Soluções Vaziamente Alternativas

Em 2009, o vereador Antônio Fernandes, aqui em Cuiabá, fez uma proposta polêmica. Ele queria que os usuários de motéis fossem cadastrados, que preenchessem fichas, como em qualquer outro hotel. Porque ele queria fazer isso? Para evitar que assassinatos fossem cometidos anonimamente dentro de motéis. Para combater a pedofilia.

Surgiram algumas questões sobre isso. A primeira é que, muito provavelmente, o movimento nos motéis cairia muito. Afinal, boa parte de seus usuários quer tudo, menos ser identificado. Depois, como esse cadastro seria feito? As pessoas teriam que ir até uma recepção para assinar a folha? Isso poderia criar algumas situações constrangedoras. Como:

- Papai!?
- Filha! O que você faz aqui?!
- Eu... quem é esse que está com você pai!?
- É...

A conversa seria interrompida por um cachorro entrando no local ao lado de um constrangido deputado federal.

Mas existe outra questão. O assassinato, por si só, já não é proibido? E a pedofilia também não? Tentar fichar as pessoas no motel faria com que as pessoas cometessem assassinatos em terrenos baldios. Que façam sexo com menores de idade em seus apartamentos.

Trata-se de uma solução alternativa, mas que é vazia. Uma tentativa de cortar o mal pela raiz, mas que não atinge seu objetivo principal. Não chega a ser uma solução hardcore, típica da China. Nestes casos, acaba se resolvendo o problema. Mesmo que de uma maneira um tanto quanto cruel e exagerada. As soluções alternativas não mudam nada.

No mês passado, um transeunte florianopolitano estava na Praça da Figueira, quando foi atacado por um andarilho que o atingiu com uma caneta na cabeça. A caneta ficou presa na careca do cidadão.

Outra situação que levanta muitas questões. A principal é, que raio de caneta é essa? Seria aquela caneta do Polishop, descendente direta das facas ginsu? Se eu tentar enfiar minha BIC na cabeça de um careca, capaz de quebrar a mão e a caneta. Capaz de apanhar também.

Mas o que pode ser feito nessa condição. A polícia poderia sugerir que as pessoas utilizassem bonés. Evitaria que a caneta fosse fincada na testa? Sim, sem dúvida. Podia até rasgar o boné, mas o estrago seria menor. Só que o cidadão possuído poderia enfiar a caneta nos olhos. Na barriga.

Um vereador manézinho, poderia então, sugerir a proibição da venda de canetas. Sem dúvida, com a proibição das canetas, ninguém enfiaria mais canetas em lugar nenhum. Crianças não morreriam mais engasgadas com as tampas. Mas loucos poderiam enfiar facas, gravetos, lápis, lapiseiras e tantos outros objetos utilizados para se espancar José Serra. Cabides? Porque não? Poderia se matar a mordidas.

Proibir quinas faria com que as pessoas não dessem mais topadas nelas? Sim. Mas como ficariam os degraus? As topadas dadas aleatoriamente em lugares planos por puro retardo mental? Se alguém é morto dentro de um supermercado, deve se proibir os mercados ou aumentar a segurança, prender o criminoso? Transformar todos os homens em eunucos vai acabar com os estupros? Sim. Mas vai acabar com a humanidade. É como aquele velho questionamento. Se você encontra sua mulher com outro no sofá. Você vende o sofá?

Afinal, existem muitas maneiras de se fazer merda com a vida das outras pessoas. Pode-se evitar a merda, mas não as maneiras. Beijos, e preservem a natureza.

Comentários

Anônimo disse…
evite-se o uso de canetas guinsu e viveremos todos bem- a salvo ao menos