Olimpíadas de Inverno

A princípio a Noruega pode parecer um país meio fracassado. Sim, eles têm o maior IDH do mundo e devem viver em um conforto absurdo, com índices sociais invejáveis. Criaram um modelo de desenvolvimento a partir da exploração do petróleo que serve de exemplo para vários outros países que nunca conseguem colocá-lo em prática. Mas, convenhamos que você nunca escutar falar nada sobre a Noruega nem sobre sua capital Oslo, exceto quando um franco atirador aparece por lá.

Nos grandes eventos mundiais, a Noruega passa praticamente despercebida. É difícil se lembrar de alguma grande personalidade norueguesa. Eles participaram de apenas duas Copas do Mundo, com resultados discretos. Nas Olimpíadas eles também conseguem poucas medalhas, no Handebol (esporte coletivo mais coadjuvante de todos) e em provas de remo, canoagem e vela, herança dos povos vikings, provavelmente.

Uma busca pelo Google por “personalidades norueguesas” se revela inútil, com uma série de nomes desconhecidos, exceto o pintor Edvard Munch. Para que serve, afinal, a Noruega? Bem, para ganhar medalhas nos Jogos Olímpicos de Inverno. Os noruegueses são uma potência nessa competição e acumulam conquistas em modalidades como o Biatlo e o Esqui Cross-Country.

Na teoria, os Jogos Olímpicos de Inverno tem o mesmo peso das nossas Olimpíadas normais, tanto que nos países nórdicos a distinção entre “de Inverno” e “de Verão”, é obrigatória. Para nós, pelo menos, os jogos de inverno são absolutamente sacais com a disputa de algumas categorias que não deveriam sequer ser chamadas de esporte.

O Biatlo, tão forte na Noruega consiste numa prova em que os atletas têm que esquiar na neve e depois atirar num alvo. Esquiam alguns quilômetros, param num lugar e tem que acertar alguns tiros no alvo. Voltam a esquiar, depois atiram de novo. Quem conseguir completar o percurso no menor tempo, ganha. Seria como se no Triatlo, os participantes tivessem que correr 10 km, disputar uma partida de boliche e ainda fazer algumas flexões.

Se contarmos ainda o Bob Marley, percebemos que a Jamaica é muito mais conhecida que a Noruega
Algumas provas são mais normais, como os diferentes tipos de esqui, a patinação (equivalente da ginástica rítmica das Olimpíadas de verdade) e o hóquei no gelo. Já o Bobsleigh ficou famoso depois do clássico “Jamaica Abaixo de Zero” e consiste numa descida de trenó em alta velocidade. Existem outras modalidades que também consistem nisso e nem os especialistas sabem explicar a diferença entre eles.

Os próprios noruegueses foram os responsáveis por criar uma modalidade conhecida como “combinado nórdico”, que envolve esqui cross-country e salto sobre o esqui. Uma combinação aparentemente aleatória e que para espanto geral, não é vencida pelos noruegueses desde os saudosos jogos de 1998. Na Noruega, a modalidade é conhecida apenas como Kombinert.

ô lá em casa
No entanto, a grande estrela dos Jogos Olímpicos Sem Graça, é o curling. Ele é a síntese da competição. Uma modalidade tão sem sal e nonsense que acabou ganhando uma série de adeptos. Até mesmo o campeonato mundial da categoria é exibido nas televisões pagas.

Consiste no confronto entre duas equipes munidas de rodos e pedras de sabão. Um cidadão arremessa a pedra e outros tantos esfregam. Essa pedra bate em outras pedras localizadas no meio de um círculo e ao final disso tudo, uma equipe se sagra vencedora sem que ninguém saiba o porquê.

Pois, este evento mágico está prestes a acontecer novamente, desta vez em Sóchi, cidade russa com 300 mil habitantes na beira do Mar Negro. Como não poderia deixar de ser, o CH3 não irá falar nada sobre essa competição.

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