Sugestão de pauta para uma conversa intelectual

Aconteceu. Quando você se dá conta, lá está você. Sentado em um café esfumaçado ao redor de várias pessoas com óculos de armação grossa. Sim, você está no meio de uma conversa intelectual. Você provavelmente estará perdido, sem saber por onde começar. Você talvez, não precise se queimar mostrando sua falta de conhecimento em assuntos discutidos em conversas intelectuais. Tente lançar os temas e deixe que os outros se matem.

1) Futebol é o ópio do povo: Imagino que a expressão tenha surgido da época da Guerra do Ópio, conflito que envolveu chineses e britânico há 200 anos. Vários chineses eram viciados em ópio e deixavam de trabalhar por conta disso. Levantar a questão sobre o futebol poderá levar a um debate de pelo menos quatro horas e meia. Bem, talvez menos. Porque em uma roda de intelectuais jamais haverá um comentário favorável ao futebol.

2) Cinema Europeu: Lance a pedra sobre os melhores filmes húngaros da década. O cinema francês através dos séculos. A maravilhosa fotografia do cinema polonês. A sensibilidade búlgara. A Espanha se vendendo a Hollywood. Os dilemas do cinema inglês. Há futuro para o decadente cinema tcheco? São várias as possibilidade.

3) Literatura russa: Cite alguma obra de Dostoievski para que se abra o debate. Mas faço isso logo. Como é de conhecimento geral, Dostoievski é o autor preferido de 5 entre 10 brasileiros. Não há um brasileiro que jamais tenha lido o russo e logo teremos “Irmãos Karamazov” como novela das 8.

4) Música Sertaneja: Ok. Pode parecer que não, mas dependendo das pessoas que estejam a sua volta este tema pode render. Não se trata de uma discussão sobre autores favoritos, mas sim, sobre os valores do gênero. Teria a música sertaneja de raiz o seu valor? Seria um gênero popular que foi transformado pela cultura de massa? Seria tudo um lixo? Seria direito do povo escutar o que ele quer? Chitãozinho e Xororó podem ser considerados música de raiz, nos tempos atuais? Sendo que eles foram produtos da cultura de massa, seria a indústria cultural capaz de enraizar costumes nas tradições populares? Uau.

5) Kibe: Kibe, é ou não é salgadinho? Em uma festa de aniversário, temos vários salgadinhos feitos com massa e tudo mais. E lá está o kibe, perdido no meio de croquetes e risoles. E sempre sobra muito mais kibe em relação aos outros. É algo da ordem do horror que os kibinhos façam sucesso.

6) Freud: Falando em ordem do horror, discussões freudianas podem durar dez horas, pelo menos. Podem provocar mortes. Freud explica tudo, afinal? Ele apenas inventou desculpas para as suas perversões sexuais? Como Freud explicaria o caso do goleiro Bruno? E o polvo Paul? Leve pipoca para não passar fome.

Ok. Agora vamos procurar uma sugestão de pauta para a próxima postagem do CH3.

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