Flip Chart

Em uma de suas últimas postagens no Café do Feliz, Vinícius Gressana chamou a atenção para um elemento aparentemente oculto do Planeta Terra: o Flip Chart. Por essa e por outras é que Vinícius é um empresário bem sucedido que comanda um site de sucesso e tem milhares de seguidores na internet e no mundo real. O Flip Chart é o principal objeto de convencimento desse mundo.

Caso você ainda não esteja associando o nome ao objeto, eu explico: o Flip Chart é aquela coisa que parece uma prancheta, que sempre é usado em representações de reuniões de negócios em filmes norte-americanos. Aliás, não apenas nas representações. Vocês talvez não estejam acostumados com o mundo corporativo, mas o Flip Chart é usado no mundo real mesmo.

Você pode até dizer que ele ficou para trás, obsoleto, com o advento dos microcomputadores, seguido pelo pacote Office com Power Point e futuramente o Data Show. Quem precisa de uma prancheta vertical quando você pode comandar tudo em um ambiente virtual que não precisa ser rasurado, não gera papel jogado fora, além de ser hightech? Você está enganado.

O Power Point no Data Show não dá à informação a materialidade que é fornecida pelo Flip Chart. Além disso, o PP geralmente conta com fundos lamentáveis (árvores, gotas de água, mar) e efeitos de transição bregas. Sinceramente, ninguém jamais consegue aprovar nada com aquelas letras sumindo e aparecendo, girando, desligando e ligando. Um gráfico no FC é muito mais convincente.

Tudo o que você precisa
Sim, a graça do Flip Chart está em mostrar um gráfico, geralmente mostrando um decréscimo brusco seguido de um crescimento (ou vice e versa) e no interlocutor utilizando uma vareta explicando aquilo ali. Ninguém vai duvidar de você. Todos vão acreditar na sua solução. Não tem como não dar certo.

Muito provavelmente, o Flip Chart é o responsável por algumas coisas que hoje, vistas friamente, parecem ser um tremendo de um equívoco. O holocausto por exemplo. Não duvido de que Hitler tenha chamado uma série de acionistas majoritários da República de Weimar e tenha mostrado um plano cartesiano com o eixo mostrando a relação entre o nascimento de judeus e qualquer coisa. Apontando aquilo ali ele convenceu as pessoas que era preciso provocar um extermínio em massa.

Imagens em satélite? Nada. George W. Bush se convenceu a invadir o Iraque após ver uma apresentação em um Flip Chart com um gráfico qualquer. Poderia ser um gráfico mostrando quantas maçãs o presidente comeu em cada mês do ano, mas não há o que fazer. Diante de um gráfico no Flip Chart, você vai concordar com tudo o que o apresentador falar. Não há, no mundo, nenhuma grande decisão que não seja tomada após uma conferência com essa prancheta.

Por essas e outras, é preciso ter cuidado para manusear o objeto. Como mostra o exemplo do holocausto, Flips Charts colocados na mão de psicopatas podem provocar grandes riscos para a humanidade. Ele só deve ser usado para manipular pessoas visando o bem comum.

É por isso que algumas pessoas tem tentado criminalizar a prancheta. Tramita no Congresso Nacional um projeto de lei do deputado Geraldo Villela do PDH-RD que aponta para a necessidade de um laudo de sanidade mental para comprar um Flip Chart.

Medidas radicais, sem dúvida, e que precisam ser analisadas com cuidado. O Flip Chart é importante para a humanidade e eu posso te convencer disso. Só preciso te mostrar uns gráficos nele.

Comentários

Gressana disse…
Pra esse projeto ser aprovado no congresso, ele deve ser apresentado em um flip chart.
Acho que o grande prestígio da ferramenta é o fato de que qualquer criança com 15 minutos de sobra pode fazer um power point.
Já com o flip chart, você demonstra que teve trabalho fazendo aquilo e se importou com isso.