Eu não recomendo: O som do coração

Pense num filme ruim. Por pior que ele seja, ele não pode ser tão ruim quanto O Som do coração.

O dia em que eu vi esse filme foi um dia de muita decepção. Eu fui ao cinema crente de que assistiria “Onde os fracos não tem vez” um filme de machos, cruel, duro. No entanto, uma das pessoas que iria ver o filme já o havia visto. Restava apenas uma opção que era assistir “O Som do Coração”.

Logo que eu vi o cartaz eu disse que o filme seria ruim. Aparecia uma criancinha feliz nas costas do Robin Williams. Filmes com cartazes de criancinhas felizes não podem ser bons. Se essa criancinha estiver nas costas do Robin Williams, as chances são menores ainda. Disse as pessoas que o filme seria ruim, e expliquei o motivo. Brigaram comigo por isso.

E não deu outra. O filme é realmente péssimo. Resumirei a história com uma visão bem crítica.

Começa com dois personagens. Lyla e Louis. Lyla toca violino e Louis é guitarrista vocalista de uma banda mela cueca. Um dia os dois se encontram. Louis come Lyla. No dia seguinte o pai manda a menina pra outro lugar. Então ela descobre que está grávida, o pai discute com ela, ela saiu nervosa de um café, é atropelada e levada ao hospital. Onde dizem que ela perdeu o seu filho.

Certo. Passam-se uns oito anos nessa história. Nesse período a vida do Louis e da Lyla foram uma merda. Ela... sei lá o que ela fez. Já ele virou um empresário bem sucedido e cheio de dinheiro. Mas, os dois ainda tem dentro de sim o amargor, uma vida infeliz, por conta de uma foda de uma noite.

Eis que aparece então o August Rush. Um garotinho que vive num orfanato. Um dia ele acaba se perdendo na cidade, e acaba indo viver com o Robin Williams. Que faz um personagem escroto que se veste de maneira escrota e ensina criancinhas a tocar música. Para depois explorá-las.

Louis então encontra o antigo baterista da sua banda, que agora é taxista. Eles discutem e Louis percebe que sua vida é uma merda. Ele então resolve largar a sua vida, volta a vestir roupas rasgadas e a tocar numa banda mela cueca. Sendo que ele já está com uns 30 anos. Já Lyla volta a tocar violino. Todos buscando recuperar a felicidade perdida numa noite. Provavelmente foi o melhor sexo já feito em todos os tempos.

Já o garotinho August mostra um talento absurdo com a música. Toca violão de uma maneira espantosa. O escroto do Robin Williams continua explorando ele até que um dia a polícia invade o lugar onde as crianças ficam. Ele foge. Acaba parando em uma igreja, onde ele vê o coral cantando. Acaba ficando por lá.

O Louis resolve encontrar a Lyla. Sabe-se lá porque ele demorou oito anos pra procurar o nome dela na lista telefônica, se ele gostava dela tanto assim. Já a Lyla recebe a notícia do seu pai: seu filho não morreu, foi levado a adoção. Numa das interpretações mais patéticas da história.

Os dados então se cruzam. August é o filho dos dois. Filho de dois músicos ele herdou um talento absurdo para a música. Tão absurdo que ele compõe uma sinfonia a partir do barulho dos meninos jogando basquete na quadra. Aliás, ele sabe até desenhar as notas. E é levado para uma escola de música.

O filme fica naquela babaquice então. O Louis procurando a Lyla, que procura o August que não procura porra nenhuma. Quer só ficar com a cara de bobo dele compondo músicas. Quem procura o August é o escroto pedófilo do Robin Williams, que quer de alguma maneira ganhar dinheiro em cima do moleque. Em uma cena patética o Louis faz um Jam session com o August, sem saber que é o seu filho.

Tá, a história segue até a cena final. Trata-se de um concerto no Central Park. Que terá a Lyla fazendo um solo, mesmo depois de ficar oito anos sem tocar violino, e a sinfonia do muleque de oito anos. O Robin Williams já chora desgostoso a perca do dinheiro com o August.

E a tal cena final é ridícula. Me da enjoo só de lembrar. Lyla toca e começa a ir embora. Começa a sinfonia do August. Ela olha pra trás e começa a andar em direção ao palco. O Louis está numa bebedeira dentro do carro com os amigos, quando vê a placa anunciando que a Lyla estava tocando. Ele vê o moleque que tocou com ele na praça em cima do palco e vai em direção dele também.

A sinfonia acaba. E nesse momento o August olha pra trás e vê o Louis e a Lyla lado-a-lado. Os dois olham pro lado e se encontram. O August sorri. Por algum motivo ele sente que os dois são seus pais. E o filme acaba.

O fim é sem dúvida o melhor momento. É um alivio. Aliás, para não ser injusto o filme tem outra coisa boa. Ou teve no dia. O sistema de som do cinema estava péssimo e os atores pareciam estar falando na frente de um ventilador. Pelo menos isso garantiu umas risadas.

Comentários

Gressana disse…
Haehaheahehaehaeha!!
A indignação do Guilherme é ímpar.
Essa série "não recomendo" é massa!
Livinha disse…
Guilherme, não seja injusto. Eu também queria ter visto "Onde os fracos não têm vez"...

:s