#joaosorrisão

A humanidade sempre tem que achar um culpado. Alguém que carregue em seus ombros a culpa por um fracasso individual ou coletivo. O piloto que derrubou o avião. O cara que puxou o coro por Barrabas. Assim sendo, eu escolho o Tiago Leifert. Escolho-o culpado por transformar o mundo em um lugar mais idiota.

Quando ele surgiu no comando do Globo Esporte, foi tratado como o novo Messias. Foi o responsável por alavancar a audiência do programa e reformular seu aspecto. O programa sempre teve o mesmo ambiente, desde a época em que o Léo Baptista era virgem. Um apresentador aparecendo da cintura para cima, gesticulando com as mãos em frente a um fundo chroma-key.

Com Tiago, o programa ganhou um cenário expansivo, jovial, descolado, clima de azaração. Deve ter feito sucesso com as mulheres, comprado carros.

Só que tudo fica repetitivo. Ainda mais quando alguma coisa aposta na descontração. Para deixar de ser descontraído e passar a ser apenas idiota, é um pulo. Fora que com o tempo, as pessoas passam a apostar no lado mais fácil do sucesso. Ah, era um programa engraçado e inteligente. Então, como é difícil ser inteligente, vamos ser apenas engraçados. O Fator Leifert se tornou o culpado pela idiotização do jornalismo esportivo da Rede Globo de Televisão.

Ok, as reportagens esportivas da Globo nunca foram grande coisa. Sempre foi duro ver Tino Marcos com aquele sorriso no canto do rosto explicando o jogo como se fosse um professor da primeira série. Régis Rösing fazendo metáforas entre a lua cheia e a bola. Roteiros dramatizados. Momentos de consagração acompanhados por uma péssima música orquestrada. Perguntas idiotas para atletas que não tem o que falar.
- Cielo, feliz com a medalha?
- Eu (fôlego) estou muito (fôlego) feliz (fôlego) sim aaah.

Fora as malditas tentativas de pegar o Gol na hora certa.


Mas agora, todos estão idiotas. A Glenda Kolowoskoski se transformou em uma chata ambulante. Se empolga com qualquer coisa. O Tande, coitado, faz papel de retardado mental. É um papel sempre triste, mas fica ainda pior quando você tem mais de 40 anos. E pior ainda quando você tem mais de 2 metros de altura.

Os programas esportivos da Globo são uma filial do chato CQC. Mas, lembre-se. Tudo pode piorar. Depois do NX0 vem o Restart.

E na minha avaliação, foi a sementinha de descontração plantada por Tiago Leifert, anos atrás, que germinou e cresceu até se transformar nisso, que é o pior momento da humanidade. O João Sorrisão.

A idéia de premiar com um joão-bobo, chamado João Sorrisão, cada jogador que fizer a dança do joão-bobo ao fazer um gol, dança esta que tem uma música composta por um grupo de axé, é uma idéia tão idiota, mas tão idiota que é difícil acreditar como ela se transformou em realidade. A pessoa poderia não ter a idéia. Ela poderia ter e achar que é ridícula. Ela poderia contar para alguém que diria “meu, é ridículo”. Existiram dezenas de pessoas que poderiam dizer “cara, que merda de idéia”. E, aprovada e levada adiante, os jogadores de futebol poderiam dizer “porra, imitar joão-bobo? Nem fudendo”.

Mas acontece. Agora, em todos os jogos sempre há um maldito jogador disposto a comemorar o gol da pior maneira possível. Quando um jogador do meu time faz essa comemoração eu fico envergonhado. Passo a torcer para que o infeliz quebre a perna. O João Sorrisão vai, aos poucos, matar o futebol brasileiro, espantar torcedores do estádio. Provocar o fim da humanidade.

Comentários

Anônimo disse…
ver as partidas agora tá tão chato: so caras fazem gol e saem balançando tudo igual... cadê a criatividade? depois zangam quando dizem que jogador de futebol é tudo burro.
Thiago disse…
Saudade do tempo da baratinha...