História da Copa do Mundo, parte 5

As Copas de 1986, 1990 e 1994

Eis que a copa seria na Colômbia. Isso, seria. Menos de quatro anos antes do começo da copa as autoridades colombianas falaram “olha, sinto muito, não vai dar”. A FIFA teve que correr atrás de um novo país e acabou escolhendo o México, mesmo país que recebeu a copa 16 anos antes. Provavelmente os dirigentes da FIFA gostam de comida apimentada. Só que 9 meses antes do começo da competição, um terremoto atingiu o país. Mas os mexicanos foram fortes e organizaram o torneio assim mesmo.

Basicamente, foi a copa de Maradona. Ele fez gol de mão, driblando meio time adversário, deu passes e carregou uma seleção medíocre rumo ao título. Aliás, essa foi uma copa de nível baixo. Placares apertados, jogos disputados no calor. O Brasil seguiu bem até as quartas de final, quando foi derrotado pela frança de Michel Platini.

A Dinamarca surpreendeu o mundo ao ganhar todos os seus primeiros jogos e massacrar o Uruguai por 6x1. Mas logo foram derrotados pela Espanha, por 5x1. Mas o maior legado da Dinamáquina (como foi apelidada) foi inaugurar a era dos uniformes horríveis.

O jogo final foi estranho. A Argentina fez 2x0 com facilidade na Alemanha Ocidental (sim, os alemães foram aos trancos e barrancos derrotando seus adversários). Em cinco minutos os germânicos conseguiram o empate, na base da bola lançada na área. Mas, eles se empolgaram e logo depois em um contra-ataque a Argentina fez o gol do título com Jorge Burruchaga.

1990
Se Deus gosta de futebol, ele esquece disso na copa de 1990. Foi a pior Copa da história. A pior média de gols, jogos truncados, muitos empates. Algumas bizarrices aconteceram.

O Brasil levou a sua, por muitos considerada, pior seleção da história. E mesmo assim terminou a primeira fase com a segunda melhor campanha do torneio atrás da Itália. E no único jogo em que jogou bem, fomos eliminados pela Argentina que conseguiu ser vice-campeã tendo ganho apenas 2 jogos e marcado apenas 5 gols em 7 jogos. Eles avançaram graças ao goleiro Goycochea que era horrível, mas pegava pênaltis.

E foi um recorde de jogos que iam para os pênaltis, para a prorrogação. A Irlanda conseguiu chegar as quartas-de-final sem ter ganho um único jogo! Sim, eles empataram os quatros primeiros jogos e só perderam para a Itália por 1x0.

As duas semifinais também foram para os pênaltis. A Argentina eliminou a Itália, e a Alemanha (quase reunificada) derrotou a Inglaterra. E parecia que a final ia para os pênaltis. Mas a cinco minutos do fim um gol de pênalti deu o titulo aos alemães. Festa na Alemanha e no mundo inteiro. Finalmente havia acabado.

1994
A copa de 1994 foi uma copa que deu azar. Ok, a final foi horrível, o Brasil jogava burocraticamente, a Itália dependia apenas de Roberto Baggio para marcar gols e grandes seleções como Alemanha e Argentina decepcionaram. Fora isso, os uniformes eram horríveis, com marcas d’água e a camisa dos goleiros feita pela Adidas eram todas quadriculas.

Mas foi uma copa em que o brilho esteve com seleções lado-b do futebol. Quem viu aquela copa não se esquece da Romênia de Hagi, Dumitrescu e Raducioiu. Ou a Bulgária de Stoichkov e Letchkov. A Suécia de Brolin e Keneth Andersson. A Nigéria de Amokachi e Yekeni.

Mas é aquela coisa. Na hora da decisão em uma Copa do Mundo a camisa pesa. Todas essas boas seleções ficaram pelo caminho e na final lá estavam Brasil e Itália. Um jogo entre duas seleções chatas jogado ao 12:30 do verão americano da Califórnia, só poderia ser chato.

O Brasil ameaçou mais, visto que a Itália estava acabada fisicamente. Mas o gol não saiu. A certa altura o goleiro Pagliuca soltou um chute de Mauro Silva e a bola bateu na trave e voltou nas mãos do goleiro, que beijou a trave. Os deuses do futebol não poderiam deixar Mauro Silva definir uma copa. E o Brasil apelou até, chegou a colocar Viola em campo.

As cobranças de pênalti começaram. Baresi perdeu para a Itália e Márcio Santos para o Brasil. Sim, tava ruim do gol sair. Albertine, Romário, Evani e Branco mataram a vontade de Galvão gritar um gol. Logo depois Massaro bateu para a defesa de Taffarel. Dunga pôs o Brasil na frente. Então Roberto Baggio cobrou. E você sabe como foi.

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