Termos

Você baixa um software na internet. Um programinha pra escutar música, editar fotos ou o que seja. Download concluído, você clica em avançar, clica que aceita os termos propostos, avança, avança novamente, espera e conclui. Pronto o programa está instalado no seu computador. Agora você pode utilizá-lo livremente.

A pergunta: quem lê os termos de licença de uso? Ou qual quer que seja o nome dado para o termo que você tem que aceitar? Muitas vezes ele está em uma língua estrangeira que você tem dificuldades em ler. Mas você o aceita normalmente, naturalmente. Sem peso na consciência.

Poderia ser que estivesse lá, escrito “Durch die Annahme dieser Wahlperiode, akzeptieren Sie, dass Ihr Nachbar einen Sellerie geben in deinen Arsch Zeit und so oft er will”. E você estará editando fotos livremente até que seu vizinho alemão pansexual bata em sua porta com um sorriso malicioso no rosto.

São letras pequenas que deixam a barra de rolagem pequenina. Ou então, letras miúdas que ocupam uma página inteira. Da preguiça de ler, dor de cabeça. E geralmente não dizem nada de muito importante além de “Caso você utilize essa geladeira para matar alguém, a fábrica não poderá ser responsabilizada” ou “incendiar e apagar com urina o seu aparelho celular, não te dá direito de trocá-lo por um novo, alegando falha na fabricação”.

E geralmente é isso mesmo. Avisos tão óbvios quanto “é proibido fazer o vestibular nu e/ou armado”. “Proibido entrar com gorilas no supermercado”. Ou cara-de-pau como “este blog possuí links de música, mas não obtém lucro com eles. Recomendamos que você faça o Download e apague os arquivos logo em seguida”. Mas, a fabricante poderia te sacanear casos eles quisessem.

Afinal. Eles colocam em letras maiores um aviso de que você deve ler aquele negócio antes de aceitar e assinar o contrato. Colocam quase um sinal de “CUIDADO! LEIA”.

Lá eles poderiam colocar que, ao comprar o seu celular, você vende sua alma para o demônio. Que ao adquirir sua nova batedeira, você dá o direito para que o presidente da empresa fabricante coma bolo na sua casa a hora que ele quiser. Que ao sair da loja com o seu carro, você se compromete a usar a cueca por sobre a calça pelo resto da sua vida, sob a pena de ser mirado e atingido por ovos de avestruz arremessados por transeuntes.

Os termos de contrato são, em menor grau, igual ao garoto que pede dinheiro no semáforo. Geralmente ele fala um “me dá um trocado tio” seguido por um “estou morrendo de fome” dramático. Mas você, geralmente com o vidro fechado diz, “não tenho nada”. Mas ele poderia muito bem estar querendo discutir Aristóteles com você. Ou então, avisar que o seu pneu está furado. Você diria “não tenho moleque” e seguiria alguns metros até parar com o pneu furado. E é provável que pense “moleque filho da puta, furou meu pneu!”.

Comentários

Gressana disse…
Eu já li UM termo de aceitação, na época que eu era um inocente usuário de computador e achava que aquilo era importante.