Amigo Oculto CH3 2013

Todo final de ano este blog realiza um Amigo Oculto. Uma grande confraternização entre os seus integrantes, que já se repete desde 2007. No entanto, a cada ano a sua organização fica mais complicada por conta do afastamento dos membros.

No começo do mês eu mandei um e-mail para o Grupo CH3, para dar início as conversações sobre a organização do evento. Passados dez dias, não obtive resposta. Sei como essas coisas funcionam. A pessoa vê o e-mail e decide responder mais tarde. Então espera outra pessoa responder antes e assim o caso morre. Decidir ligar para um por um.

Telefonei para Pai Jorginho de Ogum e ele me disse beleza, vê aí o que você faz. Liguei para Alfredo Chagas e ele disse que cagava pro assunto. Falei com Marcão e não entendi nada do que ele falou. O problema foi conseguir falar com Vinícius e Tackleberry.

Quando ligava para Vinícius o telefone era atendido pelo seu empresário, que afirmava que ele estava numa viagem de negócios, vendendo os direitos de reprodução do seu Café do Feliz para a China. Tive que insistir várias vezes, até conseguir falar com ele e ele me dizer que iria tentar vir. Com Tackleberry, deixei apenas um recado para sua secretária.

Começamos a trabalhar então nos problemas organizacionais. Pelo sistema de rodízios de sede, Marcão deveria sediar o evento dessa vez, mas, no entanto, ele está brigado com a mulher porque transmitiu leishmaniose pra ela. Não me perguntem como. Alfredo Chagas se negou a sediar o evento, porque segundo ele, o aparelho está ocupado por outros camaradas interessados na contrarrevolução do proletariado burguês. Ninguém queria ir na casa do Hanz, o pansexual, e assim sendo, decidimos por realizar o evento no Carnicentas, aproveitando que o mesmo está fechado para o público devido a uma interdição sanitária reformas de infraestrutura.

Alfredo Chagas voltou a insistir na tese de que deveríamos realizar um Amigo Oculto na modalidade do tipo “ladrão”. Ele sempre tenta isso todo ano e sempre é derrotado. Mas, dessa vez, devido a incerteza da presença de alguns membros, não restou outra alternativa. Ao saber dessa decisão, Alfredo informou que não iria participar. Perguntamos porquê,  se ele sempre quis isso. Ele nos acusou de sermos meros burocratas pragmáticos sem ideias e foi embora.

No sábado, dia 14, finalmente nos encontramos no salão principal do Carnicentas, que exalava um odor de sutura. Pouco antes das 20h, Vinícius mandou uma mensagem por whatsapp informando que não poderia comparecer, porque em poucos segundos iria se besuntar em público participar de uma Twitcan. Às 20h em ponto, chegou um senhor engravatado que disse que iria representar o Tackleberry. Perguntou onde seria montado o dispositivo de honra e se ele precisaria falar. Também estranhou a ausência de público e quando soube do que se tratava, falou que ia ao banheiro e nunca mais voltou. Coitado. Não é qualquer um que sobrevive ao banheiro do Carnicentas.

Pouco antes, ficamos sabendo que Hanz, o pansexual, havia sido detido por tentar roubar um vibrador num Sex Shop na Isaac Povóas. Ele alegou que era para um amigo oculto, mas ninguém acreditou. Bem, mesmo se acreditassem, de nada adiantaria porque a constituição não permite a liberação de presos em caso de furto provocado por participação em amigo oculto. Depois pensamos se ele não entendeu mal o “ladrão” do título. Guilerme Original não está podendo sair de casa e mandou um abraço.

Assim sendo, eu, Marcão, Pai Jorginho de Ogum e Cão Leproso demos início ao menor Amigo Oculto da história. Escrevemos nossos nomes no papel e demos início ao processo. Marcão retirou o primeiro papel e lá estava escrito que Cão Leproso deveria escolher o primeiro presente.

O cachorro sem braços foi até a mesa e pegou um grande presente embrulhado em um papel vermelho. Rasgou a embalagem com os dentes e lá estava uma piroca de chocolate preto, enorme. Cão Leproso olhou para a benga, olhou para nós e voltou a olhar para o cacete. Marcão contou que aquele tamanho é real, feito a partir do seu próprio molde natural.

Cão Leproso retirou o papel e descobriu-se que eu seria o próximo a retirar um presente. Postei me diante daquelas três embalagens e acabei escolhendo um livro. Pensei que era uma escolha mais segura. Abri o embrulho e me dei de cara com a obra “Fortaleza Digital” de Dan Brown. Olhei para Cão Leproso com a pica de chocolate e vi que não era assim de todo mal.

Tirei o próximo papel, marcado com uma digital, indicando que era a vez de Marcão. Ele correu até a mesa e empolgado escolheu uma embalagem azul, escrito Havaianas. “É um videogame”, disse o pedreiro analfabeto. Para a surpresa de todos, realmente era um videogame. Um Mega Drive, com Sonic gravado na memória. Ficamos todos surpresos. Aquilo só poderia ser obra do Cão Leproso, que sempre arruma os melhores presentes.

Marcão pegou o próximo papel, que indicaria que Jorginho de Ogum seria o último agraciado com a escolha de um presente. Escolheu uma pequena sacola e lá estava um par de Sandálias Havaianas cor amarelo gema. Uma confusão mental se instalou na cabeça de todos os participantes.

Terminada a cerimônia, fomos todos embora, em silêncio.

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