0% con(tempo)râneo

Afinal, o que é o contemporâneo? Pode parecer que não, mas essa minha indagação, se feita por um filosofo francês, seria capaz de gerar um livro. O autor mergulharia em toda a complexidade mundana para dar essa resposta. Mas, fui olhar num dicionário meu aqui, e ele diz que o contemporâneo é: o que é do mesmo tempo e da mesma época. Sim, bonito. Basicamente nós todos somos contemporâneos, sim, você aí, é meu contemporâneo. A não ser que você esteja lendo esse texto em 2189. O que talvez seja possível, mas é uma possibilidade absurda demais. Ou não.

Mas, eu não pretendo escrever aqui um livro intitulado “O que é o Contemporâneo?”. Falarei nesse texto sobre as artes contemporâneas. O que elas são? Bem, qualquer coisa. Sim, qualquer coisa pode ser arte contemporânea.

Os críticos, e os entendidos do assunto podem dizer que não. Vão falar que são coisas livres de formas predefinidas, onde a liberdade de criação predomina, e o artista encontra maneiras diferentes de colocar sua sensibilidade para fora, se livrando assim de toda a pressão do mundo... Do mundo Contemporâneo. Enfim, eles são até capazes de chorar vendo vários riscos num papel. Mas, aqui embaixo, vamos às verdadeiras definições dessas artes, ditas, despojadas.

Dança contemporânea
A dança contemporânea pode ser definida como uma mistura de coceira na bunda com contorcionismo. Os dançarinos entram no palco lentamente. Cada movimento demora horas, e mais horas. Em certo momento eles podem até esfregar a bunda no chão, como se fosse cachorro com coceira no toba. Com mais ou menos três minutos de espetáculo, você já foi curado de qualquer insônia existente na sua vida.

Teatro contemporâneo:
Ao contrário do teatro normal, onde os atores sobem no palco e interpretam uma história, o teatro contemporâneo cria uma interação com o público. Sim, eles não ignoram a presença da platéia. Portanto, é normal que os atores simulem sexo com pessoas presentes na platéia, que eles atirem objetos no público. Além disso, a peça tem que ter coisas escatológicas. O ator deve vomitar no palco, se possível defecar. Além de ter muito sexo. Os diálogos não têm lógica nenhuma. Será comum que o ator fique parado, encarando um vaso de flores vazio. Com aproximadamente seis minutos de peça, você já terá sentido vontade de gorfar umas três vezes. Isso se você não tiver ido embora.

Pintura contemporânea
Borrões de tinta, riscos sem lógica nenhuma, formas abstratas, cores berrantes. Quando você tinha sete anos e brincava com tinta guache, você fazia algumas coisas parecidas. Só que você não tinha a malícia para criar nomes impactantes para seu quadro. Na pintura contemporânea, uma série de riscos coloridos ganha um nome de “A Morte”.


Música contemporânea
Esqueça a existência de qualquer melodia. Na música contemporânea, o que vale é a falta de melodia. Apenas um ritmo doido. Há demora, muita demora. São anos até que uma batida de pratos seja feita. Existirá um maldito sino. E claro uma espécie de sincretismo de instrumentos. Cavaquinho pra tocar música clássica, além de copos com diferentes medidas de água, correntes, caixas de fósforo, folhas de papel sendo rasgadas. Enfim, qualquer coisa pode ser música.

Cinema contemporâneo
Histórias não lineares. Sem pé nem cabeça. Você sai do cinema sem entender absolutamente nada. O filme não tem começo, nem meio, nem fim. Mas sem dúvida, pode apostar, tem uma fotografia muito bonita, ou marcante. É algo como: você pensa em uma cena bonita, e grava-a. Mesmo que essa cena dure duas horas, e não tenha nenhuma relação com mais nada.

Poesia contemporânea
Pense na poesia concreta. É bem provável que você tenha visto exemplos dela nos seus livros de colégio. Só não sei se você também as achava engraçadas. Enfim, é uma forma de palavra cruzada mais bem elaborada.

Talvez existam outras artes contemporâneas como – a fotografia contemporânea, que seria mais ou menos igual aquelas fotos desfocadas que você tira. Mas, há um outro fator na arte contemporânea. Quem a faz tem a absoluta certeza de que está quebrando paradigmas, e de que está fazendo algo incrivelmente fantástico, mas que é claro, infelizmente poucas pessoas vão entender. Daí aqueles nomes sensacionais como “Ao sul de setembro”, “Noigrandes” e coisas parecidas. Podemos dar uma definição final de que a arte contemporânea é a arte sendo feita por quem não tem habilidade nenhuma. Dança quem não sabe dançar, e pinta quem não sabe pintar. Murilo Benício pode até ser considerado um grande ator contemporâneo.

E para terminar, colocarei um pequeno exemplo de texto contemporâneo do CH3: “Pai Jorginho de Ogum, casa, podolatria, ecos, massa, previsão. Fez se parado, estático. Prosseguiu subindo pela cachaça achaçac chaçaca haçacac açacach çacacha acachaç cachaça. Blum bilum bilum. E foi ai que eu concluí: mijou sentado e não é um extraterrestre fulminantemente causador de impactos nebulosos... ahhhhhh de um tiro!”

Comentários

Gressana disse…
Haaheahehaehahea, disse tudo:
É desculpa pra fazer um negócio mal feito.
Ou talvez nós sejamos mesmo burros demais pra entender, e só aqueles que conseguem viajar até o mesmo ponto num universo vasto que é a mente humana conseguem compreender essa arte.
Unknown disse…
Eu acho super cult u.u
hauhauha
Thiago Borges disse…
O nome já diz tudo, é para pessoas com tempo, tempo para perder. Lembro daquele vídeo de dança contenporânea na aula do Yugi, foi bizarro.
ahahahhahahaha

Ah, eu gosto de arte comtemporânea. Acho bem pós-moderno. Tem até uma pessoa que fotografa mictórios, acho que era o Duchamp.E na última bienal de SP, a principal atração doi o andar vazio, sem obra nenhuma. Acho digno.

Andreza