Ascensão, apogeu e queda de Zé Gotinha

Em outros tempos Zé Gotinha foi um herói. Hoje ninguém mais se lembra dele. Vamos relembrar um pouco a trajetória dessa grande personalidade da história brasileira.

Nascido como José Gota Junior em Barbacena, ele começou a ser conhecido por todos nos anos 80, devido às campanhas contra a poliomielite. Seu carisma ajudava a levar as crianças, sempre rebeldes, a tomar as gotas contra a doença. Foi um período de sucesso. Zé Gotinha aparecia nos jornais, nos programas de auditório, nos jogos de futebol e nas revistas de culinária, grande gourmet que era.

Mas seu sucesso foi o começo do seu fracasso. A paralisia infantil acabou no Brasil. Com isso, Zé Gotinha foi perdendo espaço. As suas aparições foram diminuindo e ele teve que começar a aceitar convites para animar festas infantis. Não deu muito certo visto que muitas crianças sentiam medo dele. Nessa época, ainda preservando sua honra, ele recusou um pedido para participar da banheira do Gugu.

Zé Gotinha teve que enfrentar as críticas. Muitos questionavam o porquê de ele ser branco. O acusavam de ser do Ku-Klux-Klan. Programas sensacionalistas afirmavam que ele era gay e mantinha um caso com o Gasparzinho. Além de sofrer várias tentativas de agressão por crianças desnaturadas. Elas não sabiam que só podiam dar chutes pelo simples fato de não serem paralíticas, e isso elas já deviam ao Zé Gotinha.

E as crianças de outros tempos foram crescendo, dando a lugar a essa juventude transviada de hoje em dia. Certo que eles não têm culpa se as Olimpíadas do Faustão foram substituídas pela dança dos famosos, e se o Topa Tudo por Dinheiro acabou. Mas as crianças já não ligam mais para o Zé Gotinha. De vez em quando as campanhas de vacinação ainda usam sua imagem, mas imagens customizadas. Começaram a aparecer Zé Gotinhas coloridos, Zé Gotinhas com lantejoulas, um absurdo.

Talvez o último momento de glória dele tenha acontecido em 2004 quando ele fez rapel no Parque Mãe Bonifácia. Especialistas acreditavam que ele iria fazer sucesso novamente. Mas não, a começar pelas crianças que se dividiram nessa sua aparição. Algumas fugiram, em prantos. Outras tentavam cutucar seu toba.

Zé Gotinha se deprimiu. Terminou seu namoro com a Priscila da TV Colosso. Começou a ligar para o CVV, mas os atendentes riam quando sabiam que era ele que estava falando. Viciou-se em tóxicos. Não foi aceito para trabalhar no Manasses. Apareceu no programa da Luciana Gimenez, mas a audiência foi muito baixa. O boato de que ele apareceria no Arquivo Confidencial foi recebido com gargalhadas. Quando vai ao estádio ver jogos de futebol os seguranças o barram e mandam tirar a fantasia.

Hoje Zé Gotinha vive novamente em sua cidade natal, mofando. De vez em quando recebe alguns alunos de jornalismo para fazer matérias sobre a sua vida. Participa de reuniões mensais no clube dos personagens esquecidos, o qual dirige ao lado do Fofão. Mas nem tudo está perdido. Dizem que ele recebeu um convite para participar de um filme pornô ao lado da Rita Cadillac e de MacGyver.

Comentários

Gressana disse…
Hahahaha, pois é, nada como descer de rapel para reconquistar a fama.
Mas é triste que esse ícone da nossa infância tenha chegado a isso. Se a Poliomielite não tivesse acabado...
Emily Ferrari disse…
auhsdiusahduhisad
eu curtia o fofão, tinha até um boneco dele que, na época, era od meu tamanho. era legal, e eu me divertia pra caramba.
mas um dia meu irmão nasceu, e se acabava em prantos ao ver aquele negocio que eu nunca soube se era bixo, se era gente, ou os dois. dae rasguei ele todo e joguei fora oO'