Didática escolar

Esse é um post sobre a didática esco... (digam “lar!”).

Começamos esse post com um exemplo da tática universal de pedir para que os alunos completem frases óbvias, método didático muito utilizado em colégios, principalmente até a quarta série. Como vocês podem ver, é algo bem óbvio, simples e irritante. Também é ineficiente demais. Porque as palavras são óbvias. Ninguém precisaria desse sistema para fixar nada.

- O estômago faz parte do sistema diges... (tivo!) Isso!
- Os bebês são trazidos pelas ce... (gonhas) Muito bem!
- Inconstitucionalissímamente é uma palavra lon... (ga!) Que turma aplicada!.

Note que depois que as pessoas conseguem completar a frase, palavras motivacionais se fazem necessárias para compensar o esforço.

O pior de tudo é quando, por mais óbvia que seja a palavra a ser completada, há uma pane mental geral das pessoas que não conseguem completar.

- Dois mais dois é igual a qua... (torze!). Não, não. Dois mais dois é igual a qua... (renta!). Não, não pessoal. Dois mais dois é igual a qua... (trocentos!). Não! Pessoal! Não! Dois mais dois é igual a qua... (resma!). Porra é quatro! Quatro!

Geralmente essa didática é esquecida a medida que as crianças crescem. Mesmo assim, infelizmente ela é utilizada até em auto-escolas.

- Se você bater o carro sem cinto de segurança você mo... (re!).
- Você precisa virar a chave para dar partida no mo... (tor!).

E, pior, até em aulas de pós-graduação.
- A subjetividade é algo inerente ao ser hu... (mano!).

Por mais que o nível das aulas aumente, o nível das palavras óbvias continuará a ser o mesmo. Você jamais verá professores pedindo para que os alunos completem palavras difíceis.

Outra tática bem famosa é a de criar frases para decorar matéria. É bastante utilizada em aulas de química, para gravar tabelas periódicas. A primeira coluna virava algo como “Hoje Li Na Karas Roberto Casou França”. Isso para se gravar Hidrogênio, Lítio, Sódio, Potássio, Rubídio, Césio e Frâncio. Além da frase final parecer ter sido escrita por um disléxico, era completamente desnecessária. Nem é tão importante decorar tabela periódica para passar no vestibular.

Aliás, dessas frases só me lembro de uma ensinada pelo lendário professor Rebelatto “Bico de pato, mosquito teimoso, com o idrico eu não me meto”. Significava que “Carbônico” virava “Carbonato”, “Nitrito” virava “Nitroso”, e “Clorídrico” virava “cloreto”. Em que situação isso acontecia, eu não me lembro. Mas acontece. Ah, assim como me lembro do Reficofage da biologia (Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero, Espécie) – a ordem de alguma coisa.

Mas, pior do que isso eram as músicas. Felizmente eu não vivi essa era. Dizem que nos anos 70 elas dominavam as escolas e cursinhos e dizem que até hoje a tática de criar música para decorar coisas é popular nos cursinhos. Eu sinceramente teria vergonha de decorar uma música dessa e até mesmo de cantá-la mentalmente para me lembrar de algo.

Enfim, o post aca...

Comentários

Gressana disse…
...bou!

Eu jamais esquecerei o professor Jamil da auto escola, que dizia que veículos de tração animal eram aqueles puxados pela eguinha poco... (tó).