Guia CH3 da Copa 2010 – Terceira Parte

GRUPO E
A Holanda aparece como a favorita destacada do grupo. A Dinamarca já não é mais a mesma, Camarões também não. O Japão pelo menos é o mesmo ainda.

HOLANDA: Quem acompanha futebol já viu essa história antes. A Holanda joga o futebol mais empolgante nos amistosos pré-copa. Uma troca rápida e envolvente de passes, muita velocidade e volume de jogo. Na hora da competição o time segue empolgando e conquistando admiradores. Até que o time subitamente para de jogar e é eliminado. Cabe à atual geração tentar acabar com essa sina. Para isso ela tem jogadores experientes, talentosos e que se destacaram na temporada européia. O problema é que vários jogadores são frágeis. O craque do time, Robben sofre uma lesão muscular por mês, van Persie não consegue jogar mais do que quatro meses por ano.
Time Base: Stekelenburg; van der Wiel, Heitinga, Mathjisen e van Bronckhorst; van Bommel, de Jong e Sneijder; Dirk Kuyt, van Persie e Robben. T: Bert van Marwijk.
Ponto Forte: Sneijder e Robben são dois jogadores decisivos. Van Persie é outo bom jogador.
Ponto Fraco: A defesa não é segura. E seu pontos fortes podem se machucar tomando água.
Se faça de entendido: “A Holanda é um time ofensivo. Os jogadores correm pelo campo todo. É um futebol total, amigo, é tradição deles”.
Seja Engraçadão: “Sem o Batman, o Robben não é nada”. Utilize também, piadas sobre laranjada.

DINAMARCA: Foram os tempos em que a Dinamarca encantou o mundo. Os irmãos Laudrup não jogam mais e os principais jogadores do time são obscuros, por assim dizer. Sem jogadores habilidosos pode se esperar muita força, muita marcação e a tentativa de vencer na marra. É um time cheio de veteranos, como Jorgensen, Rommedahl e o centroavante Jon Dahl Tomasson que, quando não está perdendo gols, atua como cover de David Bowie.
Time Base: Sorensen; Jacobsen, Kjaer, Agger e Kvist; Christian Poulsen, Jakob Poulsen, Rommedahl e Jorgensen; Tomasson e Bendtner. T: Morten Olsen.
Ponto Forte: Kjaer, Agger e Kvist são zagueiros com nomes imponentes.
Ponto Fraco: Se Bendtner jogar o que joga no Arsenal, a Dinamarca irá sofrer para marcar gols.
Se faça de entendido: “Eles são pacientes, fazem um trabalho de longo prazo. O Técnico deles está lá há 10 anos. Devia ser um exemplo pro futebol brasileiro”.
Seja engraçadão: “Hmm, capital da Dinamarca é Copenhague. Vão levar um chocolate, há!”.

JAPÃO: Por ser um país de cultura tão popular por aqui, sempre há a expectativa de que os japoneses tenham evoluído no futebol. Mas, ano após ano, eles continuam sendo bem bobos. Basta ver que nos seus últimos dois amistosos o time conseguiu marcar incríveis três gols contra. Dizem que o técnico, com sua calma nipônica, afirmou que o time está no caminho certo. Basta trabalhar para fazer o gol no outro lado também.
Time Base: Seigo Narazaki; Uchida, Tanaka, Nakazawa e Nagatomo; Endo, Kengo Nakamura, Hasebe e Shunsuke Nakamura; Keiji Tamada e Okazaki: T: Takeshi Okada.
Ponto Forte: Difícil achar pelo menos um.
Ponto Fraco: Difícil definir apenas um.
Se faça de entendido: “O time do Japão joga com muita velocidade. Fora isso, eles adoram o Brasil. Tem um brasileiro no time, o Túlio Tanaka”.
Seja engraçadão: “Eles correm bem, tem até um Honda no banco. Mas esse Kengo Nakamura é uma putinha”.

CAMARÕES: Desde a sua surpreendente campanha no mundial de 1990, o mundo continua esperando por outra grande campanha camaronesa. Mas, ela nunca vem. O time não tem muitos destaques individuais e Samuel Eto’o se destaca do resto da equipe. Destaca-se até financeiramente. Depois da classificação para o mundial, ele presenteou seus colegas de time com um relógio de 100 mil dólares. Se Camarões conseguir o título, é possível que Eto’o presenteie o time inteiro com a sua mulher. Se eu fosse ele, prometeria isso sem risco nenhum.
Time Base: Idriss Cameni; Geremi, Rigobert Song, N’Koulou e Assou-Ekotto; Alex Song, Jean Makoun e N’Guémo; Emana, Webó e Eto’o. T: Paul Le Guen.
Ponto Forte: Eto’o é um jogador que pode fazer gols importantes.
Ponto Fraco: Os outros 10 jogadores dificilmente farão gols importantes.
Se faça de entendido: “Os camaroneses são sempre alegres. É muito divertido vê-los jogar, a graça, a malícia, a ginga e tudo o mais que torna o futebol uma coisa fabulosa”.
Seja engraçadão: “Camarões são bons, mas sem cabeça. E sem cabeça, não se ganha”.

Prognóstico do grupo: A Holanda passeia sobre seus adversários e encanta o mundo. A Dinamarca avança e o Japão bate o recorde de gols contra da história do torneio.

