Grandes dúvidas que não têm explicação (17)

Edição moda

Você está almoçando na paz e tranqüilidade do seu lar. O jornal do meio-dia, com seu sorridente apresentador, anuncia uma matéria sobre o dia de desfiles no Rio de Janeiro, São Paulo, Milão, Paris, Bratislava ou aonde for. Logo, uma série de dúvida passa a consumir o homem médio.

Como alguém se torna top model?
Se tornar modelo sempre foi retratado como um sonho infantil feminino de história de quadrinhos, tal qual os meninos queriam ser jogadores de futebol. Um mundo de mulheres altas e magras.

Pois, o desfile começa. Entra a primeira mulher na passarela. Ela era magra quando tinha uns 15 quilos a mais do que hoje. Na situação em que ela se encontra atualmente, o He-Man a encheria de porrada. Entra a segunda mulher na passarela. Outra esquelética. Entra a terceira. Idem. A quarta. De Novo. Você começa a se perguntar se aquilo ali não é uma reprodução em série de ossos cobertos por pele. Todas fazem a mesma coisa. Andam com passos estrábicos até o fim da passarela e voltam.

Diz-se então que o grande momento da noite foi quando a fulana de tal, a top model mais cobiçada do mundo entrou na passarela. Você espera se deparar com Afrodite em pessoa, mas tudo o que vê é mais uma porção de ossos. Ela vai até o fim da passarela e volta. O que ela tem de tão diferente de tantas outras, para ganhar mais dinheiro por aquilo? Será que existe alguma metragem de costelas? Um coeficiente de pele?

Aquelas roupas, são para usar?
Quando o desfile é de biquínis, as já citadas top-models aparecem usando trajes de banho iguais aos vendidos nas lojas americanas por 30 reais. Ou com algum esforço, numa loja especializada pelo dobro do preço.

Agora, quando o desfile é de agasalhos, ou algo do tipo, é ainda mais surreal. Aparece uma mulher vestida de sanfona. Outra com uma calça que vai até o pescoço. Outra com um casaco de lã, mas com os seios a mostra. Logo você percebe: as modelos são tão especiais porque elas aceitam usar essas roupas em público, enquanto a maioria das pessoas não as usariam nem trancadas no quarto, com um lenço na fechadura.

Como as pessoas ganham dinheiro com isso?
Recapitulemos. É basicamente um mundo de pessoas que não existem. Mulheres magras mal-vestidas, desfilando para pessoas chatas. É um mundo cheio de conceitos que ninguém entende. Ah, o chapéu era ridículo, mas mostra que o lilás-escuro é a tendência do próximo inverno. É um mundo paralelo.

Como essa indústria ganha milhões por ano? Não sei. Provavelmente é pelo fetichismo das marcas. Eu estou usando agora uma camiseta, dessas de loja de artesanato, da cidade de Paraty. Deve ter custado uns 20 reais. Mas, se ela tivesse um jacaré bordado na altura do mamilo, custaria 10 vezes mais.

Abro espaço para que os entendidos do assunto esculhambem o blog, pelo nosso total desconhecimento sobre esse mundo.

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