O Quarteirão do Funk

As imagens são claras. O carro para em algum ponto da Avenida Getúlio Vargas, uma das mais movimentadas de Cuiabá, o ponto de encontro da noite cuiabana, uma das 7 mil avenidas Getúlio Vargas de nosso país. O carro para próximo a algumas meninas. E logo elas começam a dançar funk. E não é uma dança qualquer. É uma dança que faria o autor de “Lambada: a dança proibida” chorar em posição fetal durante um mês.

Em certo momento, uma menina apóia os dois braços no chão e começa uma acrobática posição. O que poderia ser uma apresentação solo de uma pervertida qualquer logo se transforma em um trenzinho exótico. Outra mulher se apóia sobre a primeira. Um homem vem por trás, simulando o coito. Outra mulher por trás do homem. Outro homem por trás desta mulher.



A impressão é que quantos homens e mulheres se aproximassem, todos seriam capazes de se equilibrar neste trenzinho/torre sexual. Uma posição que desafia as leis da física, as leis da constituição e tudo o mais. O vídeo continua, com as mulheres conseguindo esfregar a bunda em todo e qualquer lugar possível, se equilibrando de todas as maneiras possíveis. Algo surpreendente.

É claro que um material deste, com tão farta carga de sacanagem se popularizaria na internet. Comentários se dividiam. Pessoas achavam graças, outras sentiam vergonha de Cuiabá. Filas se formavam nos aeroportos de Cuiabá, de pessoas querendo sair deste lugar, ao mesmo tempo em que filas vinham no sentido oposto. Pessoas loucas que pensavam “isso que é lugar, isso que é lugar”. Em algum lugar, Diogo Mainardi sorria e dizia que pagaria R$ 10 mil para não vir para cá, uma pechincha.

Uma matéria televisava alertou que não é apenas o funk que perturba os moradores da região. O local, conhecido como “Quarteirão do Funk”, é marcado por festas com som alto, drogas e assassinatos. Uma moradora relata que os funkeiros arrancam as árvores da região e tudo o mais. Um terror. Verdadeiros maníacos da motosserra-serra-ra.

O que temos como análise, é que finalmente Cuiabá conseguiu. Entramos no rol das potencias nacionais da putaria. Mostramos que nosso povo é capaz de organizar orgias nababescas ao ar livre. Que somos capazes de ruborizar a sociedade conservadora e causar polêmica nas redes sociais.

É um longo trabalho. Longe estão os tempos em que dividíamos nosso espaço urbano com jacarés, tuiuiús, araras, onças, jibóias, sul-mato-grossenses. Hoje nosso povo pode ter acesso às sacanagens mais modernas, em pontos acessíveis da cidade. Não precisamos nos distanciar para observar orgias. Elas estão ali, pertinho da gente, numa avenida movimentada. O cidadão médio pode participar de um trenzinho erótico-acrobático com facilidade.

Se continuarmos progredindo, chegaremos a níveis ainda mais sofisticados de putaria. Podermos observar coquetéis podolátras no centro da cidade, ao meio-dia. Anões poderão se besuntar em pontos de ônibus. Atrizes e atores pornôs em potencial poderão desfilar em nossa rua com autoridade. Transformaremos-nos na Meca da Sacanagem, deixando municípios como Livramento, Goiânia, Punta Del Este, Ibiza e Las Vegas para trás. Alcançaremos o topo da vadiagem mundial.

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