E finalmente se casaram. O príncipe William e a plebéia Katie Middleton, que agora é Duquesa de Cambridge, Condessa de Strathearn e Baronesa de Carrickfergus. Imaginamos que ela tenha passado por um curso para decorar todos os seus títulos e se tornar uma ex-plebéia. Visto que dizer que uma pessoa é plebéia é uma das melhores maneiras de ofender alguém discretamente. Você compara a cidadã a uma barata aleijada, mas disfarçadamente, sob uma suposta verdade inconveniente.
Se formos formular uma lista com as expressões mais utilizadas pela mídia internacional no período pré-nupcial, ela será liderada, sem dúvidas, por “o casamento do século”. O que é algo um tanto quanto precipitado, uma vez que o século está apenas começando.
Logo depois temos o “conto de fadas”. Na minha infância, os contos de fadas sempre envolviam príncipes que eram sapos ou monstros, bruxas, anões, animais ou criaturas inanimadas falantes, além de é claro, madrastas perversas. Ao que eu saiba, William não era um sapo, o príncipe Charles pode até parecer, mas não é um ser inanimado e Camilla Parker Bowles pode até parecer ter um visual de bruxa de desenho.
E aí entra a indagação. As pessoas glamourizam a vida de um rei, acham que é tudo uma maravilha, que é o tal conto de fadas. Mas, a vida de um rei deve ser um saco. A não ser que você seja um monarca alternativo, mas o rei mesmo, deve ter um porre de vida.
Primeiro, porque todos olharão para e por você em todos os momentos. Desde o momento em que sua mãe estiver grávida. Todos olharão suas fotos. Acompanharão sua infância e opinarão se o rei é gordo, se o rei é magro ou se ele tem orelhas de abano. Você sofrerá uma espécie de bullying invisível, anônimo e constante.
Quando o rei sair à rua, será olhado por todos. Será notícia por cada soluço dado. Ok, celebridades passam por isso. Jogadores de futebol são apontados no shopping e atores de novela têm tropeços noticiados. Mas isso é fruto de uma escolha pela vida pública, derivada de um talento qualquer. O rei não tem nenhum talento específico, apenas a coincidência de ter nascido ali, de um espermatozóide real, gerado dentro de um ventre majestoso.
Você não poderá nem sair pra tomar uma cerveja. Porque todos irão apontar para você e aquele monte de babacas ficará te chamando de vossa majestade. Além é claro, dos que acharão um absurdo que o rei se misture com sua plebe.
E aí entra toda a parte da cerimônia. Já imaginou o quão chato é ser chamado de vossa majestade o tempo todo?
- Vossa majestade aceita cerveja?
- Vossa majestade tem cinqüenta centavos pra facilitar o troco?
- Vossa majestade quer bem ou mal passado?
- Vossa majestade prefere de ladinho?
Você terá que aprender um monte de coisas chatas, freqüentará tediosas cerimônias. Mesmo que você talvez estivesse apenas querendo jogar bola e tomar picolé de chocolate.
Até na hora de morrer. Sua doença estará estampada nos jornais e todos pedirão para que deus salve você. E na hora em que você finalmente vier a óbito, todos irão beijar a mão do seu sucessor e esquecerão o defunto caído.
E você pode desistir? Até pode. Mas virará um motivo de piada, entrará para história com um apelido desonroso, algo como “Filipe, o Cagão” e pode até gerar uma guerra. Ser rei está mais para um filme dos Irmãos Coen do que um conto de fadas.
Se formos formular uma lista com as expressões mais utilizadas pela mídia internacional no período pré-nupcial, ela será liderada, sem dúvidas, por “o casamento do século”. O que é algo um tanto quanto precipitado, uma vez que o século está apenas começando.
Logo depois temos o “conto de fadas”. Na minha infância, os contos de fadas sempre envolviam príncipes que eram sapos ou monstros, bruxas, anões, animais ou criaturas inanimadas falantes, além de é claro, madrastas perversas. Ao que eu saiba, William não era um sapo, o príncipe Charles pode até parecer, mas não é um ser inanimado e Camilla Parker Bowles pode até parecer ter um visual de bruxa de desenho.
E aí entra a indagação. As pessoas glamourizam a vida de um rei, acham que é tudo uma maravilha, que é o tal conto de fadas. Mas, a vida de um rei deve ser um saco. A não ser que você seja um monarca alternativo, mas o rei mesmo, deve ter um porre de vida.
Primeiro, porque todos olharão para e por você em todos os momentos. Desde o momento em que sua mãe estiver grávida. Todos olharão suas fotos. Acompanharão sua infância e opinarão se o rei é gordo, se o rei é magro ou se ele tem orelhas de abano. Você sofrerá uma espécie de bullying invisível, anônimo e constante.
Quando o rei sair à rua, será olhado por todos. Será notícia por cada soluço dado. Ok, celebridades passam por isso. Jogadores de futebol são apontados no shopping e atores de novela têm tropeços noticiados. Mas isso é fruto de uma escolha pela vida pública, derivada de um talento qualquer. O rei não tem nenhum talento específico, apenas a coincidência de ter nascido ali, de um espermatozóide real, gerado dentro de um ventre majestoso.
Você não poderá nem sair pra tomar uma cerveja. Porque todos irão apontar para você e aquele monte de babacas ficará te chamando de vossa majestade. Além é claro, dos que acharão um absurdo que o rei se misture com sua plebe.
E aí entra toda a parte da cerimônia. Já imaginou o quão chato é ser chamado de vossa majestade o tempo todo?
- Vossa majestade aceita cerveja?
- Vossa majestade tem cinqüenta centavos pra facilitar o troco?
- Vossa majestade quer bem ou mal passado?
- Vossa majestade prefere de ladinho?
Você terá que aprender um monte de coisas chatas, freqüentará tediosas cerimônias. Mesmo que você talvez estivesse apenas querendo jogar bola e tomar picolé de chocolate.
Até na hora de morrer. Sua doença estará estampada nos jornais e todos pedirão para que deus salve você. E na hora em que você finalmente vier a óbito, todos irão beijar a mão do seu sucessor e esquecerão o defunto caído.
E você pode desistir? Até pode. Mas virará um motivo de piada, entrará para história com um apelido desonroso, algo como “Filipe, o Cagão” e pode até gerar uma guerra. Ser rei está mais para um filme dos Irmãos Coen do que um conto de fadas.
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