Cinco tipos de comentários chatos

A internet é um meio dominado por justiceiros anônimos que passam os seus dias a encontrar irregularidades nos mais diversos lugares. Geralmente, são cidadãos de baixo nível interpretativo e que buscam apenas promover humilhações aleatórias através de justiçamentos rápidos. Quando você tem um blog, você acaba sendo uma vítima frequente destes comentários. Abaixo, temos os cinco piores.

1) Isso não é verdade.
Você está equivocado
Você comenta que a fórmula secreta do caldo de um famoso restaurante da cidade é o uso adicional de bitucas de cigarro e cutículas. Será que alguém em sã consciência acreditaria nisso? Você pensa que não, mas sempre surge alguém para falar que isso não é verdade. O cidadão se sente um paladino da moral, informando aos pobres desavisados que estão lendo o texto que não, bitucas de cigarro não são um ingrediente da sopa. Se bobear, o sentinela ainda irá escrever um texto para avisar sobre a mentira e publicá-lo na internet. Se juntam a esse grupo, o de pessoas que fazem comentários óbvios como: “Esse texto é irônico”.

2) Você está generalizando.
O texto diz que os críticos de cinema julgam os filmes por critérios mesquinhos, que privilegiam filmes difíceis, antigos e periféricos. Então, o justiceiro da internet vem até você e diz que você está generalizando, que não são todos os críticos de cinema que fazem isso. Porra meu, é claro que eu estou generalizando. Você queria que eu escrevesse o que? Que alguns críticos de cinema julgam os filmes por critérios mesquinhos, que outros são justos e inteligentes e outros ainda podem, eventualmente, se alimentar com merda de cavalo? Oras, se você quiser informação séria sobre um assunto, é melhor ir numa biblioteca.

3) Não sei aonde esse texto quer chegar.
Um clássico. Para falar que não gostou do texto, a pessoa diz que não sabe aonde você quer chegar com ele. Oras, se eu quisesse chegar em algum lugar com ele, eu pedia um táxi até o Centro com ele debaixo do braço. São as pessoas que acham que para tudo na vida é preciso ter um objetivo. É provável que esses cidadãos tivessem um projeto de dominação mundial, começando por uma busca sobre frases para MSN no google.

4) Interpretações sobre o seu passado.
Você escreve que os médicos fazem aula sobre como deixar os pacientes esperando uma consulta. Pronto. Isso é sinal de que você deve ter apanhado para um médico na sua infância, perdido sua mulher para um médico, ou, na opinião de Freud, que você queria manter relações sexuais com a sua mãe. Em muitos casos, tudo é resumido a sua inveja. Sua inveja dos cinegrafistas ou do grupo É o Tchan. Fora aqueles que ainda interpretam que, se você faz um texto sobre É o Tchan, você está querendo dizer que todo o brasileiro gosta de pagode e que, de novo, isso não é verdade.

5) Aqueles que querem te pautar
Você faz um texto sobre a lambada, alertando a população de que a lambada está voltando e que todos devem tomar cuidado. Aparece alguém que pergunta por que você não escreve algo de útil sobre o combate a pedofilia? Ou porque não faço um texto sobre a preservação do planeta. Devo fazer um texto do tipo. “A pedofilia é errado, devemos utilizar a água de maneira correta e sermos amigos de todos”? Porque vocês não ligam na redação do Jornal Nacional, pedem para falar com o William Bonner e não dão essa sugestão para ele? Heim?

Felizmente, devido à política de textos de baixo nível, o CH3 tem conseguido, ao longo dos últimos meses, extirpar esse mal da sociedade, que são os comentários em blog.

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