História da Copa do Mundo, parte 1

As Copas de 1930, 1934 e 1938.

“A Copa do Mundo de futebol é um evento esportivo realizado a cada quatro anos, em um país diferente. O torneio surgiu porque a FIFA, Federação Internacional de Futebol, desejava criar uma competição mundial entre países. Esse desejo se transformou em realidade quando o francês Jules Rimet assumiu a presidência da federação na década de 20. O nome da competição escolhido foi Copa do Mundo (World Cup, em inglês), porque as seleções dos países do Reino Unido disputavam anualmente um torneio conhecido como “Cup”, uma vez que o troféu entregue ao vencedor tinha o formato de um copo. A FIFA queria que o torneio fosse um “Cup” envolvendo países do mundo inteiro, o World Cup. (Unzelte, 2002).”

Foi assim que eu comecei a minha monografia de faculdade, defendida no ano passado sobre o tema “A imprensa e a identidade nacional durante a copa do mundo de futebol”.

Realizada no Uruguai, a primeira Copa do Mundo teve desfalques. Como na época não existiam vôos comerciais entre os continentes, os países europeus tiveram que vir ao Uruguai de barco. Era uma viagem que demorava mais de um mês e muitos países temeram morrer na praia, literalmente. E olha que as praias uruguaias não seriam o melhor lugar para se morrer. Assim sendo, apenas França, Iugoslávia, Romênia e Bélgica vieram da Europa.

A primeira partida aconteceu entre França e México e coube ao francês Lucien Laurent marcar o primeiro gol da história da competição. Foi um torneio com formato estranho e cheio de gols. O Brasil caiu logo na primeira fase, eliminado pela Iugoslávia. Os Estados Unidos conseguiram chegar às semifinais e a final foi disputada por Argentina e Uruguai.

Diz a lenda que o primeiro tempo foi disputado com uma bola argentina e o Placar foi de 2x1 para os argentinos. No Segundo tempo, com a bola uruguaia, o Uruguai fez 3 gols e ganhou por 4x2. O que mostra que o Uruguai conhecia melhor suas bolas. O gol do título foi marcado por El Manco Castro, um uruguaio que não tinha uma mão. Sim, para eles manco e quem não tem mão. Aqui ele seria chamado de Maneta.

1934
O torneio então se dirigiu a Europa, na Itália. E o efeito inverso se deu. Apenas Brasil, Argentina e EUA resolveram atravessar o mar e os três foram eliminados logo no primeiro jogo.

Os italianos conseguiram o título em casa, para alegria de Mussolini. Durante a competição eles eliminaram a Espanha de Franco e enfrentaram na final a Tchecoslováquia, que havia eliminado a Alemanha de Hitler.

A vitória italiana na final, veio na prorrogação. Detalhe que os italianos tinham três argentinos naturalizados no seu elenco.

1938
Novamente o torneio foi disputado na Europa, na França. Apenas Brasil e Cuba saíram das Américas. E os cubanos surpreenderam, eliminando a Romênia no jogo extra e depois perdendo para a Suécia por 8x0. O herói cubano foi Hector Socorro, que marcou dois gols no torneio.

O Brasil fez sua melhor campanha até então. Eliminou a Polônia num jogo que terminou 6x5 para o Brasil, com 3 gols de Leônidas da Silva, o diamante negro. Em um desses gols ele estava sem chuteira, o que seria teoricamente ilegal. Depois o Brasil eliminou a Tchecoslováquia em dois jogos e encontrou a Itália na semifinal. E os italianos eliminaram o Brasil. Depois nós conseguimos o terceiro lugar, mas o futebol brasileiro encantou o mundo e foi o melhor time do torneio. Pelo menos, é o que diria Galvão Bueno se ele fosse vivo à época.

Na final a Itália bateu a Hungria por 4x2. Dois gols de Silvio Piola e dois gols de Gino Colaussi.

As duas copas seguintes, 1942 e 1946 não foram disputadas, graças a um pequeno evento mundial conhecido como Segunda Guerra. A Copa de 1938 já reproduzia ecos do conflito. Poucos meses antes do torneio a Alemanha anexou a Áustria. E acreditem, a Áustria tinha um bom time a época.

Comentários

Gressana disse…
Imagine a reação de Hitler quando a Alemanha perdeu pra Tchecoslováquia.