GRUPO F
Um grupo bem equilibrado, como geralmente são os grupos da Itália em copas. Todos os times são perigosos, incluindo a Nova Zelândia, perigosa por outros motivos.

ITÁLIA: Normalmente sempre se dúvida dos italianos e eles chegam lá. Mas, não há como não duvidar. O time campeão da última copa está envelhecido e os jogadores mais novos não são confiáveis. Mas a Itália deve ser o mesmo time duro de sempre. Duro de assistir inclusive. Fechados na defesa tentando alucinadamente achar um contra-ataque para marcar o gol que será comemorado efusivamente. Lá atrás, Buffon que se cuide para fazer seus milagres. A Itália é capaz inclusive, de contra-atacar perdendo.
Time Base: Buffon; Zambrotta, Cannavaro, Chiellini e Criscito; Simone Pepe, de Rossi, Pirlo (Gattuso) e Camoranesi (Gilardino); Iaquinta e di Natale. T: Marcelo Lippi. (Nota: Pirlo e Camoranesi estão machucados e são dúvidas para os primeiros jogos).
Ponto Forte: É difícil cravar que a Itália irá perder um jogo. A Itália não perde um jogo de mata-mata de Copa do mundo em 90 minutos desde a copa de 1986.
Ponto Fraco: Muitos jogadores já estão pensando mais na aposentadoria do que no jogo.
Se faça de entendido: “Temos que reverenciar Cannavaro, Zambrotta, ahhh Itália! É um time perigoso, sem dúvidas”.
Seja engraçadão: Bem, há no elenco italiano um jogador chamado Salvatore Bocchetti. Sim, se pronuncia do jeito que você pensou.

PARAGUAI: É difícil para o Paraguai repetir suas boas campanhas de mundiais passados. O grande trunfo daquela equipe era a zaga intransponível. Era mais fácil conseguir garantia sobre um produto paraguaio do que fazer gol na sua defesa. Mas, os tempos mudaram. Agora o time é mais forte no ataque. O problema é que seu principal atacante, Cabañas, não disputará a copa por estar baleado.
Time Base: Justo Villar; Darío Verón, Paulo da Silva, Julio César Cáceres e Denis Caniza; Barreto, Vera e Jonathan Santana; Riveros; Valdez e Roque Santa Cruz. T: Gerardo Martino.
Ponto Forte: O time tem uma grande variedade de atacantes no elenco. É capaz de que um deles dê certo.
Ponto Fraco: Gamarra e Arce se aposentaram.
Se faça de entendido: “O Paraguai é um time de defesa forte. No entanto, nos últimos anos eles tem se dedicado mais ao ataque e sempre dão trabalho ao Brasil e Argentina”.
Seja engraçadão: “O Verón não é o de verdade, o Júlio César também não. Nem a Santa Cruz é. O Paraguai continua o mesmo”.

NOVA ZELÂNDIA: Sejamos francos. A Nova Zelândia apenas se classificou para a copa porque teve o caminho mais fácil. Ficou em primeira nas eliminatórias da Oceania, batendo países, ou melhor, Ilhas em que não há nem espaço para ter um campo de futebol. Depois eliminou o Bahrein. Na última Copa das Confederações o time comemorou o empate com o Iraque, pelo fato de não ter sofrido gols. É o maior favorito para ser o saco de pancadas da competição.
Time Base: Glen Moss; Vicelich, Nelsen, Sigmund e Lochhead; Simon Elliott, Mullingan e Leo Bertos; Tim Brown; Killen e Smeltz. T: Ricki Herbert.
Ponto Forte: É um país forte no rúgbi, esporte irmão do futebol.
Ponto Fraco: Com o tempo, o rúgbi ficou um pouco diferente do futebol.
Se faça de entendido: “Esse time é uma porcaria. Vão levar um monte de surras. O principal jogador deles é um zagueiro reserva no Blackburn. Blackburn?!!? Ah, vá a merda!”.
Seja engraçadão: “Esse Killen é um centroavante matador”.

ESLOVÁQUIA: Em sua primeira copa independente, o time quer mostrar sua honra, mesmo separados da Rep. Tcheca. Também tentam fazer uma campanha melhor do que os tchecos que chegaram com banca, mas fracassaram no último mundial. E o time tinha pinta de ser a aposta de zebra da competição, graças a alguns bons jogadores – em especial Hamsík – em times médios europeus. Mas os resultados dos últimos amistosos foram desastrosos.
Time Base: Ján Mucha; Pekarík, Skrtel, Durica e Zabavnik; Vladimír Weiss, Strba, Hamsík e Stoch; Sesták e Vittek. T: Vladimír Weiss.
Ponto Forte: Hamsík pode ser uma surpresa da copa.
Ponto Fraco: O time ainda não ganhou nenhum jogo esse ano. Ok, foram só dois.
Se faça de entendido: “A Eslováquia é sem dúvida um país nepotista. O técnico escala o filho dele no meio de campo. Isso pode trazer interferências negativas para o time.”.
Seja engraçadão: “Na hora H, esse goleiro Murcha”.

Prognóstico: A Itália, com muito sofrimento consegue se classificar. Paraguai e Eslováquia farão a briga mais equilibrada de todo o torneio pela segunda vaga.

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