O Mago da Cozinha – Culinária Fresca

Felipe Bronze é um dos mais aclamados culinaristas do país. Chefe da cozinha de um suntuoso restaurante no Rio de Janeiro, ele tem 34 anos e estudou três anos em um renomado instituto alimentar de Nova York. Também estagiou em importantes restaurantes e, recentemente, ficou conhecido ao estrelar um quadro do Fantástico intitulado “O mago da cozinha”.

Programas de culinária estão na moda no Brasil e no mundo. Ao ligarmos a televisão poderemos ver o Jamie Oliver, uma ex-miss Brasil, aquele cara do ‘que marrrravilha’, enfim, uma série de pessoas cozinham em frente às câmeras. Fora a Ana Maria Braga e suas versões genéricas

Todos esses programas têm um objetivo em comum: ensinar algum prato para você. Pode parecer algo simples, algo cheio de temperos exóticos, algo diferente, algo para você fazer com o que sobrou na geladeira. Nos mais diversos graus de complexidades, esse programas mostram alguma coisa que você pode tentar fazer e, com alguma prática, é provável que um dia chegue lá.

Ainda existem outros programas de culinária em que o foco é mostrar o cotidiano de uma cozinha de grande restaurante, ou até mesmo, concursos entre cozinheiros. Neste tipo de programa, as receitas não ganham grande destaque. O que importa é estar dentro da cozinha, vendo os dramas da profissão, a correria, as relações pessoais.

O quadro do mago bronzeado se difere destes dois gêneros. Nele, não importam as relações pessoais, tampouco ensinar você a cozinhar. O Mago da Cozinha é um programa que mostra o passo a passo de receitas que você jamais conseguirá fazer. Em suma, um puro exibicionismo do cozinheiro. A começar por alguém se autodenominar ‘mago’.

Na primeira vez em que eu vi o seu quadro, eu estava dentro do avião, o que já reforçou em mim essa confiança de que o programa servia para se exibir. Ninguém dentro de um avião irá conseguir anotar uma receita tão complexa. Depois, basta ver a sua cozinha. Não é uma cozinha. É praticamente um laboratório científico, com utensílios que ninguém nem conhece o nome.

Felipe fez uma releitura do Pato a Tucupi, famoso prato amazônico. Para chegar ao seu resultado final ele passou por processos como:
- Embalar o pato à vácuo e deixar cozinhando num aparelho esquisito por 72horas.
- Criar uma espuma do tucupi em um processo surreal.
- Após tudo isso, servir o prato disposto como se fosse vômito de cachorro.

Buscando pelo seu programa, é possível ver todas as suas receitas e todos os seus pratos. Frescuras inomináveis como “carvão comestível”, “cheiro de churrasco” e... enfim. Todas suas receitas ficam parecendo bolinhas coloridas, igual aquela comida falsa do filme do Peter Pan.

Para piorar a situação, todos os pratos servidos por Felipe são experimentados por alguém especialista no prato original. A opinião é sempre unânime “é bem parecido com o igual”. Porra, você deixa um pato cozinhando por três dias para ficar igual ao que é feito tradicionalmente? É muita frescura.

Em entrevistas pela internet, Felipe crítica àqueles que falam mal do seu estilo de cozinha “molecular”, atribuindo as críticas a ignorância sobre o que é culinária. Também fala que ele cria para aqueles que acham que comida também é diversão. Mas, eu pergunto: como é que alguém pode se divertir cozinhando durante dias inteiros? Ninguém.

Ovo Frito do Mago.
Pegue um ovo e um pouco de manteiga gastronômica. Embale a manteiga a vácuo e a deixe cozinhando em fogo baixíssimo no termodinamizador. Separe o ovo e a gema. Bata a casca em um retrodifiquador junto com óleo de trufa. Pegue um maçarico e cozinhe o ovo. Unte a frigideira de titânio com a manteiga e leve a fogo ultrabaixo por 1 dia. Então, despeje o creme de casca de ovo. Após dois dias, coloque a gema e o ovo por cima. Jogue um pouco de espuma de orégano e pronto. O resultado é bem semelhante a um ovo frito normal.

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