Hoje é um novo dia, de um novo tempo, que começou. Todos os nossos sonhos serão verdade, o futuro já começou. Esta curiosa canção que toca apenas em determinadas épocas do ano e apenas em um determinado canal de televisão é de composição de Marcos Valle. Um obscuro músico, especializado em compor trilhas sonoras para a Rede Globo de Televisão.
Falando em trilhas sonoras, você provavelmente conhece alguém que muda de assunto constantemente. Mudar de assunto é uma arte, que não é ensinada em colégios ou exposta em museus. Digo que felizmente, porque geralmente é um hábito irritante.
Amigos conversam amenidades.
- Então. Eu tava lá na praia, em João Pessoa, comendo um camarão, quando vi lá longe uma correria. Pensei o que era aquilo, mas nem soube. Só depois que eu vi que uma barraca tinha despencado e o pessoal saiu correndo.
- Falando em correria, você viu no jornal que o governador quer conter os gastos com segurança?
- Não.
Perceba os diversos momentos dessa situação. O sujeito A está contando uma história, esperando uma reação de seu interlocutor. O sujeito B, por sua vez, resolve pegar um gancho da história, para contar um assunto que é de interesse apenas dele. Acontece que o gancho é completamente surreal. O sujeito B localiza uma palavra-chave aleatória do discurso alheio, para que, a partir dela, ele possa traçar uma linha imaginária que conduza a história anterior até a sua fala seguinte. Um assunto chato que era de interesse apenas dele, que mata o assunto anterior.
Você pode me dizer que esta pessoa deveria ser categorizada como uma pessoa constrangedora (falando em pessoa constrangedora, você....) e realmente é. Mas o assunto aqui é mais amplo. Saber mudar de assunto é chato, mas é algo que pode salvar sua vida. Acontece com pessoas públicas:
- Prefeito, é verdade que você é a favor da pedofilia?
- Olha, essa é uma história espalhada pela minha oposição. Uma tentativa catastrófica de difamar minha imagem. A minha gestão prima pela aproximação com o nosso povo. Foi na minha gestão que nós recapeamos a Avenida Central. Geramos 20 mil novos empregos e reformamos o pronto-socorro.
Perceba que o prefeito em nenhum momento informou se era a favor ou não da questão perguntada. Ele aproveitou para esculhambar seus opositores e fazer propaganda da sua gestão. É a tática do “você pergunta o que quiser, e eu respondo o que eu quero”.
Outra tática famosa é a de revelar um assunto ainda mais assustador para fazer com que as pessoas esqueçam-se de lhe atacar. Funciona quando um grupo de pessoas proporciona o ataque.
- Cara você tava vendo o desfile da Miss Brasil?
Risadas, risadas, provocações.
- É. E você que tem filmes de travesti no seu pen drive.
- Opa, não muda de assunto.
- Você tem mesmo, eu vi quando você tentou imprimir um arquivo na faculdade.
Pronto o cidadão está humilhado e sem saída. Conseguir uma reviravolta, reverter a jogada, uma nova mudança de assunto é muito complicado e exige anos de estudo. Você pode questionar se não foi uma revelação muito agressiva, para uma brincadeira boba. Pode ser. Mas é sob pressão é que nos conhecemos e nos revelamos.
A questão mais chata de tudo isso, é que essa arte de mudar de assunto gera inúmeras não terminações de assunto.
Falando em trilhas sonoras, você provavelmente conhece alguém que muda de assunto constantemente. Mudar de assunto é uma arte, que não é ensinada em colégios ou exposta em museus. Digo que felizmente, porque geralmente é um hábito irritante.
Amigos conversam amenidades.
- Então. Eu tava lá na praia, em João Pessoa, comendo um camarão, quando vi lá longe uma correria. Pensei o que era aquilo, mas nem soube. Só depois que eu vi que uma barraca tinha despencado e o pessoal saiu correndo.
- Falando em correria, você viu no jornal que o governador quer conter os gastos com segurança?
- Não.
Perceba os diversos momentos dessa situação. O sujeito A está contando uma história, esperando uma reação de seu interlocutor. O sujeito B, por sua vez, resolve pegar um gancho da história, para contar um assunto que é de interesse apenas dele. Acontece que o gancho é completamente surreal. O sujeito B localiza uma palavra-chave aleatória do discurso alheio, para que, a partir dela, ele possa traçar uma linha imaginária que conduza a história anterior até a sua fala seguinte. Um assunto chato que era de interesse apenas dele, que mata o assunto anterior.
Você pode me dizer que esta pessoa deveria ser categorizada como uma pessoa constrangedora (falando em pessoa constrangedora, você....) e realmente é. Mas o assunto aqui é mais amplo. Saber mudar de assunto é chato, mas é algo que pode salvar sua vida. Acontece com pessoas públicas:
- Prefeito, é verdade que você é a favor da pedofilia?
- Olha, essa é uma história espalhada pela minha oposição. Uma tentativa catastrófica de difamar minha imagem. A minha gestão prima pela aproximação com o nosso povo. Foi na minha gestão que nós recapeamos a Avenida Central. Geramos 20 mil novos empregos e reformamos o pronto-socorro.
Perceba que o prefeito em nenhum momento informou se era a favor ou não da questão perguntada. Ele aproveitou para esculhambar seus opositores e fazer propaganda da sua gestão. É a tática do “você pergunta o que quiser, e eu respondo o que eu quero”.
Outra tática famosa é a de revelar um assunto ainda mais assustador para fazer com que as pessoas esqueçam-se de lhe atacar. Funciona quando um grupo de pessoas proporciona o ataque.
- Cara você tava vendo o desfile da Miss Brasil?
Risadas, risadas, provocações.
- É. E você que tem filmes de travesti no seu pen drive.
- Opa, não muda de assunto.
- Você tem mesmo, eu vi quando você tentou imprimir um arquivo na faculdade.
Pronto o cidadão está humilhado e sem saída. Conseguir uma reviravolta, reverter a jogada, uma nova mudança de assunto é muito complicado e exige anos de estudo. Você pode questionar se não foi uma revelação muito agressiva, para uma brincadeira boba. Pode ser. Mas é sob pressão é que nos conhecemos e nos revelamos.
A questão mais chata de tudo isso, é que essa arte de mudar de assunto gera inúmeras não terminações de assunto.
Comentários
- O que você está fazendo aqui Maria?
- O que é que VOCÊ está fazendo aqui João?