5 Acontecimentos e o futuro

Semana CH3 chega ao fim.

1. Geralmente a Semana CH3 termina com alguma constatação sobre o futuro. Sim, verdade, não sei se essa é uma verdade absoluta. Mas gosto de ser taxativo nesses momentos. Para falar sobre o futuro, é claro que eu deveria ir visitar o Velho Mago da Eternidade, Pai Jorginho de Ogum. Deveria ir (e fui) até a sua outrora lendária Casa de Diversões Noturnas Carnicentas.

Cheguei ao local e percebi suas paredes carcomidas. Alfredo Chagas logo veio até a mim, com cara de poucos amigos. Normal. Ele geralmente tem essa cara e realmente tem poucos amigos. Esbravejou “viu o número de visitas que o CH3 teve nesse período? Viu como os comentários caem ano após ano? Nem três pessoas comentaram. Só uma parabenizou o blog! Se lembra como era antigamente? A festa nas ruas?!” Não neguei. Sei que é verdade. Ele limpou a baba que escorria pelo canto da boca.


2. Entrei no local e vi o Cão Leproso. Ele me olhava com olhos tristes. Seu olhar profundo me perturbava. Não disse nada para ele, não havia o que dizer. Apenas perguntei onde estava Pai Jorginho. Ele fez menção de apontar. Percebi que teria que encontrá-lo sozinho.


3. Pai Jorginho de Ogum estava ao lado de uma garrafa esvaziada de caninha 21. Ele me disse “vejo um futuro negro”. Marcão entrou pela porta e Jorginho se ruborizou, pensando que as pessoas pudessem considerá-lo racista. Logo explicou que não era isso que ele queria dizer. Sua previsão era sobre o futuro do blog. Um raio caiu. Como estávamos em Cuiabá e estamos em junho, logo percebemos que era da televisão. A TV estava ligada na Sessão da Tarde, que passava Transformers.


4. Marcão me olhou. Perguntou o motivo da minha tristeza. Expliquei o fracasso como o motivo. Ele não ligou. Disse que o fracasso sempre esteve ao seu lado. E que ele agradecia apenas ao fato de ainda estar vivo. Me ofereceu uma pipoca que eu, claro, rejeitei. Mostrei a ele um exemplo de blog de sucesso. Ele perguntou o que eram aquelas caras distorcidas. Não soube explicar. E o velho homem, com suas mãos calejadas, chorou. Ele e Jorginho se abraçaram. Cão Leproso continuava com olhos tristes. Senti vontade de rir. Essa era a sua cara de sempre, também.


5. Hanz, pansexual, continuava sendo um velho nojento. Me perguntou quando é que ele embarcaria para o México. Ele se lembrava de uma velha promessa que eu havia feito, de que ele cobriria os jogos Pan-Americanos, para a sessão “O Pan no Pan”. Disse-lhe que se ele conseguisse comprar a passagem de ida, eu compraria a passagem de volta. Menti, é claro. Este blog nunca teve compromisso com a verdade, apesar de sempre afirmarmos o contrário. Essa é a graça. Ou não.

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