Part II - Begins

O cinema é uma indústria que vive de lucros. Sim, não há nenhum demérito nisso, só estou utilizando essa frase para construir um raciocínio lógico. O que os produtores de Hollywood querem é ganhar dinheiro e para isso pouco importa se o filme será uma obra de arte ou um passatempo que serve como plano de fundo para o consumo de pipoca extremamente salgada.

Assim sendo, quando um filme atinge cifras milionárias na sala de cinema, o filme se transformar em uma marca a ser explorada e os produtores pensam nas suas continuações. Nossas salas ficam infestadas de sequências de “Velozes e Furiosos” e “Transformers da vida.

O principal problema das continuações é que, com algumas exceções, elas são pavorosas. Poucas são como “O Poderoso Chefão” ou “O Senhor dos Anéis”, planejadas como trilogias e que foram sucesso de público e crítica. Poucos são como “De Volta Para o Futuro” ou “Indiana Jones” cujos filmes possuem igual capacidade de entretenimento (ok, o 4º Indiana Jones é sacanagem). Temos ainda Rocky, mesmo com o vacilo do quinto filme e “O Exterminador do Futuro”, um raro caso em que a continuação é bem superior ao filme inicial.

Nos últimos anos, também entrou na moda fazer filmes no estilo “A Origem” (Begins, não Inception), talvez por influência do sucesso de Batman Begins. Geralmente, como não é possível arruinar o futuro da história, resolve-se desgraçar o seu passado. É o caso de “O Planeta dos Macacos”, “O Silêncio dos Inocentes”, entre outros.

As piores continuações.

Para elaborar a lista a seguir, utilizei o critério de que o primeiro filme tenha sido pelo menos razoável dentro daquilo a que ele se propunha. Não adianta citar “Velozes e Furiosos”, porque todos foram uma porcaria.

E o Vento Levou 2. Se o primeiro filme definiu o conceito de épico no cinema, contando a saga de Scarlett O’Hara durante a guerra civil norte-americana, essa continuação tem Timothy Dalton (o 007 fracassado) que fora de Clark Gable. Lançado 55 anos depois do original, sua exibição ficou restrita ao Intercine e parece uma novela das 6 piorada.

O Exorcista 2: O original, de 1973 é o filme mais assustador jamais produzido por Hollywood. Estou com medo apenas por citá-lo. Esta bizarra continuação mostra Linda Blair sendo possuída novamente pelo demônio. O que acaba com o filme é a invenção de uma máquina capaz de sincronizar mentes através da hipnose. Como assim?

Meu Primeiro Amor 2. O primeiro filme era bobinho ao extremo, mas fez várias garotinhas suspirarem e chorarem. Anos depois, a menina volta a ter um primeiro amor. Ok, a tradução não ajudou, mas o filme é péssimo mesmo assim.

Mad Max 3. O primeiro filme tem um ar Cult com Mel Gibson muito louco em uma estrada. O segundo tem o charme de se passar em um cenário pós-apocalíptico. O terceiro filme tem Tina Turner e um monte de aberrações. Por incrível que pareça, este foi o que mais fez sucesso no Temperatura Máxima.

Tubarão 2, 3 e 4. Os efeitos especiais e a trilha sonora marcante são o destaque do primeiro sucesso de Steven Spielberg. A continuação conta exatamente a mesma história, só que mais tosco e com um roteiro sem sentido. O tubarão já tinha morrido no primeiro filme! Ainda foi feito um terceiro Tubarão, contando a mesma história de maneira ainda pior, tendo um parque aquático como cenário. Como se desgraça pouca fosse bobagem, ainda fizeram o Tubarão 4, cuja única proeza é ser muito pior do que as outras continuações.

Doze Homens e Outro Segredo. O primeiro filme tinha um elenco estrelar e um roteiro esperto que garantia o entretenimento do público. A continuação tem um elenco estrelar em um roteiro péssimo. Também fizeram um terceiro filme e a série foi interrompida antes que chegassem a Catorze Homens e ainda mais um segredo.

Debi & Lóide 2. O original é uma comédia tosca, mas que é divertida. A sequência é surreal, com atores diferentes e piadas que ofenderiam até o Rafinha Bastos. Ao que tudo indica, uma terceira continuação com Jim Carey e Jeff Daniels será lançada ano que vem. Dois malucos no asilo, provavelmente.

Um Morto Muito Louco 2. Quem é que teve a ideia de fazer um segundo filme com o mesmo defunto dançante? Arruinaram um clássico da Sessão da Tarde.

Jurassic Park 3: “O Mundo Perdido”, a continuação dessa história de dinossauros clonados, era fraquinha, mas passável. Já o terceiro filme... Céus, quantas ilhas com dinossauros existem naquele lugar? Não há argumento possível para o filme. A situação só piora com os velociraptors que matam por maldade.
Muito inteligentes

(to be continued...)

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