História da Copa do Mundo, parte 4

As copas de 1974, 1978 e 1982

Seria tudo novo na Alemanha Ocidental, em 1974. Um novo troféu em disputa (A Taça FIFA). Um novo formato de disputa (haveria um quadrangular semifinal, ao invés do simples mata-mata). E também um novo futebol, bem mais violento. Quem acompanha jogos dessa e da copa seguinte, sabem que o jogo era uma carnificina. E o engraçado é que os árbitros da época, são hoje comentaristas que se revoltam com qualquer esbarrão.

Logo na primeira fase, um confronto interessante. Alemanha Ocidental x Alemanha Oriental. Duelo de doutrinas, sistemas políticos, sociais e econômicos. E os comunistas venceram.

O Brasil fez uma campanha pífia. Comandada por Zagallo, o time conseguiu ficar sem marcar gols em 4 dos 7 jogos que disputou. E ainda conseguiu terminar na quarta posição. Dunga costuma a citar essa equipe como a melhor seleção brasileira que ele já viu jogar.

Mas, é impossível falar dessa copa sem falar da Holanda. A Laranja Mecânica inventou um novo estilo de jogo, em que atacantes defendiam, zagueiros atacavam e o goleiro jogava com a camisa 8. Inventaram coisas como a marcação por pressão, a linha de impedimento e a correria tresloucada. Foram conseguindo vitórias expressivas na competição, incluindo um 4x0 sobre a Argentina.

Brasil e Holanda decidiriam a vaga na final. Zagallo disse que a Holanda tinha que ter medo do Brasil. Torcedores diziam que a Holanda era um bando de peladeiros. Na então ainda jovem arrogância futebolística brasileira (tendência que os brasileiros tem de achar que só nós sabemos jogar futebol) não deve ter faltado gente que fez a piadinha “vamo espremê a laranja! Hehe”. E foi um massacre. Cruyff, Neeskens, Kroll, Rep, Rensenbrink, os holandeses apareciam de todos os cantos e o 2x0 foi pouco no fim. Podia ter sido 5.

Na final, Holanda e Alemanha (a capitalista). Os holandeses tocaram a bola por um minuto até sofrer um pênalti. Fizeram 1x0. E todos imaginavam que seria mais um massacre. Mas os alemães não se desesperam com qualquer coisa. Viraram o jogo ainda no primeiro tempo e conseguiram seu segundo título. E pela segunda vez em cima da seleção sensação da copa. Surgia um ditado “Nunca duvide da Alemanha”.

1978
Dessa vez a copa seria na Argentina. O astro da Copa anterior, Cruyff resolveu não disputar, porque, diz a lenda, ele não jogaria num país comandado por um ditador sanguinário.

Foi uma copa sem muito brilho individual. O Brasil tinha uma seleção ainda mais chata que a anterior, a Holanda tinha um time instável e a Argentina avançava a base da raça e da ajuda da arbitragem.

Tudo de interessante aconteceu nos quadrangulares semifinais. A Holanda cresceu e conseguiu uma vaga na final. Na outra chave, Brasil e Argentina fizeram a chamada “Batalha de Rosário”. O jogo mais violento da história do futebol. É um milagre que não tenha acontecido nenhuma morte. E seria milagre ter acontecido algum gol. O jogo foi 0x0.

Na última rodada a Argentina enfrentava o Peru precisando vencer por 4 gols de diferença para se classificar para a final e eliminar o Brasil. Os Argentinos sofreram e só conseguiram fazer 1x0 com 20 minutos de jogo. O 2x0 foi suado no finzinho do primeiro tempo. Parecia que seria dramático. Mas na volta do vestiários, os peruanos apenas andavam em campo. Em 5 minutos o 4x0 já estava feito. E o placar final foi de 6x0. Hoje é praticamente comprovado que os argentinos, aqueles porcos sujos e desgraçados, compraram o jogo.

Coube ao Brasil ganhar da Itália e terminar na terceira posição. Argentina e Holanda fizeram a final. Em outro jogo no qual a porrada comeu solta, os Argentinos conseguiram a vitória na prorrogação. Mas o grande lance do jogo foi a bola na trave de Rensenbrink no último minuto do tempo normal. Se aquela bola entrasse, a Holanda seria campeã em Buenos Aires. Foi o maior trancamento de toba coletivo da história.

1982
A copa da Espanha será eternamente conhecida como a tragédia brasileira. O time deu show, encantou os brasileiros, mas aí pegou a Itália e perdeu com 3 gols de Paolo Rossi. Sempre que se fala dessa copa, um clima de depressão é criado. Por isso, vamos evitar falar do Brasil e postar em tópicos, pra você que já leu esse texto gigante.

* O carrasco Paolo Rossi estava suspenso, até pouco antes de o torneio começar. Ele havia sido suspenso num escândalo de manipulação dos resultados. Na primeira fase, a Itália não ganhou nenhum jogo e ele não fez nenhum gol. Também não marcou nenhum na vitória contra a Argentina. Depois marcou 3 no Brasil, 2 na Polônia e o primeiro na final contra a Alemanha Ocidental. Foi o artilheiro e craque da Copa.

* A formula da disputa mudou. Escolheu-se um número de 24 times, que obrigou a uma série de triangulares quadrifinais. Uma confusão só. Foi nessa fase em que o Brasil sofreu a fatídica derrota no Sarriá... tá bom.

* A Hungria promoveu a maior goleada da história das copas ao derrotar El Salvador por 10x1. O primeiro tempo terminou com modestos 3x0. Ramírez Zapata diminuiu o placar, no momento para 5x1 e comemorou como um título mundial (foi o único gol do país na história das copas). Talvez provocados pela comemoração os húngaros marcaram quatro gols em cinco minutos. Incluindo 2 gols com menos de um minuto de diferença.

* Na vitória da França sobre o Kuwait por 4x1 o juiz validou um gol para a França que gerou protestos nos Kuaitianos. Neste momento o sheik Fahid Al-Ahmad Al-Sabah invadiu o campo vestido a caráter. Conversou com o juiz, que achou por bem anular o gol. Ele disse algo como "أنا آكل الجمل a tradução não é precisa. Pode tanto ser "vou lhe presentear com camelos" ou "vou lhe castrar como um camelo".

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