguiram chegar a um consenso de como tornar o apoio a hierarquia social atraente. Publicitários concluíram de que essa ideia já é vendida em 80% dos comerciais que passam na televisão.
Criminosamente, as propagandas de cerveja ofendem os jovens de direita, que nunca conseguirão essas mulheres.

Numa última tentativa, intelectuais de direita pensaram em posar num calendário da Pirelli, mas a fábrica de borracha acreditou que a estratégia não ajudaria a vender mais pneus. Escritores ainda tentaram dar graça e coerência ao texto de Pondé, mas falharam. Frustrados, os profissionais viajaram para descansar em Dubai.

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