Grandes dúvidas que não têm explicação (18)


Do que vive Eri Johnson?

Dizem as más línguas – algumas boas também, talvez – que Eri Johnson é um ator. De fato, sua biografia mostra que em 33 anos de carreira ele participou de 16 novelas, sete seriados, seis programas, três filmes e duas minisséries. Já atendeu pelo nome de personagens como Juca, Lulu, Casca, Zé da Feira, Tenorinho, Adilson Gaivota e Giácomo Freitas.

Mas, por trás destes nomes engraçados, a verdade é que Eri Johnson sempre interpretou apenas um papel: Eri Johnson. Mesmo que fossem personagens da mais alta complexidade. Ele poderia ser Deus ou um gari de reportagem do Bóris Casoy. Ele os interpretaria jogando bola na praia, desfilando por escolas de samba. Será assim se ele atuar como um indiano em Genebra. Mesmo que não existam praias em Genebra. Nem Escolas de Samba.

Uma espécie de Eri Johnson flagrada durante
acasalamento em seu habitat natural
Nenhum dos 34 papéis que ele interpretou em sua carreira foi marcante. Ninguém jamais disse “Nossa! Nossa! O Eri Johnson estava ótimo em Explode Coração”. Porque, de fato, ele sempre foi o coadjuvante brincalhão da praia. Assim sendo, mesmo tendo acumulado um bom número de atuações ao longo dos anos, nós temos a sensação de que Eri Johnson não trabalha faz tempo. (Até porque, interpretar personagens que vivem na praia o dia inteiro não parece nenhum trabalho).

Durante o carnaval a imagem de Eriovaldo (sim, esse é o nome dele) aparece ainda mais. Ele está onipressente nos estúdios da Globo comentando os desfiles das escolas de samba. Sempre parabenizando a garra que todas as comunidades desfilaram pela avenida. E ele desfila pelo Salgueiro. Seria como se o Mano Menezes comentasse a Copa do Mundo nos momentos em que não dirige o Brasil.

Ultimamente ele também exerce a nobre e essencial função de comediante de Stand Up. Imagino que ele faça sagazes observações sobre o cotidiano na praia, os adversários do futevôlei. Enfim, a união entre Eri Johnson e o Stand Up é a pior coisa que a humanidade viu desde a parceria entre Hitler e Mussolini. Mas é claro que tudo pode ficar pior. Eri Johnson fez um show de Stand Up no Big Brother. Milhares de crianças ficaram cegas quando isso aconteceu.

Podemos concluir, que Eri Johnson exerce a função de estereotipo do carioca. Quando o vemos, já imaginamos a Barra da Tijuca, mulheres sendo atoladas na areia e tudo mais. Agora, do que ele vive?

Provavelmente é do dinheiro que ele ganha com as novelas que ele faz interpretando ele próprio. Ou seja. Ele se interpreta para continuar sendo ele mesmo. Pelo jeito, o papel de carioca é requisitado pela mídia. E fisiológico para Eri Johnson.

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