Rindo que nem Besta

Certa vez, eu estava voltando da faculdade, de ônibus. Estava a dois pontos da minha casa e então comecei a rir. Ri que nem besta. O motivo? Eu havia me lembrado de uma piada do dia sobre o lendário Livro Manual do Cara de Pau, uma espécie de bíblia com mais importância.

Neste livro, o autor ensina você a falar como um intelectual, juntando uma série de palavras da moda em vários meios intelectuais, que no fundo não significam nada, mas que, juntas, soam muito bem. Pois bem, na parte de psicanálise, o autor mostra que você pode parecer um gênio se formar expressões com as palavras Bloqueio/Surto/Complexo e Neuro/Oral/Anal e Persecutório/Megalômano/Exibicionista. Exemplos? Surto Anal Exibicionista.

Pois, ficamos pensando no que seriam esses problemas. Surto Anal Persecutório é quando o cara acha que todos olham para o seu cu? O surtado começa a andar escorando em paredes e gritando “não olhe pro meu toba! Não olhem!”. Quando este surto é megalômano, significa que o cara acha que seu toba é o centro do universo? E o complexo anal exibicionista, é um termo bonito para o bunda-lelê?

Ri muito dessas suposições. Aliás, rimos muito. Ri sozinho em vários momentos. E não me importa que você não tenha achado graça. Este é o tema do post. Eu posso acordar rindo de um sonho em que fantoches de Lênin e Stalin passeiam sobre uma tela chroma-key de Woodstock. Ou que na Bulgária as pessoas só sentam nas esquinas dos estádios. Ou que um cara sempre desenha chapéus sobre suas caricaturas. Para você, isso não significa nada.

E difícil explicar porque algumas coisas nos provocam ataques de risos. Vinicius, por exemplo, sempre passa mal de rir quando se lembra do pato que cantava pelo olho no programa do João Gordo. Ri de chorar, salivar, deitar no chão e achar que vai morrer de falta de ar. É provável que ele esteja assim, neste momento, caso ele leia esse post e se lembre da cena. E você... você não irá rir, achará que é grotesco e que esse texto é idiota.

As bestas são seres mitológicos. A besta pode ser diabo. O que talvez explique a origem da expressão. Rir que nem besta é uma experiência que envolve possessões e histeria coletiva. A ciência jamais conseguirá explicar o que causa um ataque de risos. Bem, talvez ela já tenha explicado, mas isso não me importa. Neste momento me é mais interessante afirmar que isso jamais será explicado.

O pesquisador, filólogo e gaiteiro colombiano, Alfredo Humoyhuessos tem uma lista de situações inusitadas que fizeram com que as pessoas morressem de rir, literalmente.

- Em 1976, na cidade de Brno na Tchecoslováquia um grupo de estudantes de Filosofia morreu de rir ao assistir a versão dublada de Rocky o Lutador. Acreditem, Sylvester Stallone é extremamente engraçado em tcheco.
- Pessoas morrem de rir de Chuck Norris. Ou melhor, as pessoas morrem por rir de Chuck Norris.
- A cidade de Cartagena presenciou a morte por rir de 78 alunos de segundo grau, quando sua professora de história fanha começou a cantar o hino nacional colombiano durante uma apresentação no retroprojetor. A professora também morreu.
- 600 pessoas morreram em uma praça de Pequim durante a Grande Revolução Cultural Proletária. Supõe-se que eles tenha sido assassinados, mas o governo Maoísta divulgou que eles morreram de rir.
- Uma pessoas já morreu de rir ao ler o CH3. Aconteceu em Santa Maria. A pessoa morreu de rir ao ver uma foto dos integrantes do CH3.


Humoyhuessos ainda me disse que tinha a explicação para esse fato. Mas eu disse que não me interessava. O mistério vende melhor.

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