Pena de morte através dos séculos

Iniciar uma discussão sobre a pena de morte é um convite para um conflito de opiniões extremadas e balizadas nos mais diversos pensadores da história. Geralmente o debate envereda para as liberdades individuais, a maioridade penal, o casamento gay e a fase eletrônica do Radiohead, último passo antes da Guerra Civil.

Em muitos países, a execução sumária de criminosos faz parte do cotidiano da sociedade, enquanto que em outros ela já foi abolida há tempos. Muitas constituições concordam que o único crime passível de morte é à traição a pátria, enquanto que outros a adotam até para o ladrão de galinhas. O fato, é que nos últimos séculos os assassinatos legalizados perderam muito do glamour de outros tempos. Este post irá analisar as formas mais populares e excêntricas de se matar alguém.

Forca: Ao longo dos anos, a forca tem se mantido como a forma mais popular de matar alguém acusado de algum crime e é fácil entender as razões. O investimento é relativamente simples, não exigindo muito das autoridades penais. Basta um poste, uma corda e um apoio. Proporciona sofrimento ao delinquente, mas não chega a ser agonizante, o que permite que o evento receba classificação etária livre. Além disso, o cadáver exposto não fica desfigurado, novamente garantindo apelo às massas.

Fogueira: Execução show. Consiste em um belo espetáculo pirotécnico. Durante a Idade Média, foi o método preferido pela Inquisição que via na fogueira uma boa maneira de chamar a atenção para a sua causa. Outro ponto a favor: o corpo da vítima acabava se transformando em cinzas, evitando eventuais dificuldades para desaparecer com o cadáver. No entanto, as crescentes preocupações ambientais descontinuaram o processo, uma vez que queimar uma bruxa acarreta em sérios problemas para a camada de ozônio.

Apedrejamento: Forma rudimentar de execução, o apedrejamento é popular desde antes do nascimento de Cristo. A explicação é simples: não exige nenhum aparato e as armas necessárias são encontradas no chão. Além disso, diferente de outras execuções, o apedrejamento não envolve a figura de um carrasco, permitindo a participação popular no ato e fazendo crescer o sentimento de comunidade entre a sociedade. A pena de morte mais democrática, no entanto, não é muito legal para o executado. Com sorte, ele morreria na primeira pedrada. Com azar, ele seria quebrado aos poucos até morrer.
Ai você se pergunta: "porque o cara não foge?". Porque eles está enterrado até a cintura no chão.

Choques: Nos últimos anos é a forma mais popular, amplamente divulgada pelo cinema. O criminoso é amarrado em uma cadeira e recebe descargas elétricas que encerram seus sinais vitais. Símbolo da desumanização do assassinato e fim da era da execução-espetáculo.

Câmara de Gás: Método popularizado por Hitler tem como principal vantagem o fato de permitir várias execuções ao mesmo tempo. A técnica avançou e hoje é possível morrer desta forma sem nenhum sofrimento.

Injeção Letal: Outra forma moderna bunda-mole de dar cabo à vida de um criminoso. Ele é deitado em uma maca e recebe uma injeção que ira acabar com sua vida em alguns segundos. Não há nenhum momento dramático, podemos até imaginar a enfermeira passando o álcool e dizendo “fica tranquilo que é só uma picadinha, não vai doer”.

Guilhotina: O método da guilhotina foi popularizado durante a revolução francesa, quando um rei afeminado foi executado desta forma. Provavelmente é a execução mais glamourosa e motivos não faltam: além da imagem da cabeça rolando e da possível ameaça de que “cabeças vão rolar!”, ela era reservada apenas para as elites. Os mais pobres eram executados com o “garrote”, um enforcamento em uma cadeira. Também é possível decapitar alguém com uma espada, mas de maneira menos eficiente.

Fuzilamento: Execução preferida pelos quartéis e grupos paramilitares. Um método rápido para situações em que uma execução rápida é necessária. Preparar, apontar, fogo! Próximo. Importante observar a necessidade de um muro atrás do executado, para evitar que as balas atingissem o pessoal da cozinha lá atrás.

Desmembramento: Técnica medieval. Uma corda era amarrada em cada um dos membros do criminoso. A outra extremidade das cordas era amarrada em cavalos. Com um sinal, os animais partiam em disparada, arrancando os braços e pernas do cidadão e um pouco mais, dependendo da força dos bichos. Imagino que os carrascos deveriam fazer uma disputa similar àquela da asinha de frango, pra ver quem ficava com o pedaço maior. Caiu em desuso por conta da diminuição das populações rurais e porque depois dava o maior trabalho limpar aquilo tudo.

Esquartejamento: Similar ao desmembramento, mas sem o uso de cavalos. Neste método, o artista, digo, o carrasco, tinha mais liberdade para separar o corpo do criminoso da maneira que lhe parecesse mais agradável. Fazia a maior sujeira.

Empalação: Uma estaca é introduzida no ânus do criminoso. No começo pode parecer um fetiche estranho, mas a situação muda de figura a partir do momento em que a estaca atravessa todos os órgãos internos e saí pela boca. Era muito popular no leste europeu e também durante as cruzadas. A Inquisição utilizava um método similar e, em nome de Deus, despejava óleo fervendo pelo ânus do pagão, que era frito por dentro.

Esmagamento por elefantes: Esta pena era muito utilizada na Ásia em séculos passados e consiste exatamente nisto que vocês estão pensando. Um cidadão era amarrado e um elefante passava por cima dele e seu corpo era reduzido a uma pasta sanguinolenta. Sua principal vantagem estava no potencial da execução enquanto atração turística, mas devia dar um trabalho danado organizar uma morte assim.

Morte por mil cortes: Método originário do Japão, que conduz a execução de alguém à categoria da arte. O carrasco utilizava uma faca afiada e entrava em um combate com o oponente, realizando exatos mil cortes na carne adversária. Uma espécie de tourada humana, aplicada aos traidores da pátria. Cada corte ia destruindo lentamente os músculos e sangrando o executado, que morria lentamente. Só os japoneses para inventar isso.

Roda: Técnica medieval. O sujeito era amarrado em uma grande roda, que ia girando enquanto o carrasco lentamente martelava os seus ossos. O carrasco tinha que tomar cuidado para não matar seu objeto, criando apenas uma dor intensa. Os melhores eram aqueles que não provocavam fraturas expostas, já que a multidão que acompanhava o espetáculo não queria ver sangue. Um golpe preciso era aplaudido. Quando os ossos do condenado já tivessem virado farinha, sua pele era enrolada na roda e o objeto era erguido num lugar alto, onde o saco humano esperaria pela morte.

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